A maldição de Amy

"Olho no olho"

Foram 60 dias, apenas 60 dias tente se controlar, essa maldição não pode estar se tornando real, não agora, não hoje... Tudo estava no seu devido lugar até que ele apareceu, por quê ?

Ninguém percebeu sua chegada, um menino magrelo, alto, moreno de cabelo baixo e olhos castanhos que pareciam mais profundos que o rio Estige, enfim um pouco atraente. Ele veio em minha direção, eu queria voltar para não ter que encara-lo, até que ele caiu, um belo tombo para o primeiro dia de aula. Olhei para baixo, não sabia seu nome, nem sua turma, ele olhou para cima balançou a cabeça e se levantou, continuei a caminhar como se nada tivesse acontecido. Fui até meu armário, minha primeira aula seria de História. Entrei na sala, demorei alguns minutos para encontra-lá (a sala). Todos já se conheciam, já eram amigos, olhei em torno a procura de uma carteira vaga. Caminhei pela sala, havia um lugar ao fundo. 

Passei por alguns grupos, que me ignoraram como se fosse apenas o vento, o lugar era logo depois de uns meninos. Cheguei ao meu lugar e me sentei. Assim que me sentei o professor entrou gritando, pois a turma estava aos berros. 

-Calem a boca, da coordenação se ouve esses gritos. 

Todos se calaram aos poucos, até que a turma se calou por completo. 

Ele olhou para mim, e disse:

-Ei você, venha a frente. - Ele sorriu 

me levantei sem jeito, e fui. 

-Prazer, sou seu professor de história, Henry Walker, desculpe pelo barulho da turma. Acho que eles não sabem se controlar. Agora por favor apresente-se. 

-Bom dia, meu nome é Amy White e tenho 16 anos. 

Todos começaram a falar de repente, me olhavam atentamente, como se algo estivesse errado, meus machucados estavam a vista não havia como negar. 

-Desculpe perguntar -disse o professor -mas era você que estava naquele acidente a 2 meses? 

Olhei para baixo, e fiz que sim com a cabeça, todos me olharam descrentes, eu queria evitar aquele assunto, meus pais se foram naquele dia, minha vida mudou de rumo. Voltei ao meu lugar e me sentei, o dia era chuvoso, como no dia do acidente. Me lembro que estávamos conversando, quando me pai perdeu o controle do carro, sem motivos pois tudo ia bem, o carro bateu e capotou 2 vezes, bati a cabeça no vidro, ouvi minha mãe chamar meu nome, mas não deu tempo de responder, eu apaguei no mesmo instante. No dia seguinte, acordei com um susto, pensei que fosse um sonho o acidente, mas não era. Descobri que era real no mesmo momento que me contaram que meus pais haviam falecido no acidente. Sabiam que eu não aguentaria por muito tempo... O sinal tocou, acordei de uma longa viagem. Tinha mais de 6 tempos de aula pela frente, e aquelas lembranças pareciam cada vez mais vivas. Senti que alguém me observava me virei e lá estava ele, o mesmo menino do corredor. Ele olhava meus machucados, como se sobreviver aquele acidente fosse impossível. Não disse nada, só continuou a me olhar. Seus olhos estavam vidrados, senti um arrepio percorrer todo o meu corpo, como se ele me tocasse. 

 Desviei o olhar para evitar mais uma daquelas colisões. O professo saiu da sala, e a turma voltou aos poucos a conversar. Percebi que ele havia parado de me olhar. Após alguns segundos o professor Henry voltou a sala. 

- Esqueci, preciso que alguém se disponibilize para mostrar a escola a Amy.

-Eu posso -respondeu uma menina que se sentava logo a frente 

-O.K. então Amy depois Emmily te mostrará toda a escola. Obrigada. 

 As aulas se passaram, passei mais tempo tentando não cair novamente em minhas lembranças. O intervalo chegou, Emmily veio em minha direção pensei que ela fosse me esnobar. 

- Prazer, meu nome é Emmily Gray.- Ela sorriu 

-Prazer sou Amy. 

 Saímos da sala, e andamos em direção ao primeiro prédio da escola. Era muito grande, depois de percorremos os 3 prédios, fomos há um grande jardim que parecia servir de refeitório para alguns alunos, era um lugar agradável. 

-Estuda aqui a muito tempo? - Perguntei. Ela parecia ser uma boa pessoa, conversamos muito enquanto andávamos pelos corredores. 

-Sim, estudo aqui mais de 8 anos. Desculpe perguntar, mas porque se mudou para Luisiana ? 

 Fiquei meio sem jeito, de novo aquela assunto queria sair correndo e voltar para minha antiga casa. Mas precisava encarar aquilo de uma vez por todas.. 

-Minha família decidiu que seria melhor, alguns problemas ocorreram no decorrer dos anos, então aconteceu o acidente. 

-Desculpe, não queria te constranger. 

-Não, tudo bem.

 Caminhamos em silêncio por alguns segundos, até que avistei dois meninos conversando mais a frente . 

-Vamos lá vou lhe apresentar a meus amigos.

 Passamos por uma árvore, suas folhas dançavam com o vento. Chegamos.. 

-Oi meninos! - disse Emmily

 Quando olhei com atenção percebi que um dos meninos era o mesmo que caiu e que me observava. 

-Fala ai Em. -disse um deles, era bonito, só meio branquelo.

-Oi Em - Agora sim era realmente ele... 

-Olha gente essa é a Amy, esse é Leo meu namorado e esse é Nathan. 

-Oi gente - eu disse

- Fala ai gente boa, é o seguinte seremos grandes amigos, já vi tudo. - disse Leo e começou a rir. 

-Claro que seremos -respondi aos risos. 

- Isso mesmo, gostei - disse Nathan, e me mandou um belo de um sorriso. 

Conversamos por mais alguns minutos e o sinal tocou, fomos para a sala, quando acabamos as aulas , fui em direção a minha casa, não queria pensar em nada, só pensava em quanto tempo aquilo duraria..