34. Lara, Barbie e Richard.

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Lara Butterworth Point of View

Zabdiel sempre reclamou de como nós éramos mimados, e de como também estávamos deixando seus amigos mimados. Eu achava que ele estava exagerado. Isso foi até ver Barbara andando de salto dentro da floresta.

Meu Deus, qual a necessidade? Não tinha ninguém além de mim, ela não precisava continuar forçando aquela imagem de Barbie. Talvez não fosse uma boa ideia ter dado esse apelido a ela.

Eu tentava manter um assunto sobre a razão de estarmos ali: achar algum item para podermos dormir em uma barraca. Mas ela estava ocupada de mais retocando a maquiagem.

— Ok, já deu. — Dei um tapa em sua mão, derrubando o blush no chão.

Ela me olhou horrorizada. Antes que pudesse dizer algo, eu a cortei.

— Já chega, Barbara. Toda vez que você se sente exposta, você usa uma mascara.

— O que? — Franziu a testa.

— Joel e Chris. Você está no meio de uma grande merda, apaixonada por dois garotos que são melhores amigos e...

— Apaixonada? — Ela riu alto.

Cruzei os braços e fechei a cara.

— Você é hilária. — Ele se curvou, ainda rindo, secando lágrimas nos cantos dos olhos.

— Eu sei que você odeia sentimentalismo, Barbara. Que você usa garotos apenas para satisfazer seu ego. E toda vez que algum deles consegue passar por sua parede de boneca burra e fria, você entra em desespero e ergue uma muralha.

— Você está falando grego, Camille — disse, cruzando os braços e me encarando. Eu odiava quando ela usava meu nome do meio.

— Você constrói uma muralha, Barbara. Uma de burrice, estupidez e futilidade, pintada de rosa. Para que os caras pensem que você é fútil o bastante para nem notar eles mais, os jogando de lado.

— Eu não faço isso.

— Você está usando salto no meio do mato! — gritei, perdendo a calma. — Você passou maquiagem como se estivesse indo para a maior festa do século. Isso é o auge da idiotice.

— Você está parecendo o Zabdiel falando — resmungou, descruzando os braços.

Abri a boca para responder, mas um barulho me fez ficar quieta. Barbara e eu olhamos ao redor. Estava escuro ali, levando em conta a parede de rocha que se levantava acima de nós, mais de vinte metros, circulando todo o campo. Dos outros lados eram árvores altas, impedindo a entrada da luz.

Demos um passo para o lado, uma em direção a outra, enquanto o barulho se aumentava. Tinha alguém se aproximando.

Algo saiu correndo de trás de uma moita, fazendo Barbara e eu gritarmos. A pessoa a nossa frente parou de correr e também gritou junto com a gente, completamente assustada.

— Richard? — falei, parando de gritar, chocada.

— Tem um sapo me seguindo! — respondeu, completamente sem fôlego.

— Um sapo? — Dei um passo a frente.

Barbara franziu a testa e também avançou, olhando para trás de Richard enquanto eu o encarava como se estivesse louco.

Achei melhor não comentar, mas ele gritou como uma garotinha.

Barbara arregalou os olhos e deu um grito, pulando para trás.

— UM SAPO!

Richard fez o mesmo que ela, se virando para ver o sapo atrás do pé dele, apenas para dar um salto para trás e gritar outra vez como uma garota.

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