★ 06. Dia de clássico

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O Maracanã estava lotado mais uma vez, o mandante da casa havia convocado toda a sua Nação para comparecer naquele dia de clássico e assim eles fizeram, a torcida do rubro negro estava em peso no estádio pronta para apoiar o time.

No meio de mais de trinta mil pessoas estava Julia vestida com a camisa do time com um número nove nas costas junto ao nome de Gabriel e cantando todas as músicas que conhecia em plenos pulmões se sentindo energizada no meio de tanta euforia e emoção.

— Em dezembro de 81, botou os ingleses na roda. — gritou junto com os outros. — 3 a 0 no Liverpool, ficou marcado na história.

Ela estava pronta para pegar o celular e gravar um story de toda aquela festa quando os times de Flamengo e Fluminense começaram a entrar lado a lado para cantar o Hino Nacional.

Um sorriso brincou nos lábios de Julia quando o viu, Matheus Thuler seria titular naquela noite de domingo por conta de uma lesão não tão grave porém o suficiente para tirar Léo Duarte daquele jogo e mesmo que sentisse muito por Léo, ela estava feliz de vê-lo jogar.

O Hino foi tocado como o planejado e as sete horas em ponto, o juiz apitou para que a bola rolasse pela primeira vez naquele primeiro tempo.

O jogo havia começado quente assim como a maioria dos Fla x Flu que sempre levavam os jogadores e torcedores a um nivel de irritação gigantesco.

— Só pode ser brincadeira! — Julia já deixou o seu primeiro grito indignado no meio da torcida quando dois jogadores do Flamengo levaram cartão amarelo.

E nem tinha quatro minutos de jogo.

Piris da Motta havia feito uma falta no adversário e havia sido penalizado com o cartão e segundos depois do juiz colocar o mesmo no bolso, Thuler começou a sua reclamação pelo companheiro de time e também ganhou o seu.

Após isso, o primeiro tempo correu agitado porém sem mais nenhum cartão para ambas as partes para o alívio do torcedor que não queria mais nenhum jogador pendurado ou expulso naquela partida.

Já no segundo tempo, com o placar ainda zerado para ambos os lados, Vittinho foi o azarado da vez ao dar um carrinho maldoso em Gilberto, lateral direito do Fluminense.

Com tantas tentativas mal sucedidas a gol, a torcida mal acreditou quando Bruno Henrique chutou para dentro do gol fora da área fazendo o primeiro gol da partida.

E nem quando trinta minutos depois com o jogo empatado e faltando um minuto e meio para o fim do jogo, Matheus cabeceou para dentro das redes levando mais de quarenta mil pessoas ao delírio.

Matheus Thuler havia sido o nome da emoção.

Julia sentia seu coração acelerado pela felicidade da vitória como qualquer outro torcedor do maior do Rio porém com um motivo a mais por trás.

Viu o time se caminhar para os vestiários e Matheus parar para dar entrevista a um repórter da Rede Globo com um sorriso no rosto.

A tatuadora acompanhou a torcida para a saída do estádio mas parou ao sentir seu celular vibrar no bolso e sorriu ao ler a mensagem.

“Gostou do seu gol, marrentinha?” Era o que a mensagem dizia e ela se apressou em responder.

“Então foi para mim? Me senti especial agora, obrigada jogador.”

“Bem que você poderia me agradecer pessoalmente, né? Vai atrás das meninas e vem me ver.” ela mordeu os lábios antes de ponderar na resposta.

Eles estavam juntos desde aquela noite em seu apartamento, não haviam se rotulado como nada e nem muito menos se assumido para todos então por mais que parecesse bobo, seria um grande passo.

“Estou indo.” digitou antes de fechar o aplicativo de mensagens e ir até os contatos procurando por Maysa ou Marilia.

Acabou ligando para a primeira e teve uma pequena conversa antes de marcarem um ponto de encontro para então irem até os vestiários.

— Esquentadinha! — a voz de Matheus se sobressaiu no meio de tantas outras.

— Eu detesto esse apelido, sabia? — ela passou as mãos pelos cabelos molhados do rapaz quando ele rodeou sua cintura com as mãos fortes.

— Sabia e não ligo. — seu sorriso era gigante. — Não vai me parabenizar pelo gol?

— Ah, claro. Meus parabéns pelo seu gol, zagueiro.

— Obrigado, linda. — encostou o nariz sobre o dela mas logo ficou confuso com o recuo. — O que foi?

— Você tem certeza? Todo mundo está olhando. — ela deu de ombros.

— Nunca tive intenção de esconder nada para ninguém, Juli, eu tenho certeza que gosto de você e quero estar contigo. Você tem certeza do que quer?

Ela assentiu.

— Ótimo. — voltou a aproximar seus lábios e a beijou sem se importar com os gritos e zoações ao seu redor vindo de alguns amigos e companheiros de time.

Imaturo • Matheus ThulerOnde histórias criam vida. Descubra agora