Capítulo 13

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Não sei onde estava com a cabeça quando cai na conversa da Rachel e aceitei participar de um encontro duplo, com o objetivo de fazer companhia para o primo do Brad, enquanto ele e minha irmã ficam se agarrando por aí em algum canto da insuportável festa oferecida por um grupo de veteranos de uma turma de engenharia civil.

Eu poderia estar em casa maratonando GOT ou Lúcifer, comendo brigadeiro ou uma deliciosa pizza com refrigerante, mas não, estou aqui ouvindo a conversa fiada de um cara que é até bonito, porém, completamente idiota.

Vou te matar, Rachel. Ameaço minha adorável irmã em pensamentos.

Aquela cabeça de tomate - sim, de tomate, porque a louca está tão ruiva quanto a Karin Uzumaki - inconsequente e safada, me paga.

"Não vai beber nenhum pouco?" Nego-me a aceitar a lata de cerveja ou qualquer outro tipo de bebida desse lugar. Vai saber se não tem algum tipo de droga. "Você é muito gostosa, sabia?"

"Eu não sou comida ou bebida para ser gostosa." O idiota gargalha da minha resposta afiada, enquanto bebe mais da sua cerveja. A música alta já está provocando pequenas pontadas em minha cabeça, aquele amontoado de gente suada, com inúmeros cheiros de perfumes se misturando na sala que apesar de enorme, tornou-se pequena para tanta gente. "Vá procurar outra garota por aí, pois de mim não vai conseguir nada, Paul."

"Eu gosto de mulheres difíceis." O sorriso do canalha, olhando para as minhas pernas, faz com que eu desejasse ter escolhido uma calça ao invés de um vestido. O que é ridículo, já que as mulheres devem usar o que bem entenderem e serem respeitadas, independente da roupa que estiverem usando. "Podemos nos divertir bastante, gatinha."

Afasto a mão que tenta acariciar meu rosto, sentindo nojo e raiva se misturando em meu peito.

Disposta a me livrar desse babaca, dou-lhe as costas e me afasto. É uma verdadeira luta atravessar aquele mar de jovens dançando, agarrando-se como se o mundo fosse acabar no próximo segundo. Na cozinha encontro algumas pessoas conversando, atravesso o recinto e respiro aliviada quando o vento frio da noite me atinge assim que saio diretamente no jardim. Se lá dentro está um inferno, aqui a calmaria reina com um céu estrelado como testemunha dos poucos casais se beijando em algum canto mais escuro.

Dirijo-me até a piscina e tiro meus sapatos, antes de me sentar e colocar os pés dentro da água morna. Deixo a bolsa de lado, junto com os sapatos, agradecendo a Deus pelo idiota do Paul não ter me seguido.

Nunca mais caio nessa conversa de encontro as cegas.

É em cada roubada que a Rachel me mete.

Não é porque ela e Naruto estão namorando, que eu também precise namorar. Tudo bem, eu queria um cara para chamar de meu, para fazer meu coração bater mais forte e várias outras coisas, no entanto, depois de uma fase conturbada de sair por aí me agarrando com todo carinha bonito que conhecia, na tentativa de aplacar aquele fogo do meu corpo, eu percebi que devo me respeitar para ser respeitada.

Existem outras formas de matar um pouquinho daquele desejo que queima no meu interior.

Balanço a cabeça rindo de mim mesma e da minha carência absurda.

Mas as mulheres não devem conhecer o próprio corpo e se satisfazer da forma que acharem melhor? É um livre-arbítrio, oras! Não deveria ser um tabu.

"Um dólar por seus pensamentos maléficos." Tomo um susto quando uma voz profunda sussurra em meu ouvido.

Com a mão no peito, que sobe e desce de acordo com as batidas rápidas do meu coração, olho para o lado e me deparo com Benjamin sentado, perto de mim.

"Idiota!" Bato no ombro dele, que gargalha da minha cara. "Você me assustou."

"Estava tão concentrada encarando a água, que nem percebeu quando me aproximei." Ele fala quando consegue controlar a crise de risos e observo como a camisa branca gola polo e de mangas curtas se molda muito bem em seus músculos.

Pare com isso, Sarah! Recrimino-me, revirando os olhos.

"Por que está aqui fora sozinha?"

"Eu sempre pensei que iria amar as festas universitárias, mas são terríveis e entediantes." Dou de ombros, voltando a balançar meus pés contra a água. "E você, o que faz aqui fora? A sua namorada Rúbia não veio contigo?"

"Rúbia não é minha namorada." Sua resposta é firme, não deixando dúvidas para pensamentos contraditórios.

"Não foi isso que ela deixou claro quando atendeu uma ligação no seu celular e mandou que eu parasse de te ligar e mandar mensagens." Conto, pois não sou padre para guardar segredos.

"Rúbia é apenas uma amiga e ela sabe disso." Olho novamente para Benjamim, que me encara com um sorriso brincalhão. "O que acha de um banho?"

Fico sem compreendê-lo até que em um rápido movimento,  sinto meu corpo de encontro a água morna da piscina. Fecho a boca e prendo a respiração, enquanto Benjamin segura minha cintura. Quando emergimos, puxo uma longa respiração e seguro nos ombros do idiota, que continua rindo como se não tivesse feito nada.

"Você ficou louco?" Bato em seu peito forte.

"Relaxa, Sarah." Respiro fundo em busca de paciência para não cometer um assassinato.

"Eu hidratei meu cabelo, hoje." Prendo a respiração quando Benjamin afasta uma grossa mexa de cabelos grudada em meu rosto e sua mão acaricia minha bochecha antes de deslizar para a minha nuca.

Seu rosto se aproxima mais do meu.

Meu coração acelera.

Fecho os olhos antecipando o que vem pela frente e quando os lábios grossos e quentes se chocam contra os meus, esqueço tudo e me entrego a toda aquela loucura, que faz meu corpo entrar imeditamente em pura combustão.




Ben e Sarah se beijaram.  😲😲😲 Que babado!!!!

Alguém tem algum palpite do que acontecerá?

Série Corações Feridos: Em busca do amor (Vol.5)Onde histórias criam vida. Descubra agora