A maldição de Amy

Desejo de mudança

Eu realmente não sei como explicar o que aconteceu, esse foi o sonho mais maluco da minha vida. Eu levantei e percebi que já era tarde demais para ir a escola, então desci para tomar meu café da manhã. E lá estava minha tia sentada a mesa, ela apontou para o relógio e eu vi que eram 11h00 e tentei explicar porque acordei tarde assim.

-Bom tia é que ontem eu sonhei com a minha mãe - a expressão dela me dizia que ela não estava acreditando muito nisso - no sonho ela me falou sobre a história dela e de meu pai, contou que ela é uma feiticeira e que meu pai era um semideus, e também disse qual é minha maldição.

Parecia que tia Mary iria ter um surto, ela me encarou alguns minutos e depois começou a me fazer perguntas.

-Qual é sua maldição? E porque você se referiu ao seu pai no passado?

-Minha maldição é que a pessoa que se aproximar de mim, ou seja, a pessoa que gostar de mim vai fazer com que eu me apaixone por ela e depois irá me deixar, ou então essa pessoa irá morrer. O que significa que eu não tenho nenhum direito de ficar com alguém que amo - contei-lhe sobre a maldição mas ainda faltava lhe falar sobre meu pai, e eu não queria pronunciar essas palavras - e meu pai morreu a 2 anos.

Tia Mary percebeu que eu fiquei mal depois de falar isso, mas ela queria saber todos os detalhes e disse que assim que meu tio chegasse da rua iríamos ter que falar tudo a ele também.

-Mas Amy sua mãe não lhe contou mas nada sobre a maldição? - tia Mary estava bastante apreensiva

-Na verdade ela contou sim, ela disse que foi uma prima dela chamada Beatrice que me amaldiçoou, só porque ela amava meu pai e não gostou nem um pouco de ve-lo com minha mãe. - contei-lhe e deixei escapar uma coisa que me fez sentir raiva de Beatrice - E por causa da inveja dela hoje eu sou amaldiçoada e não posso ficar com a pessoa que amo, ela não suportou ver meu pai com minha mãe e então decidiu que assim como ela eu também teria que perder a todos que eu amar.

Tia Mary baixou a cabeça por alguns segundos, e quando levantou vi algumas lágrimas escorrendo em seu rosto. Ela estava triste pelo meu destino ser tão amargo e sombrio, a única coisa que ela conseguiu fazer depois disso foi me dar um abraço bem forte.

Eu também não aguentei e derramei as lágrimas que a tanto tempo eu vinha escondendo. Às vezes sorrir para esconder uma lágrima só faz com que ela vá aumentando seu sofrimento até que chegue o ponto que você não consegue mais aguentar.

Eu me afastei de minha tia e disse para ela não ficar preocupada, pois eu iria dar um jeito de reverter essa maldição, e que minha mãe estava sempre por perto para me proteger. E nesse momento ela abriu um sorriso.

-Você sabe o quanto você é importante pra mim e seu tio não sabe? - perguntou ela

-Sei sim, vocês também são muito importantes pra mim - falei

Sorri para ela e voltei para o meu quarto. Troquei de roupa e fiquei olhando pela janela as pessoas que passavam na rua, cada uma devia ter um problema diferente mas nenhum era igual ao meu. Mas pelo menos em algum aspecto eu podia dizer ser igual aos outros, todos tem problemas e tem que enfrenta-los um dia.

Olhei para o céu sem nuvem e com o sol brilhando, decidi sair um pouco de casa para me desligar disso tudo e arranjar uma desculpa para o Nathan nunca mais falar comigo. Antes que seja tarde.

Sentada num dos bancos da praça, pensei em várias desculpas diferentes mas acho que Nathan não acreditaria em nenhuma delas. Já eram 12h30 daqui a pouco eu veria vários estudantes da minha escola passando por ali, inclusive meus amigos Emmily, Leo e Nathan que por sorte não se tornou mais que um amigo.