Capítulo Quatro

32 4 3
                                    

    Adam pov.

            "Minha mente trabalhava em planos de fuga enquanto eu dirigia para o ponto de partida do jato particular de Larotcci. Ainda conseguia visualizar o corpo da Clara imóvel em meus braços, Clarice completamente desacordada. Raiva e culpa me atingiam em cheio, a única garota que eu realmente amei e que realmente me importava, estava a um passo da morte e tudo isso era culpa minha, jamais poderia imaginar que Larotcci teria por ela uma certa obsessão.
Assim que cheguei ao local de partida me preparei para seguir com meu plano, assim que estacionei o carro Ron surgiu na minha frente, isto não podia ser melhor.
     — Eu sabia que você viria para cá , seu porco imundo. - sorri enquanto ele rosnava como um cão raivoso. — Eu bem que avisei a Larotcci que você não era confiável.
      — Ora Ron, deixe de ser mimado. - desci do carro , procurando por mais seguranças. Então sorri enquanto discretamente colocava a arma na cintura - Larotcci viu em mim um potencial que não viu em você.
      — Potencial? - riu amargamente. - Soube que você tentou resgatar sua namoradinha, Larotcci não ficou nada feliz em saber disso. - deu de ombros. - Soube que a irmã dela morreu, trágico.
      — É, e agora alguém tem que pagar por isso.
      — Elas eram gêmeas, não é? - minha raiva incendiou meu peito, podia sentir meu coração pulsando mais forte a cada batida. — Aposto que ela era tão gostosa quando a irmã .
       Quase incapaz de me controlar, avancei sobre ele com um soco que o fez recuar, logo avancei com uma cotovelada sobre seu nariz. Com um sorriso ele me agarrou pela cintura me jogando no chão, tentei proteger meu rosto enquanto uma série de soco . Então senti o peso de seu punho me atingir em cheio no maxilar, minha cabeça pareceu girar , o soco que veio a seguir me tirou da realidade, tudo pareceu ficar lento . Eu podia ver seu punho vindo em minha direção . Então puxei a arma da cintura e disparei, não mirei apenas puxei o gatilho.
       Me levantei um tanto trôpego e olhei para Ron que se arrastava com a mão no abdômen.
       — Te vejo no inferno, filho da puta. – sangue e miolos se espalharam pelo chão. "
  
        Guardei aquela lembrança em um canto escuro de minha mente quando a minha secretária anunciou que havia uma detetive da homicídios querendo falar comigo. Já esperava por isso, Krystal havia me avisado que  Lavelle havia procurado por ela.
         — Mande-a entrar. – ordenei pelo telefone. E enquanto aguardava observei toda aquela cidade imensa com gigantescos arranha- céus , e suspirei. Com certeza eu havia criado um império e estava feliz com o rumo das coisas.
         — Com licença, Srº Armstrong.
         Acenei com a cabeça para Rebecca e me levantei para saudar a bela detetive.
          — Srº Armstrong, sou a detetive Rush. – apertou minha mão firmemente.
          — Me chame de Adam , por favor. Gostaria de beber algo? Uma água ou café?
          — Não será necessário, gostaria de lhe fazer algumas perguntas. – seu semblante sério avaliava cada gesto e feição do meu rosto.
           — Ah claro. – sentei atrás de minha mesa e indiquei a cadeira a frente para ela, suspirei. Ross com certeza havia feito uma merda tremenda.
           — O senhor conhece Ross Lamont? – puxou um bloquinho e uma caneta.
           — Ah claro, o sujeito era um traficante medíocre. – bufei. — Ross fornecia drogas para alguns de meus investidores, você sabe como é. – sorri na esperança de que ela aceitasse meu charme. — Alguns sócios precisam de algo para ficarem " alertas".
           — Entendo. Tem muitos sócios, Adam?
           — Alguns. – dei de ombros.
           — É de se surpreender que um cara com uma ficha como a sua tenha construído algo assim. – sorriu fria. — O que me faz pensar : O que um cara como você precisou fazer para chegar até aqui? Uma empresa de alarmes considerada a melhor entre muitas outras, acredito que sua habilidade de invadir e furtar casas ajudou com isso , não?
            Dura, direta e fria. Interessante. Ela havia feito umas pesquisas antes de vir até mim e eu admirei isso. Estudei o peito orgulhoso e deixei meu sorriso aumentar.
             — Jovens cometem erros, eu me envolvi em vários deles. Veja bem,não havia uma figura paterna ou materna ao meu lado, eu praticamente me criei.
             — Não acredito que você seja do tipo que chora sem a mamãe. – debochou.
             — A não, com toda a certeza. – apoiei meus cotovelos na mesa e olhei diretamente em seus olhos. — Veja bem, eu era um moleque e precisava me manter então alguns "caras" me ensinaram a sobreviver. As ruas me ensinaram muitas coisas como a ser forte, rápido, ágil. – suspirei. — E foi o que fiz.
              — Se tornou um bandinho meia boca. – recostou na poltrona e sorriu. Durona . — Agora me diz que assunto um traficante de merda como Ross, tinha com você?
               — Conheci Ross em uma noite na boate da Krystal, ele trabalhava lá e posso garantir ele queria muito subir na vida. – recordações da tal noite me vinham a mente. — Ele se aproximou como quem não queria nada, ganhou a confiança de todos e quando vi, alguns senhores já estava perguntando sobre drogas.
               — E você não gostou nada disso, não?
               — A princípio não, ele estava apenas observando alguns assuntos. Pude notar seus olhos em muitos dos nossos papéis. – dei de ombros. — Tenho negócios com a Srtª Grigori também, minha empresa é responsável pela segurança daquele lugar e posso jurar que Ross estava de olho nos códigos de segurança e tudo mais.
              — O que houve depois que notou isso?
              — Exatamente três dias depois a boate foi assaltada, Krystal mantinha todo o dinheiro da semana guardado lá até o dia em que fazia os depósitos em sua conta, o assalto foi um dia antes. A boate teve um prejuízo enorme, muito dinheiro foi levado . – me levantei e olhei para os enormes prédios lá fora. — Ross foi acusado de sabotar os alarmes e ajudar quem quer que tivesse furtado, mas como não havia provas Krystal apenas o demetiu.
              — Então, Krystal e Ross não se davam bem.– suspirou. — Se havia problemas entre os dois, por que Krystal o mantinha perto ?
              — Crescer nas ruas me fez aprender uma coisa, não se pode confiar em ninguém . – olhei em deus olhos. — Ross tinha Krystal nas mãos, ele sabia de algo que ninguém mais sabia. Veja bem, Krystal e eu temos uma relação de amizade há anos e isso posso garantir que nem mesmo eu sei.
              — Então, vocês são amantes?
              — Amantes? Não. – soltei uma gargalhada, aquela palavra era ridícula. — Krystal me procura quando precisa de uma noite de sexo e eu me disponho. Adoro mulheres duronas. – pisquei para ela e vi suas maçãs do rosto enrubescer.
               — Uma última pergunta, – pigarreou e baixou os olhos para a mão.— Pode me dizer onde estava na madrugada de 15 de fevereiro?
               — Se bem me lembro, tive uns assuntos para resolver com Krystal e mais uns caras, terminamos tarde. – gesticulei com as mãos. — Krystal e eu fomos para meu apartamento ficamos juntos até às três horas da manhã.
              — Então não passaram a noite toda juntos?
              — Não, posso garantir. – peguei uma agenda da gaveta e entreguei aberto para ela. — Tinha um vôo marcado para as quatro da manhã, estava fora da cidade.
              — Okay, muito obrigada pela cooperação. – estendeu a mão .
              — Você é realmente muito instigante detetive Rush. – apertei sua mão levemente. — Acredito que nos veremos mais vezes.
               — Não aposte nisso. – sorriu de modo delicado e se virou a caminho da porta.



SilenceOnde histórias criam vida. Descubra agora