Capítulo 2

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Fiquei horrorizada com o que meus olhos viam Inu-yasha e Kikyou estavam transando, eles estavam completamente nus e não me perceberam... Por isso estavam tão distante do vilarejo, não queria que ninguém os visse ou ouvissem, senti meu coração se quebrando aos poucos. E quando ela falou foi como se uma adaga fosse enfiada em meu peito, terminando de me torturar em minha dor...

– Vamos ficar... Juntos Inu-yasha? - Kikyou perguntou em meio a um gemido.

– Para sempre, minha Kikyou! - Inu-yasha respondeu meio estranho, quando atingia o clímax.

Após ouvir isso sai dali correndo, não queria que ele soubesse que tinha voltado e nem do que eu era capaz, não depois do que eu vi e ouvi. Continuei a esconder a minha presença e fui em direção a uma clareira que sempre vou quando estou triste ou quando quero ficar sozinha, o que nesse momento, são os dois casos. Quando cheguei fiz uma barreira para que ninguém me encontrasse ali e chorei. Meu coração estava se despedaçando aos poucos, ou terminando o que já tinha começado a alguns minutos atrás. Toda a minha alegria de minutos antes se foi e eu me entreguei a essa dor que está me esmagando e que esta me atrapalhando a respirar, a sensação que eu tinha era que tinha alguém em cima de minha caixa torácica. Deitei no chão da clareira e deixei a dor tomar conta do meu corpo e da minha mente. Estava tudo nublado, a dor era incessante e minhas lagrimas não paravam devido a tamanha dor.

Lembrei-me de todos os momentos que tive com Inu-yasha, das nossas conversas, uma em especial, uma em que eu disse que ficaria sempre ao lado dele, independente do que fosse. Como fui uma idiota, pensei que ele me amasse ou que pelo menos gostasse um pouco de mim, para levar meus sentimentos em consideração, mas vejo que todo esse tempo eu fui uma substituta de Kikyou, não me impressionaria se ela já não estiver no meu lugar como detector de fragmentos da Joia... Essa era a chance dele de coloca-la no grupo sem me magoar e sem afrontar ninguém, pois eu decidi treinar e não falei nada para ele, e fui de livre e espontânea vontade para esse treinamento, mas o que mais me magoou é que ele não esperou por mim. Que ironia, eu disse que esperaria por ele e ele não esperou por mim...

A dor ainda estava martelando em meu peito, e no meio dessa dor eu tomei uma decisão, não vou mais sofrer por Inu-yasha, ele não me quer então não vou mais querer ele, não vou mais ser uma substituta de ninguém. Vou continuar procurando os fragmentos, vou agir como se nada tivesse acontecido, como se eu não soubesse que ele e Kikyou estão juntos, alias se ele quiser por que provavelmente ela já esta no meu lugar, então eu saio à procura pelos fragmentos sozinha, Sango, Miroku, Shippou estariam melhor com Inu-yasha do que comigo então eu vou sozinha, ate porque eu que despedacei a joia em fragmentos. Se Inu-yasha quiser posso continuar como amiga dele, mas como parceira amorosa, não mais, nunca mais...

Meu coração ficou mais calmo agora, já parei de chorar, mas meu peito ainda pesa, não vou voltar para a casa da vovó Kaede hoje, vou ficar na clareira essa noite, ate porque já passei tantas noites na floresta que mais uma não vai me matar, continuei deitada alguns minutos, não havia me mexido nem por um instante enquanto a dor me esmagava, e também nem sei quanto tempo passei nessa posição, poderiam ser segundos, minutos ou horas... Voltei ao meu devaneio chamado Inu-yasha, mesmo não querendo, na verdade ele nunca disse que me amava, acho que ele nunca me amou, eu que me enganei todo esse tempo, achando que ele gostava ou que se importasse pelo menos um pouco comigo, mas não! Como sempre eu que tirei conclusões precipitadas.

Como na clareira tinha uma terma próxima, resolvi levantar e tomar um banho para relaxar e esquecer toda essa merda, quando voltasse eu dormiria por aqui mesmo.

Novamente Kagome não percebeu que estava sendo observada por um youkai de olhos âmbar, ele a seguiu todo esse tempo, viu quando ela presenciou Inu-yasha e Kikyou juntos e depois todo o tempo em que ela permaneceu chorando na clareira e a forma como ela sofreu, ele não sabia explicar, mas se sentiu incomodado com o que ocorrera "como alguém podia machucar um ser como ela?", isso era o que ele pensava e se perguntava. Quando saiu de seus devaneios se deparou com uma cena que nunca pensou em ver: Kagome nua. Ele ficou observando enquanto ela tirava a roupa. Kagome tinha um corpo esguio, mas um pouco musculoso, nada que tirasse a feminilidade dela, pelo contrario dava a ela um ar de mulher, as curvas de seu corpo eram perfeitas em contraste com seus seios medianos e firmes, e seu quadril largo. "Kagome é linda" foi isso o que ele pensou. Resolveu se retirar antes que ela tivesse efeito direto em sua ereção, mas decidiu que ficaria por perto, no caso de alguém se aproximar.

Depois que tomei banho me senti mais relaxada, peguei meu saco de dormir na minha mochila e me deitei. Logo Kagome adormeceu e teve sonhos conturbados com Inu-yasha, mas conseguiu dormir a noite toda.

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Quando acordei fiz a minha higiene pessoal e me dirigi ao vilarejo, claro que após alguns instantes de reflexão, pois iria encontrar Inu-yasha e talvez a Kikyou também.

Quando cheguei fiquei encantada tudo era como eu me lembrava, fui direto para a casa da vovó Kaede, quando eu ia entrar na casa da vovó, escutei uma voz que eu reconhecia muito bem dizendo:

– Não acredito! Você voltou Kagome!

Virei-me lentamente e olhei naqueles olhos cor de mel que me encaravam atônitos e surpresos, esboçando um pequeno sorriso alegre.

– Olá Inu-yasha - disse com um sorriso sarcástico no rosto, agi como se a noite de ontem nunca tivesse existido. Como se nunca tivesse existido tal dor.

Os Fragmentos do meu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora