Lágrimas da fênix

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Depois de algumas semanas a atmosfera da casa estava muito diferente, a família conversava mais entre si e cada um estava começando a voltar para o seu verdadeiro eu. A sra. Wesley já estava mais falante e voltara a brigar com Rony por deixar o quarto desarrumado, Gui e Fleur logo iriam voltar para sua casa, sr. Wesley estava voltando a comentar sobre as coisas maravilhosas que ele havia aprendido sobre os trouxas e Rony tinha voltado a fazer piadas com a família, o único que continuava calado e trancado no quarto o tempo todo era Jorge, ele continuava afogado em seu próprio luto.

Gina tinha voltado a sorrir mais e a sair mais de casa mas ela continuava séria e triste. Harry havia aprendido a lidar com o luto desde jovem, mas Gina nunca havia perdido ninguém assim tão próximo, e isso estava realmente afetando ela. Tinha vezes em que ela entrava no quarto de Rony, acordava Harry e pedia para ele ir dormir com ela, pois estava tendo pesadelos. Nessas horas Harry ia com ela até seu quarto e eles ficavam abraçados até Gina cair no sono, geralmente quando isso acontecia ela acordava assustada e tremendo algumas horas depois, Harry a abraçava e lhe dizia que tudo ficaria bem, então voltavam ao ritual do sono. Então quando amanhecia, ele voltava sorrateiramente para o seu quarto e tinha suas últimas horas de sono ali, mas ele duvidava que Gina dormia depois que ele saia de seu quarto.

Certa noite, quando Gina acordou tremendo mais do que nunca, Harry olhou em seus olhos e perguntou com o que ela havia sonhado, ela relutante respondeu que não era nada com que ele precisava se preocupar. Harry a examinou por um momento e viu o pesar em seus olhos, por isso voltou a perguntar:

– Gina, o que tá acontecendo? Quais são os sonhos que estão te fazendo acordar desse jeito? Que te fazem me buscar no meio da madrugada só pra você conseguir dormir?

– Se está te incomodando vir pra cá não se preocupe, eu não te chamo mais. – falou com raiva sem olhar para Harry.

– Você sabe que não foi isso que eu quis lhe dizer. Me diga o que esta acontecendo, por favor.

Gina olhou bem em seus olhos, respirou fundo e então contou:

– No sonho eu estou na batalha escondida em um lugar enquanto minha mãe luta com um comensal na minha frente, me protegendo, então Fred passa por mim correndo para lutar com um outro comensal logo atrás, e ele começa a perder a batalha, e eu sei que ele não vai ganhar, mas eu fico parada me escondendo porque estava com muito medo para ajuda-lo, então o comensal aponta a varinha para ele e o mata, e eu sei que se eu tivesse ido poderia ter salvo ele, ou pelo menos ter ido em seu lugar. – Quando ela acaba de falar isso lágrimas brotam em seus olhos, e pela primeira vez Harry a viu chorar.

– Nada do que aconteceu é sua culpa, você não se escondeu naquela batalha, você lutou e você foi incrível e forte. O que aconteceu com Fred foi culpa da explosão, nada que você fizesse iria mudar o que aconteceu, sinto muito mas é a verdade, não tinha como impedir, foi tudo rápido demais. E nunca diga que gostaria de ter ido no lugar dele porque eu duvido que ele iria te perdoar se você fizesse isso, eu não iria te perdoar. Não tinha nada que ninguém pudesse fazer e acredite, se houvesse nós teríamos impedido. Eu entendo que é difícil parar de se culpa, eu realmente entendo, mas Fred sabia dos riscos da batalha, todos sabíamos dos riscos. 

Gina então o puxou para um abraço e ficou ali, aninhada em Harry por um tempo, até que ele a fastou afim de olha-la, então ele disse:

– E quais são os outros?

– Outros o que? – perguntou com a voz chorosa.

– Os outros sonhos, eu sei que tem mais.

Gina o olhou com os olhos marejados e com eles suplicou "Não me faça contar", então os olhos de Harry responderam "É o único jeito dos pesadelos pararem". Então Gina suspirou novamente e contou, sem realmente olha-lo:

– Nesse eu estou na sala comunal com todo mundo, esperando para lutar novamente, de repente eu escuto a voz dele, "Harry Potter está morto, foi abatido tentando escapar, se rendam e serão poupados". Então eu escuto o grito terrivelmente agudo de McGonagall e corro para fora com Rony e Herminione, lá eu vejo seu corpo imóvel no chão e dessa vez o grito que me ensurdece é o de Hermione, logo depois o de Rony. Então eu agarro minha varinha e vou na direção de Voldemort, ele me vê e me mata em um piscar de olhos e o sonho acaba com eu ouvindo o berro de minha mãe.

Harry a abraçou enquanto ela repousava a cabeça em seu ombro, e eles ficaram naquela posição por alguns minutos, Gina derramando lágrimas silenciosamente e Harry a abraçando. Minutos se passaram e Harry mudou a posição de forma que pudesse encara-la e falou enquanto acariciava seu cabelo:

– Eu estou bem aqui na sua frente, eu não pretendo ir a lugar nenhum e não pretendo lutar com outro Lorde das Trevas por um bom tempo. Eu não vou mais te deixar, ok? Eu prometo que nunca mais vou te deixar como eu fiz ano passado, eu prometo que você vai ter que me aguentar para sempre.

Gina sorriu, deu uma beijo em Harry e voltou a se aninhar nele chorando em seus ombros, e lá ela chorou até que as lagrimas se esgotassem e o martírio se extinguisse. Na noite seguinte os pesadelos não a visitaram e Gina finalmente conseguiu dormir.

Contos de Harry e GinaOnde histórias criam vida. Descubra agora