47. Missão Salada e Hambúrguer.

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Como a gente já sabia que iria acontecer, sobrou para eu e os meninos carregarmos as sacolas. E não eram poucas. Lara não deixou eu ver o que ela comprou depois de sete lojas, mas me fez carregar tudo.

Minha coleira já estava até com diamantes. Acho que a de nós três ali estava.

Não acredito que viramos capacho de mulher.

Foi só na terceira loja que vimos que não daria para carregar tanta coisa, e fomos guardar no carro. No final da última loja tivemos que ir ao estacionamento outra vez. Por sorte a Ranger tinha um porta malas gigante, e estávamos em dois carros.

Erick acabou comprando algumas roupas para ele, em uma busca de meia hora com Kimberly para achar algo que ficasse bom nele. Chris e eu ficamos quietos enquanto Lara e Barbara escolhiam roupas para nós. Natálie não tinha ninguém para maltratar, então na quarta loja se separou de nós e foi ao salão de beleza.

— Zabdiel, acho que você deveria baixar aplicativos de encontro também — falou Erick, me fazendo cuspir meu chá gelado.

— Que?

— Ou ligar para a Ann.

— Que Ann? — Olhei para Chris.

— A do luau.

— Ah. — Peguei um guardanapo e limpei a boca. — Ela era um pouco agressiva, não, obrigada.

— Não me diga... — falou Kim sarcástica. Havia sido ela quem notou os arranhões em minhas costas no dia seguinte em que dormi com Ann.

— Cara, eu juro que se você voltar a ficar mal humorado como tava antes, eu pago alguém pra transar com você — ameaçou Chris.

— Você acha que meu mau humor é falta de sexo e não ter que aguentar vocês nove?

— Eu acho — respondeu Erick.

— A vida pra vocês só se resume a sexo?!

— Sexo, dormir e comer.

— Meu Deus, que decepção.

Por que eles não falavam de coisas normais? Como o dólar, o tempo, corte de cabelo, o fato de azul e laranja não combinar...

— Aquele ali é o Richard? — perguntou Nat, apontando para as mesas no centro da praça de alimentação.

Ela já tinha voltado do salão, e estava com o cabelo curto acima da altura dos ombros. Foi uma grande surpresa para a gente, e motivo de conversa por uns vinte minutos entre as garotas.

Nós estávamos na ponta da praça, comprando bebidas. Seguimos o dedo apontado de Nat. De fato era Richard, sentado de frente para duas garotas. Quando ele olhou em nossa direção nós corremos para trás de uma coluna.

— Quando ele disse dois encontros, eu não achei que fosse com duas pessoas ao mesmo tempo — comentou Erick, colocando apenas o rosto para fora da coluna, observando.

— É sério?

— Aham.

— E elas são muito parecidas. Será que são irmãs?

Barbara e eu puxamos Erick para trás e colocamos o rosto para fora, tentando olhar. As garotas estavam de costas para a gente, mas as vezes em que se viravam para falar uma com a outra dava para notar a semelhança.

— Uma tá indo embora — avisou Barbara.

— Não tá não. — Apontei para a garota. — Foi buscar comida.

— O que ela pediu? — Kim me puxou para trás e tomou meu lugar no posto de observação. — Caralho que corpo. Meu Deus, Richard, você não brinca em serviço.

Byron BayOnde histórias criam vida. Descubra agora