cap.1

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- mãe! Mãe! - grito correndo indo em direção a casa

- estou aqui querida, o que houve? - minha mãe responde doce e meiga como sempre

- eu caí  e acabei machucado o joelho

Minha mãe corre e lava meu machucado, depois coloca um adesivo

- ah mamãe para que serve os machucados!? - digo frustrada

- machucados servem para você aprender a lidar com dores maiores do futuro querida

- que outras dores mamãe?

- você vai entender quando for adulta

Acordo com falta de ar e acabo percebendo que gritei até abrir meus olhos e me tocar que estava sonhando

Olho rapidamente para o relógio e vejo que não vai dar mais tempo para dormir,  me levanto indo na cozinha comer alg,  ja que estava bastante adiantada

Não é a primeira vez que tenho esses sonhos, hoje sonhei apenas com minha mãe porém ha dias que sonho com os dois

Minha psicóloga sabe desses sonhos ou lembranças, porém é  a única que sabe também, nem meu irmão e a Brena sabem disso

...

- bom dia senhora Cecília

- bom dia Sol - Sol é minha secretária  e esse é um apelido que a Brena deu pra ela ja que está sempre iluminando nossos dias

Entro no meu escritório e a mesmisse começa, prossesos, problemas familiares, divórcios e vários outros, avalio folha por folha

Até que alguém bate na porta

- pode entrar

A porta se abre e dou de cara com a Brena

- Sol disse que estava com uma cara estranha então vim te ver

Brena trabalhava na advocacia comigo então sempre que havia algo de errado ou pouco trabalho íamos visitar a sala uma da outra

Eu sei que deveria contar os meus sonhos pra ela mas ela diria que sou louca

- nada além de preocupação com o trabalho

- Lili! - ela me chama assim dês que éramos crianças - você está sempre preocupada, trabalhando com a cara em algum processo

- ah Brena, estou ocupada demais para isso

- você sempre está, ande, no almoço  vamos naquele restaurante que você adora!

- não posso, vou sair daqui a pouco, depois tenho que ir a psicóloga e voltar para cá para ver o que chegou e vou embora depois disso - Brena respira fundo e sinto sua frustração - outro dia

- você sempre diz isso Lili, á tempos que não almoçamos juntas

- desculpa Brena - me levanto abraçando ela

- tudo bem - agora tenho coisas a fazer - ela diz com sarcasmo me imitando e sorrio com isso

Brena saí e meu dia continua

...

- isso deve ser alguma lembrança Cecília

Minha psicóloga diz depois que contei seu sonho

- mas... eu não me lembro de nada disso

- sabe, por causa do luto você pode ter esquecido de coisas do seu passado que viveu com seus pais

Ela me conhece dês do ano em que meus pais morreram

- estou piorando a cada dia

- você está escrevendo nos diários?

- não

Ela respira fundo e me encara

- vou aumentar suas doses de remédios

- ah! Não! Por favor não aguento levar essa vida, sempre tomando remédios

- escute, observo sua melhora ou piora a cada semana e você está se degradando mais, o máximo que eu posso fazer é  aumentar as doses, tome três vezes ao dia, nada mais

- tudo bem, obrigada doutora

- de nada, até quarta

- tenha um bom dia

...

Descido não voltar para a advocacia e vou direto para casa, tomo um banho quente e bebo um café sentada na bancada da cozinha observando meu apartamento

Mamãe sempre acreditou que eu iria conseguir seguir meus sonhos, e ter uma vida boa

" machucados servem para você aprender a lidar com dores maiores do futuro querida "

Parece que ela sabia que iria morrer e me deixar de herança uma enorme dor interna

Estou machucada mais é por dentro, mamãe não está aqui para poder dizer que está tudo bem

Me deparo com lágrimas escorrendo pelo meu rosto, as limpo rapidamente quando a campainha toca

- oi teimosa

- Ron- o abraço

- Brena disse que você foi resolver alguns problemas e na psicóloga, e não voltou para a advocacia, aconteceu alguma coisa?

- não, eu apenas fiquei cansada, você sabe o quanto problemas famíliares são cansativos de resolver

- entendo

- eles tem que entender que sou advogada não milagreira - ironizo

- e as pessoas tem que entender que sou médico não solucionista de todos os problemas

Ron era médico, sendo mais precisa neurologista, não quis seguir a hierarquia de advogados da família por isso que acabei herdando a empresa da família

Papai sempre apoiou Ron no que ele queria

Reclamamos um pouco sobre as nossas profissões ironizando tudo, até que ele tinha que ir embora, disse que tinha um encontro, uma garota enfermeira do hospital

Desejei boa sorte claro, depois que fechei a porta voltei a total estaca zero de solidão

Não quero ser dramática dizendo que estou sozinha, mas é como se tivesse, se eu contasse minha dor interna para as pessoas, estar sozinha e as pessoas não entender perfeitamente sua dor para mim são coisas diferentes

Depende se isso realmente acontece, o cérebro humano é muito preciso e imaginário, nossa mente é como um computador, mas não conseguimos controla - lá com clareza

No computador somos deuses enquanto na real nossa mente nós ilude e engana, assim como conseguimos enxergar melhor quando sentimos medo

meu amor entre as estrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora