Capítulo 4

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 Eu e Deb ficamos quietas por alguns segundos.

  -O que foi isso?- Deb perguntou assustada.

  -Se eu soubesse não estaria carregando minha arma- falei segurando-a em mãos e indo até a porta.

  -Você não vai abrir essa porta mesmo, vai?- ela perguntou se levantando da cama e indo atrás de mim.

  -Shiii- falei abrindo a porta e dando leves passos no corredor.

  O corredor estava escuro, talvez pela falta de luz constante que tinha naquele prédio. Ou tinha algo a ver com os prováveis demônios do andar de cima. Olhei para o lado direito e vi a lata de colocar os guarda-chuvas jogada no chão junto com o extintor de incêndio. Recuei um passo para olhar para o lado esquerdo e senti uma mão grande e masculina tampar minha boca. Me ocorreu uma pequena sensação de pânico, que foi interrompida pelos meus instintos. Dei uma cotovelada no estômago do homem e acabei fazendo com que ele ficasse com dores.Dei um soco em seu rosto lhe causando tonturas e então o empurrei com um chute e fiz ele cair no chão. Subi em cima dele e segurei seus braços.

  -O que está acontecendo aqui?- disse Sam que apareceu do final do corredor. Ele acendeu a luz e então pude ver quem estava embaixo de mim.

  -Ow, obrigada pela surra- disse Dean com a boca sangrando estarrado no chão.

  -A culpa foi sua. Ninguém mandou chegar por trás tapando minha boca. Pediu pra apanhar- falei saindo de cima dele e o ajudando a levantar.

  -Você é cruel- ele falou limpando sua boca com a parte de cima de sua mão.

  -Juh? Que barulheira foi ess.... Ah, oi. Dean? Por que você está todo machucado?- perguntou Deb olhando para ele e para Sam enquanto eu aguentava risos.

  -Acho que o Dean apanhou feio da Julie haha- disse Sam chegando mais perto e desviando do extintor que estava no chão.-Cara, você foi imobilizado,

  -Ela tem o dom de me prender, Sam- Dean falou dando uma leve levantada maliciosa de um segundo nas sobrancelhas.

  -Você se diz caçador e apanhou de mim?- perguntei puxando-o pela camisa e o trazendo para dentro do meu apartamento e o colocando sentado no sofá.

  -Eu estava tonto. Bati com a cabeça na droga daquele extintor de incêndio e ai tropecei no balde dos guarda-chuvas e me encostei na beirada da sua porta.- ele falou tirando sua jaqueta.

  -E onde estava seu irmão nessa hora? Acho que você não pode andar sozinho por aí, Dean- disse Deb rindo.

  Sam entrou logo depois que Deb o convidou. Eles ficaram em pé ao lado da televisão, vendo eu cuidar dos ferimentos do Dean.

  -Eu estava olhando o outro lado do corredor, mas como esse cretino não consegue ficar em silêncio por um minuto, deu no que deu- Sam respondeu com deboche.

  -Mas isso não explica o porquê de você ter tampado minha boca, Dean- falei indo até a cozinha pegar um saco de gelos.

  -Eu ia segurar você para que você não gritasse ou algo do tipo- respondeu Dean fazendo caretas enquanto eu colocava o saco de gelo em sua cabeça.

  -Enfim, Julie, o que você disse que tem no ultimo andar?- perguntou Sam colocando sua bolsa no chão.

  -Demônios... ou alguém que não toma banho e gosta de coisas demoniacas- falei fazendo um pequeno curativo em Dean.

  -Ok, ja pode parar com esse curativo ai- disse Dean parecendo muito melhor.-Vamos logo lá em cima investigar isso.

  -Deb não sabe nem pegar em uma arma, Dean. Alguém tem que ficar com ela aqui- falei me sentando nas pernas de Dean.

  -Sozinha aqui sem poder ajudar em nada? Nem vem- ela falou nos olhando perplexamente.

  -Deb, sinto muito. Você não sabe o que vai fazer. Sam, fique aqui com ela de precaução. Dean, você vem comigo- falei andando até a porta enquanto Dean soltou um sorriso malicioso- CAÇAR aquela coisa.

  Saímos do meu apartamento e fomos andando até a porta das escadarias novamente. Dean foi na frente gemendo com dor.

  -Para de gemer- falei me enfiando na frente dele na subida das escadas.

  -Seu chute pegou nas minhas costelas, quando isso não doer, me fale- ele respondeu carregando seu rifle com balas de sal.

  -Sal grosso em balas? Desconhecia essa ideia.- falei

  -Meu pai e eu inventamos. Era legal passar horas fazendo as munições.

  A conversa estava legal mas fomos interrompidos por um barulho na porta do nosso andar.

 -DEB, sai daí e vai pra dentro de casa- falei firme.

  -Desculpa, eu nao consegui segura-la- disse Sam que apareceu logo atrás.

  -Você não teve culpa,  Sam. Débora é teimosa- eu disse indo para os últimos degraus da escada e então abri a porta.

  -Sam,  leve ela pra dentro. São apenas demônios, já dei conta de muitos de uma vez.

  -Ok- Sam disse puxando Deb pelo pulso e levando-a para dentro.

  Dean e eu entramos no último andar sentindo o cheiro insuportável de enxofre. Eu apontava minha arma para todos os lados. Dean logo atrás de mim me dava cobertura. Entrei em um dos apartamentos onde haviam cheiros distintos. No chão do apartamento haviam vários corpos mortos e sangue por todos os lados. Me aproximei dos corpos para ver se existia alguém vivo,  então medi os batimentos de todos eles. Um homem novo estava vivo e se assustou comigo.

  -Não me machuquem mais... por favor... eu.. imploro.

  -Calma,  vim salvar você.  Consegue andar? Dean,  pede pro Sam subir aqui pra ajudar com ele.- falei ajudando o homem a se levantar.

  Dean pegou seu celular e ligou para Sam, enquanto eu segurava o homem que reclamava de dor.

  -Eles estão vindo... eles estão vindo- disse o homem olhando para uma das portas do apartamento. Haviam barulhos de potes e panelas vindo da porta.

  -Eles quem?- perguntei enquanto Dean telefonava para Sam.

  -Sam, sobe aqui sozinho. Tem vitimas aqui. ANDA.

  Dean falou um pouco alto demais, fazendo com que as criaturas que estavam naquele apartamento ficassem quietas.

  -Esta ouvindo?- perguntei.

  -Esta tudo tão quieto...

 

50 tons de SupernaturalOnde histórias criam vida. Descubra agora