Capítulo Dois

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Lavelle pov

    — Krystal Grigori, 30 anos,  nascida em Dublin Irlanda. Um metro e setenta de altura, olhos verdes, cabelos loiros:- Hope fez uma expressão de que parecia ser inveja. - Propriedade : Tomorrow Beat, ela mora em um apartamento na Quinta Avenida, nº14. Não há ficha criminal.
    — Bom, acho que precisamos fazer uma visita a Srta Grigori. – avisei .
    — Sim, acho que precisamos. – afirmou.
    — Tenente Lavelle. – olhei para o policial que entrou em minha sala. Seu olhar passou de mim para Hope, que ainda mantinha os olhos fixos no computador. — Um corpo foi encontrado em um beco próximo a avenida centro e dezenove.
    — Mais essa agora. – bufei irritado. — Alguma informação sobre a vítima?
    Seus olhos baixaram então para a prancheta em suas mãos:— Mulher, vinte e sete anos, loira, a polícia encontrou uma identidade junto ao corpo. Jule Parking.
    — Causa da morte? – me levantei já recolhendo meu casaco .
    — Aparentemente enforcamento. – suspirou. — O rosto da vítima está completamente desfigurado.
    — Obrigado. – murmurei e ele saiu. — Vamos Hope, as pessoas resolveram enlouquecer hoje.
    — Acho que temos um cirurgião plástico completamente louco a solta. – comentou irônica .
  



       Assim que cheguei a cena do crime passei por alguns repórteres que tentavam ultrapassar a fita de segurança da polícia.
       — Tenente! Tenente!– olhei para uma mulher que tentava me alcançar com um microfone enquanto um policial a segurava. — Já conseguiram descobrir a identidade da vítima? Temos que nos preocupar com um possível serial-killer a solta? – como não respondi , continuou.— Existe alguma ligação entre a morte de Ross Lamont e esse crime?
       — Ah como eu odeio esses abutres.– resmunguei enquanto colocava luvas antes de me aproximar do corpo .
       — A perícia já colheu tudo o que precisava. – avisou um policial , e eu assenti.— Hope, o que acha deste?
       Olhei para ela de relance que havia torcido o nariz. O corpo estava mergulhado em uma poça de sangue, a roupa da vítima estava completamente rasgada e seu rosto , bom, seu rosto exibiam vários cortes. O assassino não se incomodou em desfigurar a moça, não havia sobrado praticamente pele alguma em sua face.
       — Me lembra alguém, algum conhecido. – comentou enquanto eu me agachava ao lado do corpo e procurava algo em seus bolsos. — A perícia encontrou algo, policial...?
      — Stevens.– completou o jovem recruta aparentemente enjoado com a situação.
      — Já viu algo assim antes, Stevens?– indaguei enquanto olhava as unhas da moça.
      — Não senhor. – sorri, seu rosto estava completamente pálido. — Eu devo admitir que estou enjoado com toda essa cena.
      — Foi você que encontrou o corpo?
      — Sim, senhor. – estufou o peito orgulhoso. — Eu estava patrulhando a área quando encontrei uma bolsa caia próximo a lata de lixo, pensei que pudesse se tratar de um objeto de furto. Mas, então avistei o corpo, acionei imediatamente a central e pedi que enviassem legistas e a perícia.
      — Ótimo trabalho, Stevens. – olhei para o pequeno objeto brilhando banhado em sangue. Tratava-se de um anel. — Você tem esposa, Stevens?
      — Sim, senhor. Estou noivo já faz um ano.
      — Bom. – me levantei com o pequeno arco de ouro na mão. — Quando sair daqui quero que vá para a casa, faça companhia a sua esposa. Homens que saem para encher a cara não tendem a durar muito neste trabalho.
      — Está bem, senhor. – assentiu .
      — Farei uma carta elogiando seu desempenho e atuação e enviarei ao meu comandante. – pela primeira vez sorriu, estava completamente orgulhoso de si mesmo. — Pode ir.
      — Obrigado, tenente.
     Assim que ele deixou o recinto, Hope sorriu.
     — O novato fez um ótimo trabalho.
     — Realmente fez. – alguns policiais novatos não sabiam como agir diante de tal situação, poucos sabiam manter a calma sem entrar em pânico. — A vítima tem marcas no pescoço, provavelmente foi estrangulada com a alça da própria bolsa. – peguei a bolsa no chão e olhei dentro. — Celular, chaves, batons, carteira ainda com dinheiro. – suspirei e olhei para Hope. — Não foi um assalto.
      — Por que diabos alguém escolheria uma pessoa a dedo para fazer tal coisa? – eu realmente não entendia a crueldade das mentes dos seres humanos.
      — Você se surpreenderia com a resposta. – me levantei. — Relate tudo, Hope, e assim que terminar mandem ensacá-la. Assim que o IML entregar o laudo do óbito, me avise.
      — Vai até a Krystal Grigori?
      — Sim. – retirei as luvas após entregar a ela o anel. — Quero descartar a possibilidade de haver ligações entre os dois casos, ou estamos na merda.
      Concordou com um aceno de cabeça.




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