Call me Queen

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Madrugada de Domingo, 30 de Junho de 2019

O cheiro do café recém feito percorria por todo apartamento, as janelas "suavam" por conta da alta temperatura por dentro comparada ao lado de fora. Era uma noite relativamente fria, um dos climas favorito de Deinert para deitar em seu colchão e dormir como se não houvesse amanhã. Mas, infelizmente, não era assim que estava no momento.

Desde que chegou do centro, sentou-se em uma pequena mesa que tinha improvisado junto às fotos, notebook e relatórios para estudar o caso. Ficava pouco tempo em casa e quando ficava estava constantemente preparando um café ou bebendo energético para não cair no sono.

Suas pálpebras pesavam e as letras pareciam dançar, estava lendo, mas não absorvia nenhuma informação. Sentia-se exausta e não poderia cometer o erro de dormir, precisava chegar o mais rápido a assassina antes que ela cometesse outro crime. Não somente sua cabeça, mas sua consciência também pesava. Toda vez que chegava à cena do crime e encontrava um homem ou garoto morto apenas conseguia pensar em seus primos, filhos de amigos. Pensava que aquele era filho de alguém, alguém com sonhos, aspirações, hobbies e amigos.

Não aguentaria ter de passar pelo processo de contar para os pais ou qualquer próximo da vitima que havia deixado mais um ser morto. Sina com certeza amava seu trabalho, mas odiava assistir pessoas derramarem lagrimas doloridas de luto enquanto não chegava nem perto de uma suspeita.

Havia prometido a inúmeras mães que iria pegar quem quer que fosse que estivesse fazendo aquilo com seu filho e outros homens. E naquele momento suas promessas pesavam, seus pensamentos iam muito além de relatórios e investigações. E se não pegassem a garota? Sua promessa tinha de ser comprida de uma maneira ou outra.

Estava tão absorta em pensamentos que se assustou ao toque do próprio telefone, derrubando um pouco de café quente sobre as pernas. Praguejou, puxando o aparelho de cima da pequena mesa, não se surpreendeu ao ver que era o contato de Joalin, apenas se preocupou por conta do horário.

- Joalin? Qual o problema? – Perguntou preocupada assim que aceitou a ligação.

"Nossa garota atacou de novo, preciso que vá para Hermosa Beach. Smith já está lá e estou a caminho." Avisou fraco, seu tom de voz tão cansado quanto à da mais velha.

- Droga. – Murmurou para si mesma, se levantando de forma atrapalhada em busca das chaves do carro e apartamento. – Não deixe ninguém além da nossa equipe se aproximar do corpo, a imprensa com certeza já está lá. Ligue para Smith e peça a ele que nenhuma informação vaze. Eu estou saindo daqui agora. – E então desligou, indo em busca dos sapatos após encontrar as chaves.

Não havia trocado de roupa desde que chegou, apenas precisou pegar o casaco e calçar os sapatos para poder sair de casa. Seu coração batia de forma acelerada e sua mente voltava a acordar. Quando finalmente pegou a estrada, se concentrou em não pensar besteiras, sabia que sua consciência pesaria e que provavelmente iria se culpar, mas tinha de se manter firme para chegar à cena do crime e conseguir trabalhar sem maiores problemas.

As ruas consideravelmente vazias facilitaram a chegada da Detetive, normalmente demoraria uma hora e alguns minutos, por conta do transito bom levou apenas quarenta minutos. Quando chegou, conseguiu avistar o tumulto, a imprensa como de esperado já estava lá, alguns curiosos e outros policiais tentavam manter o grupo de pessoas fora das faixas amarelas escritas "crime scene". Deinert suspirou, querendo manter-se dentro do carro.

Mas não pôde. Com um suspiro pesado destravou a porta, logo saindo do veiculo. Quando notaram sua presença as câmeras e as pessoas vieram de encontro a si, os microfones disputavam pelas palavras da loira que evitava os flashs e perguntas. Disse para a imprensa que não era um bom momento para se dar entrevista e ultrapassou a faixa amarela, dando de encontro com Joalin, Smith e Jackson.

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