Capítulo III - De Volta Ao Lar

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O  inverno havia acabado e como consequência, as férias escolares também. Do lado de fora, a neve estava derretendo e clima começava a esquentar. No quarto de hóspedes, Gênesis estava sóbria pela primeira vez em meses e devido aos fones de ouvido, não percebeu a entrada de Jaliyah que gentilmente levou algumas de suas malas para o térreo. 

Jaliyah e seu noivo, Scott haviam sido extremamente amigáveis concedendo para ela e o irmão, um lugar para ficar. Entretanto, Gênesis passara dias infelizes ali, na verdade, Gênesis não era feliz há muitíssimo tempo e a cada segundo que o tempo passava, suas esperanças desapareciam. A felicidade é um deus caído, ela pensou.

Enquanto descia os degraus da escada, Gênesis deixara cair algo de suas mãos então, abaixou-se para pegá-los. Quando pôs-se em pé novamente, Scott estava lá.

—Meu Deus! –Exclamou com os olhos arregalados. —Você me assustou! –Ela disse sorrindo.

Scott aproximou-se mais e sequer disse uma palavra.

—Queria me despedir. –Ele sorriu, entretanto Gênesis não soube responder se era um sorriso tímido, sarcástico ou simplesmente falso. —E dizer que adoramos receber você e seu irmão aqui, sentirei a sua falta. –Scott disse e chegou perto o suficiente da orelha dela. —Principalmente de seus lábios, sua vadiazinha. –Gênesis levou sua mão a boca para abafar o suave grito que soltou devido a uma mordida dele que recebeu na orelha. 

—Já acabou? Todos estão me esperando lá fora, eu preciso ir. 

Scott afastou-se do pé da escada deixando espaço suficiente para que ela passasse com as malas. 

Descuidadosamente, Gênesis jogou suas bagagens no Bentley de seu tio e deu um rápido abraço de despedida em Jaliyah e também em Scott. 

Christian tomou-a nos braços fortemente e Gênesis sussurrara: "Eu te amo, irmão" e às lágrimas, ele respondera: "Lamento por não poder vê-la crescer, minha querida. Você tem um coração inspirador, não esqueça! Traga belíssimas memórias quando voltar... Adeus pequena Flor-de-Verão! Eu a amo do fundo da minha alma para sempre. "

Ambos acabaram de se soltar de um laço, que por hipótese alguma deveria ser quebrado: o laço fraternal e Gênesis embarcou, não somente no carro, mas como também em um destino novo: a cidade de Silver Hills.

—Damian, –Christian indagou. — ela estará segura com você? 

—Ela ficará bem. Darei um jeito para que ela fale com você todos os dias e que vá à escola. 

Christian sorriu. 

Damian voltou para o carro e enfiou as chaves na ignição.

Gênesis estava no banco do passageiro, totalmente inerte. Ele ficou curioso para saber do que Gênesis era feita. A verdade é somente uma: garotas como ela mantém a mesma personalidade para sempre. 

▪ ▪ ▪

—Por que não fala um pouco sobre você? –A jovem perguntou ao tio. 

Mas ele não respondeu. 

Damian gostava do silêncio. Ele era assim: um homem quase velho, conquistador de riquezas, forte imaginador e ligeiramente indomável.

Gênesis então ligou o rádio numa estação qualquer, virou o rosto para a janela e imediatamente encantou-se com a paisagem do noroeste: áreas e mais áreas cobertas de florestas densas e úmidas que cercavam a rodovia estreita e razoavelmente vazia. A medida em que o veículo avançava, a floresta abraçava-os ainda mais, surpreendentemente, a garota sentiu-se acolhida pela imensidão do verde. Era o tipo de cenário que a fazia pensar em recuperar as boas memórias. Durante uma fração de segundos, esqueceu-se de tudo o que perdeu e pensou que poderia ser verdadeiramente feliz lá, engano da menina... quando você quer muito uma coisa, isso tem a tendência de escorrer das suas mãos com tamanha facilidade que o levará a morte.

Aos poucos, as florestas foram deixadas para trás e em seu lugar surgiram casas vitorianas, lojas, supermercados e uma igreja belíssima. Detrás deles a lua pairava gorda e pálida sobre os céus acompanhada de uma constelação inteira. O carro ainda estava em movimento quando Gênesis pegou no sono, Damian por sua vez, notara que havia um sorrisinho nos lábios da garota. De volta ao lar, ele disse, estamos em casa.

Fazendo o máximo de silêncio possível, temendo acordá-la, Damian pediu para que seus empregados retirassem as malas do carro e logo depois subiu as escadas do corredor principal com a sobrinha em seus braços. Abriu a porta do quarto que havia sido meticulosamente escolhido para ela, deitou-a e a cobriu com lençóis confortáveis, deu-lhe um beijo na testa e fechou a porta do quarto.

Damian entrou no seu laboratório tomou umas cervejas e começou a trabalhar.

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A Garota Que Falava Com LobosOnde histórias criam vida. Descubra agora