Enigma.

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Eu me apaixonei por uma cara mau... Você pode pensar que é um clichê, "a garota se apaixona pelo badboy, playboy, ou qualquer outra denominação" mas ele não é um badboy como nos filmes e séries, ele é um cara realmente mal, alguém sem escrúpulos, sem caráter e sem limites... Não é aquele garoto que todas querem, é o cara que todas tem medo, menos eu, pois é, que loucura, então você deve estar se perguntando por que eu amo um cara assim... Bem a resposta não é simples, até por que nem eu entendo muito bem, mas talvez seja pelo fato dele me tratar melhor do que qualquer pessoa no mundo me trata... Ah e não pense que é outro clichê como: "eu vou conseguir mudar ele", de forma alguma eu tenho essa intenção, eu apenas vou ama-lo do jeito que ele é, assim como ele me ama do jeito que eu sou, magrela, com o cabelo desalinhado e preto, sem vida, com minhas roupas sem graça, com meus olhos pretos e meu rosto comum, não sou atlética e as vezes uso óculos que me deixam mais invisível do que eu já sou... Além disse não sou engraçada, ou comunicativa, ou seja minha personalidade hein si é uma chatice completa... assim como a minha existência.

E mesmo assim, Dylan Morgan Malarkey com seus olhos cor de mel, seu sorriso demoníaco, acompanhado de covinhas pecaminosas, seu brilhante e liso cabelo preto, me escolheu... Se ele não fosse o Sr. Malvado da escola, todas as garotas morreriam e matariam por ele, por que os céus são testemunha da beleza desconcertante desse homem, ele tem um enigma no olhar, um mistério em seus sorrisos como se guardasse um segredo do resto do mundo, que condiz com a malícia em suas atitudes que o faz um homem terrivelmente cobiçavel, mas ele faz de tudo pra que isso não aconteça, sempre que vê o mínimo interesse brilhar nos olhos das coitadas, ele as esmaga como baratas...

Mas então por que eu? Acredito que tudo se trata de diversos fatores que levaram a esse fim...
E tudo começou num dia frio, no dia mais frio do ano, eu estava caminhando embrulhada em três camadas de moletons e jaquetas, para ser capaz de me locomover em meio ao congelamento dos meus ossos.

Mas graças a Deus não está nevando, ou pelo menos não estava, até esse momento... Droga! Elogiei cedo demais, esse é meu fim, nunca pensei que morreria de hipotermia. Mas isso não é nenhuma surpresa para mim.
Que vida desprezível!

Mas não tão desprezíveis quanto a vida desse garoto sentado no banco a minha frente, ele está sem nenhum casaco, está branco como a neve e treme mais que vara verde, eu não posso deixa-lo assim. Não sou o tipo de pessoa que fecha os olhos pra situações como essa, eu costumo ter esses surtos de empatia pelo próximo e ele precisa de ajuda e eu vou ajuda-lo, não importa o motivo pra esse menino franzino, de olhos cor de mel estar nesse banco de ferro gelado, eu não posso deixa-lo assim e seguir minha vida normalmente.
Talvez eu devesse ter feito isso, mas não é assim que a história aconteceu e nunca aconteceria, a não ser que eu fosse outro tipo de pessoa.

Eu tiro minha jaqueta de lã e coloco sobre os ombros do garoto, que ao notar o tecido sobre seus ombros me encara perplexo, sua boca está rachada pelo frio e tem uma tonalidade arroxeada,  seus olhos expressivos, que são terrivelmente cativantes, me encaram sem vacilar, apesar dos tremores violentos do seu corpo, que parece não suportar nem mais um segundo nesse inferno gelado, meu coração se aperta com a imagem.

Eu apenas ia dá-lhe meu casaco mais quentinho e partir em direção ao meu compromisso, mas agora vendo ele mais de perto, me encarando como se eu fosse sua salvadora, sou impacaz de dar as costas pra essa criança, que agora olhando bem não é tão criança assim, parece ter uma idade aproximada da minha e eu tenho 15 anos.

Então é isso, vou ajuda-lo, esse pobre coitado, que eu acredito não pertencer a esse lugar com essa blusa preta de boa aparência, aparentemente nova e sua calça rasgada que com certeza é mais cara que todos os casacos que estou usando juntos, ou seja ele não é um morador de rua, ou talvez ele roubou essas roupas, o que eu acho improvável olhando para o pequeno e supostamente frágil garoto de olhos adoráveis.

Evil LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora