Viagem

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Enquanto andávamos pela rua, eu olhava cada detalhe das casas, da praça e do cinema para que eu não me esquecesse de como era aquele lugar. Pegamos um táxi até a estação de trem. Quando chegamos, contei a Nathan que eu sabia onde ficava a cidade dos feiticeiros, ou melhor, tinha um pressentimento de que sabia.

-Nathan, acho que devíamos ir para Acadia.

-Acadia? Amy você sabe que isso fica um pouco longe de Nova Orleans não sabe? - perguntou ele

-Sei mas...Tenho um pressentimento de que tem algo escondido lá - falei

Ele me olhou como se isso fosse uma loucura, mas concordou em ir.

-Tudo bem Amy, mas você sabe que eu não posso entrar na cidade dos feiticeiros, se ela realmente ficar em Acadia, vou ter que ficar longe. - disse Nathan com olhar triste

-Eu sei, mas não tem outro jeito, eu preciso chegar lá - falei

Fomos até a bilheteria mais próxima para comprar nossas passagens. Por sorte Nathan tinha trago uma boa quantia em dinheiro.

"Estação de trem Nova Orleans.
Passagem de Nova Orleans para Acadia. Saída às 19h00 deste sábado.
Previsão de chegada às 08h00 de segunda-feira. N° do bilhete 724, plataforma 10"

-O que!? Nós só vamos chegar na segunda? - falei espantada com a demora para chegarmos em Acadia

-Eu lhe disse que era longe - disse Nathan com a maior tranquilidade do mundo

-Eu sei, mas ficar dois dias dentro de um trem é loucura! - falei tão alto que as pessoas começam a me olhar - Tomara que esse trem seja do tipo que tem cabine para dormir.

-É claro que tem cabines para dormir Amy, os trens que fazem viagens longas como essa, sempre tem lugar para dormir e fazer as refeições - Nathan estava começando a me irritar com aquela tranquilidade.

Saí e caminhei para a plataforma 10, ao chegar lá me sentei em um banco próximo, e fiquei observando as pessoas que passavam por ali. Eu imaginava o que elas estariam pensando, para onde iriam, e o que fariam. Mas isso não importava, eu precisava focar no que eu faria e para onde eu iria. Nathan sentou-se ao meu lado, e também ficou observando, não as pessoas mas o relógio que ficava na parede ao lado, eram 18h30. Em meia hora nós embarcariamos num trem onde passaríamos dois dias até a nossa chegada na manhã de segunda em Acadia.

Nessa hora me lembrei que meus tios já devem estar chegado em casa, eles devem ficar espantados com a minha ausência, e mais ainda com o motivo dela. Eu deitei minha cabeça no ombro de Nathan e adormeci.

O pouco que consegui dormir, foi o suficiente para sonhar, minha mãe sorria para mim, e disse que estava orgulhosa por eu ser corajosa e ir atrás daquilo que desejo. "Você está no caminho certo" disse ela antes que Nathan me acordasse aos girtos.

-Amy acorda! O trem já vai partir!

Levantei em um pulo, peguei minha mochila e fomos para o trem, na porta havia uma mulher conferindo os bilhetes dos passageiros.

-Obrigada e tenham uma boa viagem - disse ela sorrindo e devolvendo nossos bilhetes.

Nós sorrimos para ela e entramos, no momento o que eu mais queria era ir para minha cabine. Mas eu não sabia qual era a minha, Nathan foi até um homem que usava roupas pretas com detalhes em dourado, uma plaquinha presa como um broche em seu peito dizia "William". Legal, pensei, ali diz o nome da pessoa mas não diz qual sua função, Nathan voltou e me explicou como achar minha cabine.

A maldição de AmyOnde histórias criam vida. Descubra agora