Capítulo 3

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    Escolas me deixam enjoada, não sei se é por conta das pessoas ou o ambiente me faça mal, é como se a todo tempo há um nó em minha garganta, não ousaria chorar em público no meu primeiro dia de aula, pessoas em si me fazem mal, lidar com todo tipo de gente me incomoda, me causa um desespero profundo, eu torço para que uma bomba caia nessa escola nesses momentos.

Arlo- Oi.- Arlo disse sorrindo e se sentando ao meu lado.- Tudo bem?

- uhum...

Arlo- Ta livre depois da aula? Eu ia sair para beber, queria que você fosse.

- Numa segunda-feira? Tá querendo me matar?

Arlo- Lógico que não, mas "cê" sabe, segunda é cagado, queria ficar de boa.

- Vou pensar.

Arlo- Ok.

     Arlo ficou radiante, parecia meio chapado ainda, eu estou morrendo de sono, tenho uma vontade enorme de sair correndo e gritando, minha cabeça está explodindo, a professora de Matemática parecia implicar comigo, nada de anormal, professores de Matemática costumam me odiar, eu sou de humanas, tenho TDAH, e uma dificuldade de aprender certas coisas, muitos não entendem, mas não vou sair com uma placa avisando isso, e meu pai nem se importa de saber disso. Fiquei pensando sobre pular o muro da escola e tacar o foda-se pra tudo e todos, o professor de história falava gritando, fiquei torcendo pra que ele tropeçasse e batesse a cabeça na mesa.

    A professora de Matemática me pegou desenhando na aula dela, me deu um puta sermão em voz alta, fez questão de me humilhar, não me segurei e mandei ela ir pra casa do caralho, ela me colocou pra fora mas não me custou muita coisa, fiquei livre da sua voz irritante, Lana sequer olhou para mim durante a aula, estava ocupada demais com suas amigas de 1 minuto. Enfim, o primeiro turno acabou, uma pausa de 20 minutos para você comer na velocidade da luz, uma garota me encarava torto por um longo tempo, estava junto com Lana, elas riam e apontavam descaradamente para mim, tentei ser uma pessoa boa até agora.

- Que que foi ein, piranha?

- Tá chamando quem de piranha? você sabe quem meu pai é?

- Que foi? Sua mãe não te contou? Se manca, tá me julgando, apontando e rindo da minha cara quando você é a porra de uma branquela de classe alta.

A amiga dela chegou do lado dela com cara de merda.

- Que que foi?

- Chega Ash, não queremos arrumar encrenca, ela tem cara de traficante.- ela disse susurrando esperando que eu não ouvisse.

- Traficante, não tinha elogio melhor?

- huh, se liga garota.

- Se liga você, tu que começou.

Ash saiu de perto e voltou para seu lugar, Lana me olhava com raiva e um "o que que você está fazendo", mandei um dedo do meio escondidinho pra ela, que bufou e revirou os olhos. Quer saber? Que se foda essa escola, vou sair daqui de uma vez.

- Tá afim de sair daqui?

Arlo- O que você está planejando?

- Pular o muro, e sair pra beber?

Arlo- Eu aceito então, gata.

Sorrimos mutuamente e corremos para os fundos da escola, tem que ser muito idiota de colocar um muro tão pequeno nessa escola.

- Quer uma mão, tampinha?

Arlo- Não enche, a gente tem a mesma altura.

- Se você diz.

Pulamos o muro e rimos por segundos.

- Então? Conhece um lugar barato pra comprar bebida?

Arlo- Lógico, eu te convidei.

- Ok.

Conversamos bastante pelo caminho, Arlo tem uma paixão fervorosa pela música, toca guitarra e baixo, ele pedia para contar sobre mim, mas não tenho muito o que dizer, contei a ele sobre meu pai, evitei falar da minha mãe, não quero conversar sobre isso.

Arlo- Chegamos



O Preço da VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora