Changes

325 22 2
                                    

Acordei de supetão, assustada e com o coração acelerado. Aparentemente, não lidei com o ocorrido da noite anterior tão bem quanto achava, já que, em meus sonhos, meu cérebro insistiu em me transportar de volta para aquela ruela, porém, no pesadelo, não havia um Nathaniel para me salvar, e a cena que se seguiu, da qual eu acordei em tal estado de pânico, era apenas descritível como grotesca.

Imediatamente, me levantei para lavar o rosto e tentar diferenciar a realidade do mundo dos sonhos, após isso, retornei à cama, onde passei a próxima hora tentando adormecer mais uma vez, e falhando miseravelmente, já que nas poucas vezes que consegui cochilar, a mesma cena se repetia, e eu acordava mais uma vez em pânico. Após uma hora me torturando, eu finalmente desisti, e liguei para a única pessoa que talvez pudesse me ajudar. Procurei o contato de Alexy em meus favoritos, rezando para todos os deuses que conhecia – e olha que não eram poucos – para que Alexy tivesse retornado ao campus após o seu encontro

- Florzinha? Espero que tenha um ótimo motivo para te me ligado a essa hora – Ele respondeu, a voz sonolenta. Olhei a hora, já querendo me agredir por acordá-lo. 03h00. Engoli em seco, pronta para tentar explicar o ocorrido com a voz mais firme que conseguisse

- D-desculpe... – Comecei, minha voz se quebrou no meio da frase, destruindo meu plano

- O que aconteceu? – Ele perguntou, e eu pude imaginar perfeitamente a cena, Alexy se sentando, e franzindo as sobrancelhas. Ele estava preocupado, sabia que o que quer que tivesse acontecido, havia sido sério, já que minha voz não quebrava, eu não gaguejava. Nunca. Contei a ele a versão resumida da história, durante a qual ele não disse uma palavra

- V-você pode vir para cá? – Adicionei, esperançosa

- Chego em cinco minutos – E desligou sem falar mais nada. Por cinco minutos, fiquei encarando o espaço, agradecendo por Yeleen estar passando a noite fora. Quando ouvi uma batida na porta, imediatamente abri, com uma única lágrima escorrendo pelo rosto. Alexy não disse uma palavra, apenas me abraçou, sentando-se ao meu lado na cama.

- Como pode o Nathaniel, de todas as pessoas, andar com gente assim? – Alexy indagou, falando mais consigo mesmo do que comigo, mas o respondi de qualquer forma

- Vocês não mentiram quando disseram que ele mudou, mas mesmo assim.... Eu tenho um pressentimento, sabe? Sinto que lá no fundo, o meu Nathaniel ainda está vivo – Expliquei, e Alexy não perdeu a forma como me referi a Nathaniel sendo "meu"

- E você vai fazer um movimento baseado unicamente na sua intuição? Não acha um pouco arriscado? – Alexy perguntou, preocupado comigo

- Alexy, você sabe muito bem que pressentimentos, intuições, não devem ser ignorados. Eles representam dados processados muito rápido para a mente consciente compreender – Eu imediatamente contrapus, entrando no "Modo Enciclopédia", como Alexy e Rosalya gostam de chamar

- Andy, eu sei que em geral você é uma pessoa muito lógica, mas eu também sei quando se trata do Nathaniel, você seria capaz de quase qualquer coisa, e tem a tendência a seguir unicamente o seu coração. O que eu estou tentando dizer é..... Tente balancear os dois, ok? – Alexy pediu, mesmo sabendo que a probabilidade de eu realmente fazer isso era ínfima.

- Eu prometo – Respondi, mesmo que fosse apenas para tranquiliza-lo

Conversamos por mais uns minutos, até que enfim adormecemos, mas dessa vez, fui levada por um sono sem sonhos muito mais tranquilo, graças a presença reconfortante do meu melhor amigo.

Acordamos as oito da manhã, e após um café rápido, Alexy e eu nos separamos, ele retornou ao seu dormitório, e meu me preparei para a missão do dia, encontrar uma academia. Quando fomos ao bar na noite anterior, notei uma nos arredores, e é exatamente por lá que planejo começar.

A Escolha (Amor Doce)Onde histórias criam vida. Descubra agora