Quando criança, as crueldades do mundo obrigaram Jungkook a passar meses trancado em sua casa. Graças ao Transtorno do Pensamento Obsessivo Compulsivo, Jimin as vezes jura que está ficando louco.
A partir do momento em que os garotos se esbarram nu...
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Tenho a sensação de que dei de cara com uma parede. Meio que amortecido com o impacto repentino, meio com a pele ardendo pelo atrito. Não sei como, nem quando aconteceu. Mas foi em algum momento nos últimos quatro minutos.
MGMT estourou nos amplificadores quando as luzes apagaram e a tropa de pessoas que haviam se aglomerado ao redor do palco não demorou em vazar para outros cantos da feira. Taehyung continua dançando com a garota que surgiu durante a apresentação, a saia plissada balançando conforme seu quadril se move junto ao de cabelo azul. Assisto ambos moverem seus corpos em sincronia enquanto sento em um dos degraus do palco. Aperto minhas clavículas com uma mão num gesto incomodado. Essa sensação bizarra correndo pelo meu corpo, estreitando minhas emoções e as alterando meus estados com muita rapidez também adormeceram meus membros. Os pés dormentes por terem sido pisoteados servem como um lembrete implícito do surto de coragem que tive.
— Park! — a voz de Taehyung serpenteia por meu ouvido, me acordando. — Vamos, quero que conheça os outros. Aliás, essa é Yeeun — ele apresenta a garota, bagunçando a raiz da garota.
Yeeun sorriu para mim e eu tentei sorrir de volta, notando como ela era bonita por trás da franjinha preta que caia por suas sobrancelhas tingidas de rosa bebê e do piercing prateado na ponta do nariz. A maquiagem contornando os olhos escuros em um esfumado preto completavam a aparência dela.
— E aí! — Yeeun pisca para mim, soando solícita e entusiasmada.
Assinto rapidamente para Yeeun e junto os dedos de Taehyung com os meus, permitindo que ambos me guiem por entre os corpos dançantes e entorpecidos que, pouco a pouco, começavam a se alastrar pelo território. Aos tropeços, esbarrando em ombros demais, cotovelos muito pontudos e sentindo cerca de trocentos perfumes diferentes por minuto, chegamos à arquibancada.
— Vante! — a voz impaciente de alguém grita, vindo de alguns degraus acima. Eu assustei com como a voz ecoou por todo o espaço.
— Tô indo, caralho! — para minha surpresa, Taehyung gritou de volta. Quem é Vante?
Tento procurar pelo dono do grito. Alguns lances de escada acima do chão, encontrei uma galera que eu ainda não tinha esbarrado os olhos sentados numa roda que fazia uso de dois degraus, possibilitando que todos estivessem acomodados, sem privar terceiros de fazer parte do ambiente. Dois caras e duas garotas estão acomodados pelos degraus, com as pernas esticadas no colo uns dos outros enquanto riem de alguma parada que o mais alto disse. Quando chegamos até onde estão, um isopor preenchido por marcas variadas de destilados e cerveja da mais barata foi coberto por gelo por um cara de cabelos pretos e olhos verdes.
— Nam! — Taehyung cumprimenta brevemente, jogando-se ao lado do garoto de cabelo loiro escuro e covinhas protuberantes. Tae olha para mim e aponta com o queixo para o lugar vago ao seu lado. Me junto a ele e cruzo os braços, acanhado pelo espaço e sentindo meu coração acelerar um pouco. — Galera, esse aqui é o Jimin. Park, esse é o Vernon — ele apontou para o segundo mano, que tem o rosto bonito e olhos verdes, parece mestiço, com os cabelos repicados até a altura do nariz. — Esse é o Namjoon — o mais alto sorriu, acenando enquanto se remexia na cadeira. — A gatinha é a Jennie e a nóia é a Yuqi.
