Por que não?

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Força. Domínio. Influência moral. Soberania. Soberba. Alto ego.

Esses seriam os seis adjetivos que eu usaria para resumir Minatozaki Sana caso algum dia alguém me pedisse para defini-la.
Esses seis adjetivos se encaminham a uma outra palavra: Poder.
O poder acaba por se identificar como a autoridade. No entanto, o que confere a legitimação do poder só se deduz pela influência histórico-social. E bom, isso ela tem de sobra.
Sana exala segurança e rigidez, todos a conhecem pela SNU, tanto pelo seu status, quanto pela sua beleza. A arquiteta de maior renome da Coréia do Sul, a mulher mais nova a ser laureada com o prêmio pritzker, e a segunda mulher a recebê-lo sozinha, por mérito único. Ainda foi considerada o rosto mais lindo do mundo em dois mil e dezessete, e a única arquiteta a entrar em uma lista quase que exclusiva de modelos, atrizes e cantoras. Isso tudo com apenas vinte e três anos.
E não, eu não joguei o nome dela no google e pesquisei sua vida toda, isso tudo foi Jeongyeon que me contou em um dos nossos intervalos da faculdade, ainda não entendo o que ela faz na arquitetura se poderia ser um ícone do jornalismo.

Enfim, Minatozaki Sana é como uma autoridade em qualquer lugar, o poder que ela exala é majoritariamente pessoal, a aparência perfeita, cabeça erguida e o modo como fala é de como alguém que está sempre um passo a frente as demais pessoas, ou seja, as pessoas a obedecem pela sua notável beleza, segurança, inteligência e essência de superioridade e não pela posição ocupada por ela formalmente.
E, apesar de não gostar muito disso nas pessoas, eu gosto disso em Sana. Todo esse ar de superioridade é algo que ela tem todo o direito de ter, ela foi a quarta mulher a ganhar um prêmio a nível mundial entre dezenas de homens, ela se destaca em uma profissão que é tomada por homens em um país completamente machista, ela pode tudo. Sana é o arquétipo do poder.

Encaro a mulher se encaminhar para a frente do quadro após passar o slide, não se tratava de um conteúdo novo, era apenas o que ela iria colocar na prova, os pontos que já tínhamos e o prazo que teríamos para entregar os trabalhos semestrais. A turma estava focada como se aquilo fosse um conteúdo muito importante, aparentemente todos estavam ferrados nas matérias de Sana e precisavam daquele slide para analisar se era possível fazer um milagre na nota final.

Minha relação com Sana melhorou levemente desde a tarde que passamos juntas, o trabalho como assistente de Sana, as provas de fim do semestre, fechamento de aps, n2 e apresentação do p.i estão ocupando todo o meu tempo e me deixando fisicamente e psicologicamente exausta, então evitei atrasos e implicâncias para não explodir de uma vez por todas, e Sana colaborou não sendo uma megera. Nem no trabalho ela implicou mais comigo.

—Entenderam? Quero todos os trabalhos até quinta de manhã, não à tarde, de manhã. Não aceito mais nada depois disso. — saio de meu devaneio e volto minha atenção para o seu aviso.

—Srtª Minatozaki. — Chamo.

—Sim, Dahyun.

—Isso são dois dias.

—Bela observação. – Sorri sem dentes. Estalo a língua.

—Falo com você depois.

Sana arqueia uma das sobrancelhas, mas se limita a concordar com a cabeça.

—Ela não te corrigiu e nem deu uma resposta irônica, o que eu perdi? – Jeongyeon pergunta por cima do meu ombro.

—Nossa relação tinha que melhorar pelo menos aqui, né. No trabalho eu já tive que dar banho na filha dela, e olha que sou apenas a assistente pessoal.

—Ela te obrigou a isso? – Jeongyeon ri. Nego com a cabeça, me virando de costas pro quadro e de frente pra Jeongyeon.

—Ela precisou participar de uma reunião de emergência e pediu pra eu olhar a Min-he por alguns minutos. Ela reclamou de fome e lhe dei chocolate, mas ela mais se sujou do que comeu, tive que limpa-lá antes que Sana voltasse.

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⏰ Última atualização: Jul 09, 2019 ⏰

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