Sinopse:
Alycia Hernández sempre nutriu um amor platônico pelo filho dos patrões de sua mãe, Josh Kent, desde menina ela descobriu o amor na sua forma mais pura e inocente.
Porém, a menina doce e ingênua se transformou em uma brilhante advogada, fo...
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Após, alguns minutos dirigindo, estacionamos em frente a um lindo restaurante na Zona da Union Whart.
- Espero que goste de frutos do mar. -Ele me olha ainda com o semblante fechado.
- Eu amo frutos do mar. -Falo totalmente deslumbrada, pois a vista panorâmica daqui é linda. Da para apreciar a baixa bostiniana e as fachadas centenárias de tijolos vermelhos de North End, além de sentir a brisa fresca que sopra do oceano.
- Que bom que acertei, porque eu também adoro frutos do mar e a vista deste lugar. Vamos.
Saímos do carro e entramos no restaurante bastante aconchegante e sofisticado, somos direcionados a uma mesa ao lado de uma janela de vidro que dá direto para bela vista do mar. Nos acomodados, eu em uma cadeira de frente para Josh, para colocar o máximo de distância possível entre nós, pois tenho medo de sucumbir ao seu charme e ouvir meu tolo coração.
- Nossa é tudo tão lindo daqui!
- É verdade, este restaurante é bonito sim, mas nada comparado ao que vejo agora em minha frente. -Ele fala me encarando e com o semblante sério, como se estivesse constatando um fato. Tento não corar com sua declaração.
- Não sei o que vou pedir. -Mudo de assunto, enfiando o cardápio na minha frente, tentando desviar o foco para outra direção.
- Boa Tarde, senhor Kent e senhora. -O garçom nos cumprimenta ao se aproximar com um bloquinho na mão para anotar nossos pedidos.
- Boa Tarde, Juan.
- Boa Tarde.
- Já escolheram o que vão pedir?
Informamos os nossos pedidos ao garçom que se retira após colocar uma garrafa de vinho tinto sobre a mesa e servir nossas taças. Nem tinha percebido o momento em que Josh havia feito o pedido do vinho.
- Não vi você fazer o pedido do vinho. -Comento.
- Eu não o pedi.
- Mas, como o garçom o trouxe sem você fazer o pedido? E a propósito, o vinho e delicioso. -Constato após dar um gole no vinho delicioso, tinto suave, com um leve sabor trufado. Divino!
- O Juan o trouxe, porque ele conhece os meus gostos para vinho e toda vez que venho neste restaurante, o que é quase sempre, ele que me serve. Por tanto, conhece todas as minhas preferências.
- Ah! Isso explica o fato dele saber o seu nome e você ao dele.
- Pois é. Então, Alycia Hernández, conte-me mais sobre você.
Quase engasgo com o seu pedido, pois me pegou desprevenida, por que, apesar de não se lembrar ele sabe algumas coisas sobre mim sim, mesmo que ínfima.
A minha mãe trabalhou anos para família dele, eu fui presença constante em sua casa desde que me entendo por gente, além do fato de que ele foi o meu primeiro e único homem, diga-se de passagem, mas se eu e tudo o que diz respeito à mim é tão insignificante para ele ao ponto de sequer lembrar-se de me ver perambulando pela sua casa com o passar dos anos e de que ele me tomou a alguns anos atrás no seu quarto de fraternidade, não serei eu a clarear sua mente e muito menos irei me humilhar perguntado se ele não lembra-se de mim.
- Prefiro deixar a minha vida pessoal fora dos assuntos que iremos tratar se não se importa. -Falo de modo ríspido, não me contendo em constatar que a pessoa que fui antes, não significava nada para ele.
- Olha, Alycia eu realmente quero te conhecer melhor e esse "conhecer melhor" envolve mais do que assuntos de trabalho.
- Por que você quer me conhecer melhor? Eu não entendo, somos apenas colegas de profissão que têm que trabalhar juntos em prol de um caso em comum, só isso.
- Você sabe muito bem que não é só isso, há algo entre nós, algo forte e que nos puxa um para o outro como ímã. Sei que você sente isso, porque está estampado em seu rosto toda vez que me aproximo de você, quando te toco ou quando simplesmente estamos perto um do outro.
- Olha Josh, não vou negar que sinto uma forte atração por você, porém, não me culpo por sentir isso, até porque você é um dos homens mais bonitos e másculos que já vi em toda minha vida, mas não podemos nos envolver, pelos motivos que já expliquei anteriormente. Além do fato de estar noivo e isso por si só já é um fator essencial para mantermo-nos no âmbito profissional, sinceramente, minha vida já é complicada demais para querer me meter no relacionamento de outras pessoas.
- Não nego que tenho um envolvimento de anos, mas não chega a ser relacionamento, porque já deixei bem claro para Kelly que não somos namorados e de que sou livre para sair com quem eu quiser e ela também.
- Então você quer me dizer que ela fica bem com isso? Que aceita numa boa, ver o cara que ela gosta com outras mulheres? -Pergunto horrorizada com o nível de desprendimento da parte dela. Mas, se antes eu não queria me envolver com ele, agora menos ainda, pois não aguentaria ter que participar desse relacionamento louco ao qual esse dois estão acostumando e muito menos me sentiria bem em ter que dividi-lo com qualquer outra, meu coração não aguentaria. Melhor sair disso antes que seja tarde. Penso, com tristeza.
- Nós nos entendemos e tem dado certo até agora. - Ele diz, simplesmente, tomando um gole do seu vinho, como se estivesse falando sobre o tempo e não sobre a sua vida amorosa. O garçom chega com nossos pedidos e eu dou graças a Deus, porque só assim não tenho mais que presenciar a forma fria com que ele lida com os sentimentos alheios.
