capítulo 8.

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NARRADO POR JIMMY

Era nove da manhã, quando a enfermeira veio me dizer que foi checar Helly, e que ela e Madson dormiam profundamente. Eu não pude perder essa, então fiz minha visitinha e tirei uma foto da cena, logo a tornando meu wallpaper.

Hoje o dia seria início de plantão, por tanto seriam 72 horas quase que ineterruptas, considerando o quão ridiculamente curto eram as pausas que eu conseguia. Pacientes e mais pacientes, 4 cirurgias marcadas para o longo do plantão, diversas vezes correndo para ajudar em convulsões que teriam sido evitadas só com anti-coagulantes. Ambulâncias e mais ambulâncias. Toda época de festa e recessos de feriado as pessoas bebiam demais e deixavam de lado suas responsabilidades no trânsito, colocando em risco até mesmo a vida do mais cuidadoso motorista.

Eu trabalhava em um hospital universitário, por tanto, não apenas salvava algumas vidas, como precisava ensinar a salva-lás.

O meu mais fiel interno, Eric, do qual estava em dúvida com a pediatria e a neurologia, vivia atento a cada coisa que eu falava e seguia cada passo meu. E lá estava ele, segurando um americano para mim e um chocolate latte para ele.

— Morning, Jimmy. — disse me estendendo o café e vibrando com as mãos.
— Morning, Eric. — Imitei seus gestos com a mão. — Que surpresa, você nunca me buscou um café. Não achei que fosse puxa-saco.
— Tem razão, eu não sou. Mas hoje eu preciso ser. Preciso de um mega, hiper, master, blaster favor.
— Pois sim?
— Pode me encaixar na sua cirurgia de hoje a tarde? Como seu ajudante?
— Você o-oque? —  O olhei surpreso. — você ainda é um interno. Não sei se está pronto para ser o segundo de maior responsabilidade a segurar um bisturi. — Bebi um gole do café.
— Eu imaginei que fosse usar minha posição como justificativa para um não, mas eu já assisti a uma craniotomia milhares e milhares de vezes. — Falava engraçado e trêmulo. — E, olha: — me estendeu a mão com alguns papéis. — eu andei estudando sobre o assunto, pesquisei o máximo que pude, não tem como? Eu só vou fazer o que você mandar.

Analisei com calma cada papel, cada anotação digna de aluno número um. Sua dedicação as vezes me chocava.

— E por que para você tem que ser a de hoje? Eu tenho outra para daqui 2 dias e essas surgem direto. Não quer só observar a de hoje e se preparar mais um pouco?
— Eu estou pronto! — Afirmou batendo os pés é juntando as mãos em frente ao corpo, me olhando em súplica — Confia em mim, por favor!
— Eu confio, mas por que tamanha pressa?
— Minha mãe está na cidade. Ela nunca foi muito carinhosa comigo, as vezes até um tanto fria do que indiferente. E na verdade, ela queria que eu fosse juíz, mas eu quero salvar vidas, e não julga-las. — Arqueei a sobrancelha de forma que pedisse para ele ir ao ponto. — A questão é: eu quem paguei meus estudos. Eu quem trabalhei dentro da minha própria faculdade, em um emprego fixo e topava qualquer bico que aparecesse para ter renda extra. Eu fiz tudo sozinho. E eu preciso mostrar que eu consegui. Que sou bom no que eu escolhi. Quero que ela se orgulhe de mim, só uma vez. Por favor, huh?

Contive minha vontade de lhe dizer que ele não precisava provar nada a ninguém, e que eu acreditava nele, se era de apoio que ele precisava. Mas eu não era mãe dele. E eu entendo como um elogio paterno ou materno pode ser motivador. Por tanto fiz o que não sabia no que resultaria:

— Tá bom. Me convenceu. Pode colocar seu nome no quadro. Relaxe o resto do dia até às 4. Eu não quero que estude mais, se não sua mente vai se embaralhar de informações e você vai se confundir na hora mais importante. Por favor, siga meu conselho. Eu sei sobre o que estou falando.
— Está bem. Obrigada por isso. Mesmo, de coração.
— Me deve uma.

Atualização super rápida só para a história não cair no esquecimento. Pretendo postar outro cap ainda hoje. Deixa o votin.

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⏰ Última atualização: Jul 08, 2019 ⏰

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