𝙥𝙧𝙤𝙡𝙤𝙜𝙪𝙚.

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p r o l o g u e;

D O R C A S.


O vento sopapeava seu rosto com leveza, rápido e sutil; o tempo nortenho tão pouco conhecido pela menina estava surpreendentemente agradando-a acima das expectativas

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O vento sopapeava seu rosto com leveza, rápido e sutil; o tempo nortenho tão pouco conhecido pela menina estava surpreendentemente agradando-a acima das expectativas. Estavam a dias na estrada do rei e para ela, cada segundo parecia proveitoso. Novos frutos, flores e animais que fora privada de conhecer durante toda sua vida lhe rondavam como se o fizessem à anos. Seu cavalo trotava vitorioso, à frente das grandes carruagens que carregavam parte de sua família e grande porcentagem das mais importantes famílias que residiam Porto Real. Dorcas suspirou ao lembrar que atrás dela, uma cidade volátil movimentava-se devagar e presunçosamente. Odiava ter de acompanhar a família real de sua irmã em viagens como esta, mas ir para o Norte sempre foi um desejo sadio na realidade da menina. Histórias sobre a grande muralha que separava-os do desconhecido, canções sobre a era dos heróis e as grandes batalhas que tiveram Winterfell como cenário, e lendas de crianças de cristais que sugavam almas humanas. Era tudo fascinante o bastante para fazer Dorcas largar sua rotina em Porto Real e acompanhar o rei em sua longa jornada que durara quase três meses.

Naquela manhã, quando ainda era noite e o frio aporrinhava-lhe as orelhas, havia decido que trocaria seu vestido bordado com fios de ouro e veludo vermelho por uma calça de seu irmão mais velho, surrada e ainda suja de barro, e uma de suas antigas camisolas, que agora cobriam seu dorso com o mais leve dos tecidos. Jaime lhe alertara com o frio de veraneio, mas teimosa feito seu pai, Dorcas apenas o ignorou, arrependendo-se no exato momento em que sentiu uma brisa pesada em seus olhos, fazendo toda a extensão de seu pescoço arrepiar-se instantemente. Chegariam naquela tarde, pensou a garota, não dispensaria uma última cavalgada enquanto poderia.

Enquanto Freya, sua égua de pele clara e crina trançada, cavalgava alegre pelos bosques mergulhados em neve recém formada, Dorcas apreciava as paisagens do Norte, e depois de algumas horas, percebera seus dedos dormentes, roxos e esbranquiçados. Com calma, acariciou Freya e a direcionou para uma das mansões flutuantes que parava para alimentar os fortes e destemidos cavalos que a guiavam.

- Só você mesmo para sair neste tempo. - disse seu irmão Jaime ao receber uma pequena trouxa de roupas que a irmã pegara emprestado. - gostando do Norte?

- Não sou vivida como você, Jaime. - respondeu a garota já girando a maçaneta para deixar o cômodo do irmão quando lembrou-se de perguntar algo que escutara um dos guardas do rei murmurar naquela manhã. - quando chegamos em Winterfell?

- Temo que daqui há algumas horas, irmãzinha. - respondeu Jaime deitando-se em sua cama com um riso preguiçoso no rosto. - o que planeja fazer até lá?

- Cersei estava fazendo uma cena para que eu deixasse de agir feito selvagem e me limpasse logo, então se não me engano, um banho deve estar sendo preparado. - Dorcas parecia divertir-se com as broncas inacabadas da irmão mais velha; era pouco próximas, Cersei sempre a invejou pela proximidade com seu pai, mas jamais deixaria que a menina soubesse.

𝗹𝗶𝗼𝗻 𝗯𝗹𝗼𝗼𝗱 ↯ r. starkOnde histórias criam vida. Descubra agora