Cap. 6 Me convença do contrário

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P.D.V Troye

Eu quero dormir ao seu lado. 1 mês se passa. Mas isso é tudo que eu quero fazer agora. Continuo sem falar com Jacob. Eu eu quero voltar pra casa,pra você. Seu pai morreu. Mas casa é só uma sala cheia dos meus sons mais seguros. A causa da morte... Porque você sabe que eu não posso confiar em mim e em minha sombra deminíaca. Ácool obviamente. Eu prefiro alimentar uma fantasia do que lidar com isso sozinho. Vou para o cemitério,para o funeral.

P.D.V Jacob

Todos estavam em volta do túmulo. Alessia me consolava enquanto eu chorava. Meu pai...eu o amava tanto...me lembro de quando me dava conselhos ,ficávamos juntos...quando eu era criança e brincávamos juntos,ele caía no chão e eu o abraçava forte. Não conseguia conter meu sofrimento,minha dor,minhas lágrimas. Alessia segura minha mão e me dá apoio.

P.D.V Jacob

Chego ao cemitério. As grandes e robustas esculturas de pedra chamam minha atenção. O tempo estava nublado,poderia chover facilmente. No caminho,ajeitava minha gravata e meu blazer,ambos pretos.

Chego onde todos estavam. Havia parentes de Jacob,amigos de seu pai,Tyler,Connor e toda a minha família já estavam lá,disse que queria ir sozinho.

Olho atentamente Jacob,seu estado,suas emoções,suas expressões,fazia muito tempo que não o via. Ao seu lado estava sua namorada(Tyler e Connor me confirmaram), ela estava o consolando, espero que consiga fazê-lo feliz,eles seguraram fortemente a mão um do outro. Percebi que não pertencia a aquilo. Seu pai me odiava,seria desrespeitoso estar ali com eles,e o que eu mais queria era respeito pelo meu amigo.

Caminhando pelos túmulos,minha mente fez com que eu tivesse 10 anos de novo,e estivesse andando com o Jacob de 11 ao meu lado no matagal de mãos dadas como sempre fazíamos. Continuei andando,pensei em Alessia e minha mente me lembrou de quando eu e Jacob sentamos em uma árvore enorme e começamos a gritar. Passei minha mão sobre um túmulo,senti a pedra gelada e de repente era madeira de um barco,lembrei-me de quando Jacob ensinou-me sobre eles.

P.D.V Jacob

Todos saíram de perto do túmulo, só ficando eu, Alessia e seu pai. Me ajoelhei e ela continuou com sua mão em meu ombro. Removi a mão dela, mas ela insistiu.
- Tá bom Alessia.
-
- Vamos filha,o deixe sozinho -disse seu pai muito compreensivo.
Agachei-me e tentei falar com meu pai.
- Pai...eu..eu sei oque eu prometi. Lembrei-me dele me segurando eu seus ombros e me girando.
- Pai... -chorava muito -Eu...não sei se consigo cumprir a promessa, é...é uma tortura pra mim!
Lembro-me dele me ensinando a cuidar dos barcos,dizia que o negócio um dia seria meu...
- Mas também seria tortura lhe desobedecer.

P.D.V: Troye

Vejo Alessia saindo com oque eu acho ser seu pai. Ela estava chorando bastante, realmente se importando com a pessoa que nós dois amamos.
Ao ver eles saindo penso em aproximar, mas Jacob precisava ficar sozinho. Ele respeitou meu espaço quando precisei,então precisava fazer o mesmo por ele.

Sento-me em uma escada de pedra pintada de branco e fico olhando para o horizonte além dos mortos. Aquele mesmo horizonte que há mais ou menos 2 meses atrás víamos na praia, completamente conectados e leais um ao outro,onde esconder o que sentíamos de verdade era nosso maior problema.
Sinto um leve toque em meu ombro. Olho rápido e...me levanto preocupado e com saudades ao mesmo tempo. Eu e Jacob ficamos nos olhando tímidos e esperançosos. A única coisa que consigo me lembrar são seus toques. Coloco minha mão em seu pescoço. Me lembro de nós debaixo do cobertor com minipregadores nos dedos. Eu jurei que não ficaria com medo e Jacob jurou que não me protegeria. Coloco minhas mãos em seus braços assim como fiz no dia do longo beijo. Trago em um impulso sua cabeça para meu ombro,ele envolve fortemente seus braços em minha cintura,aquele era o abraço mais verdadeiro que já dei em minha vida. Começamos a chorar juntos e sentir coração um do outro no abraço.

-Jacob eu... eu quero dar as mãos  você,é tudo que eu quero fazer agora. Eu quero chegar perto de você,porque suas mãos e lábios ainda sabem seus caminhos. Eu... eu sei que gosto de traçar um limite quando começa a ficar muito real. Mas...quanto menos tempo eu passo com você,menos você precisa pra se curar,então...então me convença do contrário!

Fecho meus olhos e o seguro mais forte ainda,faço carinho em suas costas e ele se acomoda em meu ombro.

-Portanto...se você não se importa,eu vou...eu vou caminhar sobre a linha presa na ponte entre nós-fungamos nossos narizes de choro: -O desconhecido e...as expectativas...mas...eu não sou o escolhido,se formos honestos

Desfazemos o abraço,Jacob olha para de baixo das escadas e vê Alessia. Ela nos olhava com nojo e tristeza ao mesmo tempo. Jacob respira e desce as escadas olhando para mim. Ele a pega pelo braço e a leva pra longe de mim.

P.D.V Jacob

Levo Alessia para sua família. Ela ficava me perguntado coisas,mas não conseguia me concentrar no que era. Pensava em Troye,só no Troye,olhava para trás como se ele pudesse aparecer de repente.

Sozinho,vou até a montanha que dá para o mar. Corro até a beirada como se estivesse correndo na ponte com Troye quando tínhamos 11/10 anos. Olho para baixo e vejo pedras cortantes e pontudas. 10 anos atrás Troye e eu olhávamos para o mar para nos preparar pra pular. Sinto meu pai pegando em minha gola e gritando comigo. Lembro-me de prometer a Troye que sempre o protegeria. Lembro-me de eu chorando na cama depois de meu pai me bater. Lembro-me de Troye chorando pelas incertezas da vida. Lembro-me de na ponte encorajar Troye a pular contando até 3.

Jacob(11 anos): -Um!

Jacob(21 anos):-Dois...

Jacob(11 anos): -Três!

Jacob(21 anos): Fechei os olhos,cerrei os punhos

Jacob(11 anos): E pulei sem medo

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Um Estudo em Blue Neighborhood {Finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora