Capítulo 4: Lia

717 62 0
                                    

Eles estão em choque quase consigo ouvir as engrenagens na cabeça de cada um enquanto processam as palavras que Lucien acabou de dizer.
-Espera o QUE?- Diz Feyre, ela está realmente assustada
-Ele já disse, talvez eu seja a única pessoa que Eris se importa.
-Talvez? Por favor, Lia, depois de tudo que ele fez pra você, com certeza você é a única importante pra ele.- Diz Lucien, com um sorriso no rosto, desgraçado, ele está gostando disso.
-Algum de vocês dois poderiam fazer o favor de explicar?- Exige Rhys.
- Ok,bom, primeiramente minha mãe era a última bruxa da linhagem das Tinwyr, quando ela morreu só sobrou eu. Entenderam?
-Não sei se você lembra, mas eu sou nova na questão de saber todas as raças feéricas, poderia simplificar mais?-Diz Feyre.
-Essa é a questão, eu não sou feérica.- Levo a mão a orelha, tiro uma mecha de cabelo e mostro minha orelha redonda, ficam boquiabertos-Sou tão feérica quanto os ilyrianos, mas as bruxas sofreram a seleção natural, ou seja, as mais fracas morreram e as que sobraram foram caçadas
pelo seu poder de manipulação, pode se dizer que os daemati, são bruxas Tinwyr com o sangue tão diluído, que tem fração do poder original.
E ainda termino:
- O interessante é que o poder de minha linhagem, não simplesmente some com a morte do ser que o detém, apenas vai para a bruxa mais próxima, e como sou a última tenho todos os poderes de meus antepassados.
-Olha eu nem queria saber disso, no momento estou focando no fato do Eris ter um coração, e usar ele para se importar com alguém. - Cassain diz.
-Ele está apaixonado por você, Lia?
Mor pergunta, quando ela descobriu sobre Eris, ficou muito pálida, sei do passado dela com Eris, e tenho muito medo da reação, não estou em posição de perder uma amiga, não de perder ela. Respiro fundo e me preparo para lançar a bomba.
-Desde quando eu era pequena os irmãos de Lucien faziam da nossa vida um inferno constante, e depois dos cinco anos Eris estranhamente começou a cuidar de mim, impedir deles me fazerem qualquer tipo de mal.
-Mas isso era só com ela, ele cagava e andava pra mim.-Diz Lucien, ninguém riu eles estão ocupados demais prestando atenção em mim.
-Continuando, quando eu fui crescendo e descobrindo das várias merdas e coisas horríveis que ele tinha feito, do tipo de macho que ele era, eu comecei a odia-lo, quando ele me protegia de qualquer coisa, eu pisava nele, jogava as coisas na cara dele, e ele nem se importava, ficava quieto ia embora e no outro dia tinha o mesmo senso de proteção.
Depois de um tempo Rhys falou:
- Eu ainda não acredito, pode me dar um exemplo.
Pensei um pouco, repassando as várias memórias da minha vida escolhendo uma perfeita.
- Aos dezesseis anos, eu já tinha crescido, já tinha muito corpo, então os irmãos dele pararam de me incomodar mas começaram a dar em cima de mim, a flertar, descobri até que eles fizeram uma aposta entre eles de que quem me levasse pra cama primeiro, iria ganhar algum tipo prêmio.
-Graças a Mãe, ninguém conseguiu, mas quando eu era mais jovem, meu pai tinha muitos deveres e nunca me levava, então tive que morar na casa do Grão-Senhor, com ele e todos os filhos ,eu tinha a tendência de voltar bêbada pra casa, e nesses momentos de fragilidade, várias vezes eles tentavam se aproveitar de mim, e me levavam para o quarto, e os servos que viam tudo acontecer avisavam Eris, que invadia o quarto para impedir que eu fosse abusada, por segundos coisas piores não acontecerem.
Eles estavam chocados, eu sentia a incredulidade exalar deles.

Corte de Vingança e Ódio Onde histórias criam vida. Descubra agora