[1] "O que significa essa caixa?"

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      Boa leitura! ❤️


                       
[...]


                        Após um longo dia no estúdio, abri a porta do meu apartamento e adentrei. Dois passos fora o suficiente para identificar a ausência de todos na residência. Eu preferia assim. Estava muito fadigada no momento, porém, ainda havia inúmeras coisas que encontravam-se pendentes e que eu tinha de fazer.

Começaria pelo jantar: o prato predileto de cada um. Não é tão complexo quanto parece. Eu não era uma boa cozinheira, mas esforçava-me. Nunca rejeitava críticas, seja dos familiares ou amigos.

Posicionei o notebook em cima do balcão da cozinha e abri sua tela, pronta para iniciar as edições. Ativei o volume do meu celular. Receberia uma programação de uma nova sessão à qualquer minuto. Ideal era manter-me alerta. Para completar, aumentei a música que era reproduzida na estação da rádio em um volume razoável para distrair-me um pouco.

Eu sei que parece ser puxado, tantas tarefas para realizar de uma vez. Não era; eu já me habituei, por incrível que pareça. Minha vida era isso: acordar de manhã, ir trabalhar, voltar para casa, cumprir com os afazeres, cuidar das crianças e na noite, ficar com o Archie. Hoje foi diferente. Além disso tudo, eu teria que incluir “brigar com sua melhor amiga”.

Eu sabia que estava errada nessa história. Eu afastava a todos. Incalculáveis vezes afastei até o Jughead, na época que estávamos juntos. Era loucura eu querer afastar o Archie também, só acho imerecido mantê-lo ao meu lado nessas condições. Eu tinha o costume de almejar enfrentar todos os problemas sozinha, mesmo quando é impossível ser solucionado com a escassez de ajuda.

Angélica, minha antiga terapeuta, já afirmou que essa mania me prejudicaria um dia.

Eu realmente afastava a todos, da mesma forma que fiz contra Betty. Eu fui estúpida, todavia, pensar que alguém me compreenderia. Minha obrigação era varrer esses demônios da minha vida, senão, jamais seria feliz ao lado de uma pessoa – e consequentemente, estragaria meu casamento com Archie.

Curvava-se diante da tela para realizar as edições pendentes das fotografias enquanto os alimentos estavam ao fogo. Senti cócegas de um toque abrupto em meu corpo inteiro, sendo pega em um pulo. Eu ri de maneira descontrolada.

— Para com isso, Archie! – eu ordenei entre risos altos, tentando distanciá-lo, e virei-me na direção do ruivo que se aproximara.

— Eu senti sua falta hoje. Você saiu mais cedo. – disse ele com um tom de voz tristonho, com seus braços entorno de minha cintura.

— Eu tinha muita coisa para fazer, Arch, tanto que prometi às crianças que as levariam hoje de manhã para escola e ainda tive mais uma sessão com a Elizabeth... – justificava, impulsionando meus pés para cima pela demasiada diferença de altura entre nós dois.

— E depois disso, você só precisa descansar. – comentou ele, apertando-me sobre o seu corpo e girando-me para o lado oposto do cômodo, eu ri desse ato. — Como foi o seu dia?

— Nada mal. O de sempre. – cansativo era a resposta certa! — E o seu, como foi?

— Fiquei em pé durante umas oito horas numa cirurgia. Quase perco um paciente, cujo a família está contando comigo para que eu o salve. – durante o relato, eu permanecia de costas para ele ao verificar o molho que preparava, mas o olhei com seriedade por cima do ombro. — Ele é novo demais. Tem uma personalidade muito forte para tão pouca jdade. Eu detestaria que morresse à essa altura.

— E se acabar sendo? – pressupus e virei meu corpo novamente, jogando a colher de pau dentro da pia. — Vale lembrar que não é a sua culpa, Arch. O que for para ser, será.

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