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- Emma? Emma? Chamei enquanto entrava pela casa abandonada atrás de menina.

Segui para baixo da escada e lá estava ela encolhida no colchão e chorando.

- Me deeeeixa. Ela choramingou se embrenhando mais ainda para dentro do cubículo.

- Não. Você é minha agora. E eu cuido do que é meu. Falei me arrastando pelo colchão até estar junto a menina.

- Não sou não.  

- É sim. Minha. Repeti passando os braços pelo corpo da menina num abraço apertado.

- Sua? Ela questionou me olhando com os olhos muito vermelhos.

- Minha Emma. Falei ninando a criança que mesmo sonolenta estava arredia tentando se soltar.

- Você vai me deixar uma hora ou outra, igual todos fazem sempre. Ela falou e começou a chorar mais.

- Isso não vai acontecer Emma. Quando eu digo que você é minha...é minha por inteiro. Falei e ela ficou me olhando como se me desafiasse a gostar dela.

Mas eu já gostava. 

Era incrível como  aquela marrentinha tinha grudado no meu coração. Eu a olhava e me lembrava tanto do meu Daniel.

- Você se parece tanto com ele. Tanto que chega a ser sobrenatural. Sussurrei mas só recebi um resmungo em troca.

- Vamos pra casa. Falei e tive que fazer contorcionismo para sair dali debaixo com Emma nos braços.

E ela nem acordou ! 

Como pode dormir desse jeito. 

Atravessei a rua e logo estávamos dentro de casa e digo que subir as escadas com a menina desmaiada nos braços foi um exercício e tanto. Nada de pilates hoje.

Deitei Emma na cama do quarto de hóspedes e comecei a tirar sua roupa suja de poeira e ao puxar a calça vi a calcinha suja de sangue já  seco; provavelmente da fuga quando chegou.

Teimosa ! 

- Nãoooo...me larga. Me larga. Ela começou a chorar enquanto dormia e se debater.

- Emma. Emma sou eu. Falei e ela abriu os olhos vermelhos e sonolentos.

- O que você está fazendo? Ela me encarou com certa raiva na voz enquanto olhava para a sua calça  em minhas mãos.

- Você precisa de um banho e tirar essa poeira de cima de você. Falei dando de ombros.

- Tira as mãos de mim. Ela gritou meio histérica.

A soltei e suspirei alto.

- Primeiro: pare de gritar pois não grito com você.

- Segundo: eu colocarei as mãos em você quando e quanto eu ache necessário afinal você é minha filha agora.

- NÃO! Ela gritou se colocando em pé de uma só vez.

Ela não podia fazer movimentos bruscos. 

- Aaaaaaai. Aaaaaai. Você me machucou! Ela gritou segurando o ventre e se dobrando de dor.

- Não fui eu que te machuquei foi você mesma. Falei calmamente a puxando para deitar novamente. 

Ela deitou em posição fetal e eu via a força que ela fazia para segurar o choro.

- Fique aqui. Falei descendo as escadas rapidamente.

....

- Aqui, beba o remedinho para dor. Falei dando um comprimido a ela e oferecendo um copo com água.

- Não quero. Ela falou jogando o comprimido no chão.

- Eeeema. Falei e ela se encolheu sentindo dor.

- Chega de disso. Falei arregaçando as mangas da minha camisa e tirando os sapatos.

Peguei outro comprimido, o copinho com àgua e sentei ao lado da menina.

- Tome o remédio. Falei de novo.

- Nãoooo. Ela se negou.

- Ok. Falei e deixei o remédio no criado mudo. Enrolei Emma no lençol da cama a prendendo.

- Me solta. Me sooolta. Ela falava com certo medo no olhar.

- Assim que tomar o remedinho. Falei segurando as bochechas da menina e colocando o remédio e já despejei a água a fazendo engasgar um pouco.

- Cof Cof. Cof cof.

- Deixa eu ver sua boca. Falei e ela me mostrou a língua de forma abusada mas pelo menos Ddeu pra ver que tinha engolido o remédio.

- Me solta sua louca. Ela falou se debatendo.

- Sossega, você está machucada. Falei dando um tapa no bumbum dela por cima do lençol que ela estava enrolada.

Ela arregalou os olhos pela palmada e ficou parada.

Pelo menos naquele momento.

- Eu vou limpar você. Falei sabendo que começariamos outra guerra.

- Eu posso tomar banho sozinha. Ela falou.

- Não pode não.  Você estamqhucsda e eu ficarei com você. Falei seria e ela engoliu em seco.

- Eu tô bem. Eu juro. Ela falou me olhando.

- Que bom que está bem mas mesmo assim eu te limparei e banharei.

- Por favor não. Ela sussurrou já começando a chorar.

- Emma, preciso limpar você e ver se não machucou nada com a sua fuga. Falei colocando o cabelo loiro atrás da orelha.

- Você não pode ver mas tem sangue seco na sua calcinha. Falei e ela negou.

- Eu me limpo. Eu me limpo. Ela falou.

- Não. Eu te ajudo e preciso dar uma olhada em você. Falei e ela negou novamente.

- Podemos fazer uma trato. Falei e ela me olhou em expectativa.

- Eu te coloco na banheira com água morna para amolecer esse sangue e deixo você se limpar sozinha mas comigo no banheiro e depois você me deixa te examinar para ver como você está. Falei e ela fez careta.

- Mas...Mas...

- Nada de mas ou é  isso ou eu vou te limpar, banhar e examinar. Falei a olhando séria.

- Tá bem mas...

- Eu não vou te machucar Emma, eu prometo. Falei e ela me olhou mas logo desviou o olhar.

Segui para o banheiro e a coloquei a banheira para encher e separei um sabonete antibacteriano.

- Ei, você já pode me soltar desse lençol estúpido! Sorri ao ouvir a mau criação dela no quarto.

The other side of painOnde histórias criam vida. Descubra agora