Capítulo VII

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O toque do meu celular soou irritantemente ao meu ouvido. Era uma ligação, de ninguém menos que Steve Collins. Três dias depois do nosso "pequeno desentendimento".

Desbloqueei o celular e aceitei a chamada, mas permaneci em silêncio.

"Carter?" Sua voz soou ao telefone.

"Olá, Steve." Respondi friamente.

"Você sabe que eu não fujo de promessas. Por mais idiota que sejam."

"Eu sei."

Uma pausa para o silêncio foi instalada.

"Hoje, as 14h?" Questionei.

"Ótimo. Estarei aí."

Não precisou de muito para que nos entendessemos. Não havia desculpas, muito menos lamentações. Nos conhecíamos, e sabíamos que logo estaríamos conversando.

Nossa amizade sempre foi de muitos "vai e vem", assim dizendo. Já era comum para nós, se distanciar e voltarmos a conversar. Por incrível que pareça, não havia mágoas entre nós.

Fiz tudo que era necessário no meu dia, aproveitei e tirei um tempinho para limpar minha máquina, pois ela já estava no meu laboratório há alguns dias pegando poeira.

Em meio a meus devaneios percebi que precisava logo adiantar o processo das viagens no tempo, pois logo eu voltava ao trabalho e não tive uma viagem digna.

E para quem quer voltar dez anos atrás, muitos testes ainda precisam ser feitos.

"Hoje quando o Steve vier, iremos começar com os testes. Ele gostando ou não da ideia." Pensei.

-

Duas horas. Em ponto.

Lá estava ele, em frente à minha porta. Não esperou eu convidá-lo para entrar, apenas esfregou os sapatos no tapete e adentrou minha casa.

"O que vai ser hoje?"

"Você vai me ajudar nos testes com a máquina. Se importaria de servir de cobaia?" Tentei soar com a maior naturalidade possível.

Um riso zombeteiro saiu de seus lábios.

"Você está tentando me pedir para voltar ao passado sozinho enquanto você controla a máquina?!" Incrédulo, me encarou.

"Basicamente isso. Você não vai ficar muito tempo por lá, relaxe."

Minha naturalidade com certeza estava fazendo os neurônios de Steve queimarem. Eu tinha certeza que ele queria avançar em mim.

"Vamos para o meu laboratório, para você conhecer a minha belezinha." Sorri sacana.

Ele apenas bufou e ficou quieto.

Descemos as escadas em passos lentos, rumo ao laboratório.

Steve se mantinha curioso, mas fazia questão de manter à pose de quem não dava a mínima. Típico dele.

Chegando no local, Steve logo se aproximou. Medindo-a, observando de ponta a ponta, e vendo superficialmente todos os mecanismos que a envolviam, com uma porção de surpresa e descrença.

Enquanto eu me garantia de manter tudo fechado, janelas e cortinas, para não corrermos o risco de sermos vistos.

"Caraca, Dave. Como você conseguiu isso? Tenho que admitir que você é um gênio as vezes." Ele estava boquiaberto.

Claro que meu ego se elevou um pouco, e eu me permiti sorrir.

"Muito trabalho, acredite. Mas o resultado foi ótimo."

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⏰ Última atualização: Jan 12, 2020 ⏰

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