XIX

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                               KIRA
                     LOS ANGELES

— falando sozinha? — ouço uma voz masculina.

Assusto com a voz que soa atrás de mim — Axel! Você me assustou — falo levando a mão ao peito.

— Não foi minha intenção — se aproxima colocando sua jacketa em meus ombros — Eu... — o intemrompo antes mesmo que ele comece.

— Não! não aconteceu nada — falo por último.

O ouço suspirar, ficamos parados observando a lua. Sem proferir uma palavra, apenas o silêncio é nossas respirações.

Quebro o silêncio — Já está tarde! eu to cansada — levo minhas mãos até o pescoço. Essa coisa de dormir no chão, tá acabando comigo! — vou pedir um táxi! — falo discando o número no celular.

— Oque? Você não vai pra casa! — me encara com o cenho franzido — quer morrer porra? — fala entre dentes.

— Axel! Não seja dramático — falo com o celular na orelha — Ah, preciso de um taxi na avenida... — não termino de falar por motivos que Axel tomou o celular de mim, desligando o mesmo.

— Não, não honey! — zomba de mim, segurando o celular pra cima!

— Devolve Axel! — tento pegar o celular da sua mão, más ele é muito alto, tento alcançar o mesmo dando alguns pulos, más é em vão, ouço sua risada, parece que alguém se diverte com a situação. — fica pra você! — o empurro, passando por ele, começo a caminhar pra longe dali.

— Ei! a onde você vai? — fala — Kira! — grita.

Não dou ouvidos para os seus gritos, como ele consegue ser assim, sua bipolaridade me irrita ao extremo. — bye bye Axel — aceno para o mesmo.

Já faz alguns minutos que estou andando, não tenho presa pra chegar em casa, não tenho medo de estar em uma rua pouco movimentada, carrego meus saltos nas mãos, sinto o frio do asfalto em meus pés, a brisa bate em meu rosto, a lua ilumina a rua.

— J'ai demandé à la lune, La France veut elle encore de moi? — cantarolo.

"Eu perguntei a lua, A França ainda me quer?"

Lembro me dessa canção, será que a França ainda me quer? Sinto tanta falta de casa, falta do Papa, não tive mais contato com ele desde que deixei meu país, ele me culpa pela morte de sua amada esposa! — uma lágrima solitária desce pelo meu rosto.

Sou tirada de meus desvaneios quando ouço um barulho istridente se aproximando, sinto o chão tremer. Observo uma moto que conheço muito bem, dobrar a esquina, se aproximando de mim em seguida, começo a caminhar rápido, muito rápido. Ele acelera a moto, parando a mesma em minha frente rapidamente, me impedindo de continuar correndo.

— Ta louco? Você quase me atropelou. — falo já alterada.

Observo ele descendo da moto, tirando o capacete em seguida.

— Eu já disse! Você não vai pra casa e muito arriscado — diz pegando em meu pulso.

Me esquivo de seu toque! — Porquê você se importa? — falo em um sopro.

Ele me olha de cima em baixo, com os punhos fechados, o mesmo se vira, indo em direção a sua moto.

— Porquê você se importa? — grito tão alto que sinto minha garganta queimar.

Ele se vira rapidamente — Porquê eu não posso deixar que te façam mal, porra! — grita no mesmo tom.

Sinto um frio na barriga. — O único que me faz mal aqui, é você Axel Hill — as palavras saem rapidamente.

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