Capítulo 4

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Samantha ON
2 dias depois...

    Era domingo a noite, o que significava que no outro dia finalmente começariam as minhas aulas. E me lembrava que eu não estava nem um pouco preparada para isso. Minha mãe havia me comprado roupas novas no shopping e me deixado totalmente chocada com o preço de cada peça. Será que todas aquelas roupas eram banhadas em diamante ou costuradas com fios de ouro? Talvez um dia eu descubra. Mas enfim, o fato era que eu não estava preparada para enfrentar todo o desprezo que sempre recebi durante esses anos por ser uma pessoa reservada e, modéstia à parte, a melhor da turma. Graças a Deus Dylan e eu estávamos na mesma sala e isso me tranquilizava um pouco, assim não me sentiria tão estranha no meio de toda aquela gente rica.
   Ouço uma batida na porta tirando-me do devaneio.

- Pode entrar. -falo.

   Minha mãe coloca a cabeça dentro do quarto e sorri terminando de entrar.

- Preparada para amanhã?
- Ham... Na verdade não. -sorrio.
- Ah meu amor, tenho certeza que dará tudo certo. Afinal, você é ótima em tudo, todos vão te adorar.
- Eu não sei...
- Além disso, Dylan estará o tempo todo ao seu lado então não precisa se preocupar com nada!
- Tudo bem, obrigada mãe. -agradeço.
- Querida, quero que saiba que pode contar comigo para tudo e quero que prometa que se algo acontecer você irá me contar imediatamente!
- Está bem. -sorrio- Eu prometo.

    Assim que minha mãe se despediu e foi dormir, preocupei-me em tentar pegar no sono rapidamente para evitar dormir durante as aulas. Mas, infelizmente, o senhor do sono estava de mal comigo e deixou-me rolando na cama por mais de uma hora até finalmente adormecer.

No outro dia...

    Acordei de repente com o som do alarme do meu celular tocando "cocóricó", sim, som de galo cantando porque sou estranha. Eu tinha mesmo que ir pra aula? Sem essa, é claro que tinha! Na verdade, eu nem sei por que estou tão nervosa, é só meu último ano na escola e desde que eu não chame atenção tudo dará certo. É isso aí, vou me tornar invisível e tão insignificante quanto um fio de cabelo enterrado na areia da praia.

Tirando forças para me levantar das profundezas da minha preguiça e covardia, corro para o banheiro e faço minha rotina matinal. Visto-me com uma calça jeans e uma camiseta preta bem básica, nada chamativo. Deixo meu cabelo longo solto porque assim posso cobrir meu rosto com ele caso seja necessário. Mas o que é que estou pensando? Eu nem sou procurada pela polícia! Bem, pelo menos não mais...

Assim que termino de me arrumar, amarro um casaco na cintura e desço para -assim como todos os dias desde a minha chegada- encontrar meus pais na cozinha. Era sempre a mesma visão, meu pai sentado com um jornal na mão e uma xícara de café, enquanto minha mãe preparava o café da manhã. Meu irmão sempre era o último a descer.

- Bom dia. -falo.
- Bom dia filha. - eles respondem em uníssono.
- O cheiro está maravilhoso mãe. -elogio.
- Estou fazendo panquecas, já estão quase prontas!
- Parecem deliciosas!
- Sua mãe faz a melhor comida de todas. -meu pai diz.
- E voce mente bem. - ela responde.
- O papai está certo, você é a melhor mãe. - Dylan fala entrando na cozinha.
- Eu também tenho que concordar. -falo.
- Muito bem, vocês devem estar mesmo com fome. Mas por sorte, as panquecas estão prontas, sentem-se meninos.

    Meu irmão e eu nos sentamos e minha mãe serve as panquecas em nossos pratos. É preciso admitir, estavam deliciosas. Só tem uma coisa que eu não entendo, mesmo com todo o dinheiro que meus pais parecem ter, porque não contratam alguém para cozinhar? Bem, talvez minha mãe goste de cozinhar...

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