Capítulo Seis

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Era por volta de uma da tarde, o estômago dos dois começava a doer, a fome já apertava, o senhor Pedro já havia percebido isso:
- Se quiserem crianças, tenho sanduíches nessa bolsa - entrega para eles
Os dois sem pensar muito,abrem a bolsa e retiram de lá aquilo que mataria a fome deles
- esse sanduíche é de que? - Will pergunta pela curiosidade
- Fígado de bode!
Na mesma hora os dois largam o sanduíche
- estamos sem fome - Maya da um sorriso amarelo para ele
- Tem uma lanchonete de primeira aqui por perto!
- Aqui tem lanchonete? - falam em uníssono
- Claro, é a melhor da região!
- da região? - Will o encara
- dessa região! - ficam decepcionados - olha, eu sei que estão com fome, mas é o que temos!
- Obrigado! - Will agradece.

- Oi, boa tarde! Você viu se duas crianças passaram por aqui, uma menina ruiva, e um menino com cabelos castanhos, eles devem ter 1,55 de altura - Ralph explica a um senhor no ponto de ônibus
- Chega, eu vou ligar para a polícia! - Carla pega o celular na mesma hora
Ralph não tinha mais nenhum argumento, queria que sua filha  concluísse a missão, mas ao mesmo tempo, tinha que saber onde a filha dele estava
- polícia de Green City, boa tarde!
- boa tarde, eu quero registrar o sumiço de duas crianças - diz gaguejando
- seu nome por favor
- Carla Morello
- poderia nos descrever as crianças e a última vez que os viu?
- nós somos de Pacific Valley, mas no dia de ontem, eles pegaram um trem escondido e vieram para cá. A primeira criança é Maya Morello, ela é ruiva e com bastante sardas, já a outra criança é William Aron, tem os cabelos escuros e lisos e tem os olhos claros, ambos devem ter o mesmo tamanho - diz rapidamente
- Estamos mandando uma viatura a encontro de vocês!

O  caminhão parou na lanchonete, que mais parecia uma espelunca, havia um grande letreiro que dizia "Hungry Trucks" e havia bombas para abastecer os carros
- Bem vindos ao melhor da Região! - diz ele quando descem do caminhão
- Tô vendo - ela solta
- e que nome é esse - Will diz e eles riem
"Hungry Trucks" era cheio de caminhoneiros e motoqueiros.  Tocava músicas ao fundo e as garçonetes usavam patins, parecia um filme dos anos 90.
Eles se sentaram em uma mesa e logo veio uma mulher com os cabelos escuros cacheados presos em um perfeito rabo de cavalo
- o que desejam? - diz sem paciência
- Oi gracinha, eu queria você!
- E eu queria que você largasse do meu pé Pedro, mas a vida é assim! Nem sempre temos o que queremos - diz com deboche
- lindinha! Você ainda vai ser minha!
- espera sentado, em pé você vai cansar!
- nós vamos querer três  hambúrguers! - Maya fala interrompendo aquele conversa embaraçosa
- mais alguma coisa? - diz anotando em seu caderninho
- traz três sucos! - pede Pedro ainda focado nela
Ela sai dali sem nem olhar para Pedro
- Você é meio - Will interrompe Maya
- Trouxa!
- vocês tem quantos anos mesmo? 
- doze! - Maya responde
- são muito espertinhos - se surpreende - olha, estou tentando, tá legal?
- Não brinca - Will zomba
- Ela disse que entre nós nunca vai rolar!
- E você ainda corre atrás dela? - Maya solta
- ela me traiu com um amigo... - deixa no ar
- mas ela não tem nada com você! - Will diz imediatamente
- Vamos mudar de assunto? - Pedro bufa
- desculpe - Maya diz cochichando
- ela gostava do meu amigo que desapareceu - fica triste
-sinto muito por você - Maya pega sua mão
- E você se preocupa com ele? - Maya pergunta
Ele abaixa a cabeça
- olha, tudo bem! A gente entende o valor da amizade, quando você encontra uma uma - Will olha para Maya e segura suas mãos - você sente que encontrou alguém para guardar seu segredos, para embarcar em furadas com você, para te enteder e te aconselhar nos momentos certos e incertos, é como encontrar um irmão! - Maya e Will mudam de cadeira e o abraçam, eles sentiram que poderiam se tornar bons amigos.

Em Green City, as viaturas estavam a todo vapor a procura dos dois, Dylan se sentia mal, sentia que a culpa era dele, ele podia irritar e provocar Maya quase o tempo todo, mas sem ela não era o mesmo. Ingrid estava péssima, Will era seu companheiro, a única pessoa que ela tinha. Ralph conversava em um lugar afastado com um policial
- Meu pai deixou um diário que falava sobre um paraíso que existe no final do arco-íris, eles foram atrás, sabemos que eles foram em direção do arco.
- obrigada pela informação, vou mandar viaturas para investigar, eles podem ter ido para o lado das montanhas
- claro, obrigada Policial!

Lá estava os três com o pé na estrada
- Já estamos chegando crianças, estamos perto das montanhas!
- Aleluia! Não aguento mais - Maya fica aliviada 
As montanhas eram ainda mais lindas de perto, entre elas havia um vale gigantesco que ficava a tal floresta. Essa era a hora que eles estavam esperando, Maya iria cumprir o desejo do avô. Ela tinha medo de não ser digna para encontar o paraíso, mas com fé eles conseguiriam.
O caminhão parou, eles desceram e encararam aquela enorme floresta
- Agora vocês estão sozinhos crianças, eu não tenho essas características para entrar no paraíso
- obrigada Pedro! Por tudo mesmo - Maya o abraça
Maya e Will encaram aquela enorme floresta e ficam com medo do que encontrariam ali
- vamos realizar o desejo dele! - Will segurou a mão dela
Eles começaram a andar e não demorou muito para se verem no meio das árvores gigantescas, era o lugar mais lindo que eles já haviam visto em toda sua vida.

- Acho melhor vocês ficarem aqui, vamos esperar notícias - o policial diz
Carla e Ingrid já não tinham mais forças, elas estavam sem notícias deles a mais de 24 horas.
- Vamos achar eles querida! - Ralph abraça sua esposa
- eu tenho medo Ralph, eu não sei onde eles estão! E não sei se vão voltar.

Os dois aventureiros estavam super esperançosos de encontrar o paraíso, o único problema era que não sabiam se estavam no caminho certo
- Maya, eu não aguento mais! Já estamos andando a meia hora e parece que estamos em círculos
- Calma Will, estamos andando nem cinco minutos, e eu acredito que o Senhor Pedro está certo!
O arco-íris ainda estava no céu com o Pedro havia dito.
- Eu quero saber como seu avô não escreveu sobre essa parte da floresta e como que a gente conseguiu saber que a floresta era para cá? - para no meio do caminho.
- você já ouviu falar em mágica Will? A gente tinha que seguir na direção do vento, seguimos! Depois seguir a porcaria do arco-íris, seguimos! E agora estamos presos nessa floresta sem rumo algum - começa a chorar - e eu só quero a minha casa! Droga, pra que fui meter você nisso - ela senta colocando suas mãos no rosto para secar as lágrimas
Will sentou e a abraçou
- Eu Te Amo Will! - diz entre soluços
- Eu Te Amo Maya! - diz ele retribuindo
- o amor é lindo! - escutam uma voz familiar
Eles olham para o lado e Maya não pode acreditar, era seu avô
- vovô? - diz entre soluços
- quem mais séria? - sorri
Ela corre até seu avô e dá um abraço apertado
- eu não acredito, você está vivo! Como pode? - diz ainda chorando
- vivo? Só na sua imaginação Maya - a encara com um olhar doce.
Will estava imóvel, ele olhava para um lugar fixo atrás deles, Maya olhou para onde ele encarava e viu Rafael e Ingrid juntos.
- o arco-íris mostra aquilo que você quer no fundo do coração - Vovô Ronald explica.

O paraíso das sete cores era um rio que refletia o nosso arco-íris, era o lugar que você via o que mais desejava no fundo do coração.
Will andou até seus pais e os abraçou, e no fundo o que ele queria era sua família junta.

Por pouco tempo que fosse, aquele momento tinha válido toda jornada  deles, o paraíso não era algo como imaginamos em filmes ou livros, era algo melhor, era algo do coração.

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