Capítulo Quatro

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  Maya andava calmamente de um lado para o outro esperando o trem, já Will suava frio, suas mãos estavam tremendo e parecia bem nervoso, Maya sentou ao seu lado e logo perguntou:
- Quer voltar? - segura em seu ombro
- Que? Tá maluca, já estamos aqui não é? - sua voz estava trêmula
- William, eu te conheço melhor que todo mundo, e sei que não quer fazer isso!
- Maya, eu te amo, mas não acha perigoso? - segura suas mãos
- Will, pode voltar! Eu vou continuar
A chuva não parava de cair, os noticiários não paravam de falar sobre a forte chuva que atingia o país
- Eu vou! - diz com certeza
Eles se levantam e andam até o caixa, uma senhora que aparentava ter uns 60 anos os atendeu
- como posso ajudar? - diz sem olhar pra eles
- gostaríamos de duas passagens para Green City! - Will afirma
- claro, 60 dólares
- Vamos pagar no cartão - Maya entrega para a moça
Ela levanta os olhos e vê aquelas duas crianças
- Não são muito novos para viajarem sozinhos? - franze a testa
-  Ah, claro que não! - Maya fica sem graça e dá um leve soco em seu amigo
- ah, não senhora, estamos indo ver nosso pai em Green City - ele a salva
- Ah, claro, não me importo
Maya ergueu a cabeça e viu o  crachá reluzente dela, dizia "Heby Maicons", e por algum motivo, Maya, achou o nome familiar.

Enquanto isso na casa da senhora Aron havia um grande silêncio, o que há muito tempo não havia. Ela andou até o quarto de Will e viu que estava vazio, foi até a sala e nada dele, e até mesmo no quintal, onde ele não costumava ficar. Ela não se preocupou muito, ele poderia muito bem estar na casa de Maya.
  Ingrid pegou o telefone e rapidamente ligou para Carla:

- oi, Carla!
- ei Ingrid, o que me conta?
- só liguei pra saber se o William está aí?
- eu não vi ele não, cheguei agora do trabalho

Carla grita o nome de Maya e nada

- se tiver notícias me avise, obrigada! - diz encerrando a ligação

Carla foi até o quarto de Maya e o encontrou completamente vazio, procurou na casa da árvore e não os viu. Ela já estava começando a ficar preocupada

- Dylan! - entra em casa já gritando
- Oi mãe - ele desce as escadas retirando os fones
- filho, você sabe onde está sua irmã?
- não faço ideia - sua cara já o entregava
- espero que não esteja mentindo pra mim
- por que eu mentiria sobre isso?
- olha, eu não sei! Mas a Maya sumiu. - diz andando de um lado para o outro
- ela deve estar por aí brincando com o Will - diz despreocupado
A porta se abre e quem surge é seu marido
- Ralph! - corre até ele
- oi querida, o que houve?
- A Maya, ela sumiu -  entra em pânico
- ela só deve estar brincando, amor
- não! Ela não está em canto nenhum, nem com Will!
A campainha toca e era Carla que também já estava preocupada
- Achou eles?  - diz fechando a porta atrás de si
- Não, eles não estão na rua brincando
- ai meu Deus! - Carla se senta no sofá colocando as mãos na cabeça.

Maya e Will já estavam dentro do trem a caminho de Green City
- tá com medo? - ela pergunta
Ele nega com a cabeça e segura sua mão de uma forma carinhosa
- obrigada - Maya diz e apoia sua cabeça no ombro dele.

- Eles estão indo atrás do final do arco íris - Dylan não se controlou
- Para de mexer com coisa séria moleque! - Carla levanta exaltada
- eu não tô mentindo Mãe!
- Para de fal - Ralph interrompe sua esposa
- Não é possível! - fica boquiaberto
- Você acredita nisso Raph? - Ingrid questiona
- meu pai sempre escrevia nos diários dele sobre o final do arco-íris, eu dei o diário pra ela - abaixa a cabeça
- O que? Ficou maluco, você entregou um passo a passo de como matar a nossa filha Ralph? Você não se lembra que foi assim que o senhor Ronald morreu?! - se exalta
- E o Will inventou de se juntar a isso! Ai meu Deus! - começa a chorar
- parem de gritar e vamos para a estação de trem! Eles devem estar lá ainda -Dylan teve uma ideia boa pelo menos.
Sem nem pegar nada os quatro correm para o carro e partem para a estação que não era longe. Durante todo caminho Ingrid e Carla choravam, Ronald não se deixava cair uma lágrima, sabia que sua filha era corajosa, sabia que junto com o Will poderia ser forte, mas ela ainda era uma criança.
Quando chegaram a estação, foram até o caixa e logo avistaram a senhora ranzinza
- Boa noite senhor, você viu se duas crianças passaram por aqui? Uma menina ruiva  e um garoto de cabelos castanhos - Ralph pergunta
- eu sou mulher - responde ser dar a mínima para eles
- olha, minha filha e o amigo dela podem estar por aí sem nenhuma proteção, então nos ajude - suplica
- Eu vi sim - ainda sem dar a mínima
Eles ficam em silêncio
- Aonde? - Ingrid grita
- compraram passagem para Green City
- O que? - Dylan apavora
- e que horas saiu esse trem? - Ralph pergunta
- Já tem umas duas horas
- E você deixou eles irem? - Carla grita com aquela mulher
- olha a minha cara de quem se importa - ela encara Carla com um bela cara de "deboche".

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