Azor Ahai

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NÃO FORAM SÓ AS FOGUEIRAS QUE SE ACENDERAM. Uma a uma, as Arakhs dos Dothraki começaram a se incendiar, trazendo luz à noite. Jon e Daenerys observaram curiosos a tudo, sem conseguir entender exatamente o que acontecia. Os bravos guerreiros animavam-se em seus cavalos, ansiosos pela luta.

As catapultas foram acionadas, atirando bolas de fogo às distâncias. O confronto havia iniciado. Os Dothraki marcharam, cortando cabeças e incendiando corpos necrosados com suas espadas curvas em chamas. Daenerys sorriu satisfeita, mas sua felicidade duraria pouco. Travou a mandíbula e respirou pesadamente quando Viserion se botou diante dos guerreiros e transformou fogo vermelho em azul.

Todos viram com temor como o dragão dos mortos facilmente matava a todos. Foram poucos que conseguiram fugir de suas labaredas quentes e, ao mesmo tempo, congelantes. Daenerys decidiu que não poderia mais ficar apenas observando. Já era hora de agir e, assim, ela tomou o primeiro passo.

"Aonde você vai?" Jon chamou por ela.

"Conjurar os dragões", respondeu pelos dentes.

"O Rei da Noite ainda não chegou".

"Mas os Mortos já".

De fato, após a parede de chamas azul que Viserion evocou, milhares de mortos surgiram por trás de si, correndo em direção ao castelo. "Dovaogēdy", gritou o Verme Cinzento, "naejot mīsagon!" Conforme ordenado, os Imaculados usaram suas lanças para derrubar os mortos enquanto se protegiam com seus escudos, mas a quantidade exorbitante e inesgotável começou a supera-los.

"Protejam o campo!" ordenou Brienne.

Enquanto os Imaculados seguravam os mortos como podiam, os cavaleiros tratavam de destruí-los. Não havia sinal algum do Rei da Noite ou dos Caminhantes Brancos, apenas o dragão transformado se via em meio à noite. Mas ele não era o único. A sombra imensa de uma criatura surgiu no céu. Sobre ela, Daenerys Targaryen gritara "Dracarys".

Os Mortos que estavam quase vencendo a barreira de Imaculados foram queimados. Os que sobraram foram aniquilados. Mas ainda havia muitos deles. Centenas. Milhares. Surgindo de todos os lados. O castelo estava cercado.

Jon apareceu em seguida, sobre Rhaegal, ajudando a destruir os mortos. Pensou que seria somente isso que faria, mas se chocou ao ver Daenerys desaparecendo dentro da noite. Talvez devesse apenas continuar com a aniquilação por chamas, mas decidiu segui-la. Preocupava-se que ela poderia fazer alguma besteira, então queria protege-la.

Foi então que eles viram. Os Caminhantes Brancos se mantinham bem atrás sobre seus cavalos. Dany localizou o Rei da Noite ao centro e não hesitou de maneira alguma. Em plena confiança cega, ela conduziu Drogon em sua direção, pronta para acabar com ele. No entanto, antes que pudesse se aproximar o suficiente, uma tempestade de neve a engoliu.

Preocupado, Jon adentrou a névoa. O exército de mortos passou a ser mais difícil de segurar agora que não se contava mais com a ajuda dos dragões. Dentro da tempestade, nada era possível de se ver, apenas rápidos vultos. E ela se alastrava vagarosamente em direção ao castelo, consumindo todos em seu caminho. A batalha ficou mais ardorosa ainda. Muitos mortos haviam caído, mas ainda haviam muitos mais. Agora que a névoa dificultava o campo de visão dos soldados, eles começaram a perecer. Ataques surpresas se seguiram por toda parte. Brienne e Jamie se colocaram um de costa para o outro, defendendo-se como podiam.

Não era somente o escuro e a névoa seus fatores de dificuldade, mas o frio também, que congelava seus músculos, travavam os ossos, tornavam os movimentos mais lentos e a respiração mais penosa. Era uma batalha realmente injusta, já que os mortos não possuíam nenhum tipo de limitação.

Game of Thrones: Reescrevendo a Última TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora