Luz apagada.

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Filantropia é uma palavra incomum, que significa "profundo amor à humanidade", "desprendimento", "generosidade para com outrem" e "caridade". Parece realmente algo incrível, para quem vive na hipocrisia... Mas para mim não é algo importante, é só mais uma palavra que não faz mais sentido, algo inexistente... Uma fantasia desprezível da humanidade. Mas sendo sincero eu já acreditei em coisas assim, porém já faz muito tempo.

A cerca de cinco anos atrás, eu era ingênuo, o suficiente para acreditar que o mundo é um lugar bonito, que as pessoas amam e merecem ser amadas e que você pode acreditar e confiar no amor e no que as pessoas dizem... Eu realmente acreditava e agora eu sei o quão idiota eu fui... Eu só tinha dez anos e meu irmãozinho estava com quase nove anos e foi quando tudo mudou, ela era a mulher mais bondosa e sincera que eu já conheci, ela era minha mãe, seus sorrisos eram capazes de fazer qualquer pessoa pensar em viver de novo, pelo menos era o que eu pensava, porque se nem Deus agradou todo mundo, o que dirá a minha doce mãe.

Não importou se ela nunca dava uma má resposta para às pessoas, não importou se ela sempre tentava ajudar, se ela era sempre gentil, ou se ajudava os menos afortunados sem esperar nada em troca, ela nunca se vangloriava por suas boas ações, se dependesse dela as pessoas nunca saberiam, ela fazia tudo aquilo por puro amor pelas pessoas, sempre paciente e respeitosa ela era a melhor pessoa que eu já conheci na vida, seu único defeito era confiar demais nas pessoas.

Ela sempre me inundou de amor, mesmo quando eu era a pior criança do mundo, ela me beijava e dizia que sabia que um dia eu seria um grande homem, como sempre ela estava enganada, levando em conta o que me tornei.

Mas como eu disse nada disso valeu de nada, por que no fim a humanidade não vale a pena e minha mãe não enxergou isso, ela infelizmente foi cegada por sua bondade e os hipócritas, as pessoas que ela tanto amava a destruíram...

Seu amor a matou, ou melhor, seu próprio marido, meu pai o Sr. Malarkey, um cirurgião cardíaco, um médico! Matou sua própria esposa!

Fria e meticulosamente, ele pôs fim à vida da única mulher que valia a pena nessa droga de mundo! Enquanto salvava milhares de desconhecidos no hospital.

E pra piorar ele não fez isso sozinho, ele a humilhou ainda mais, tendo uma ajudinha da amante, a desgraçada da minha tia, a irmã mais velha da minha mãe, uma pessoa que minha mãe só fez amar. Ela sempre ia almoçar com a gente nos fins de semana e elogiava com tanto fervor a minha mãe e nossa família, dizia que o sonho dela era ter uma família como a nossa, mas nunca pensei que ela queria literalmente a família da sua irmã mais nova...
As pessoas são podres, mas tentam mascarar seu fedor diariamente, tanto que eu nunca imaginei que o homem que eu corria para abraçar todas as noites quando ele chegava a casa, era um assassino. Meu pai é um assassino... O assassino da minha própria mãe.

Não se pode confiar mamãe e essa foi a maior lição que a senhora me deixou, mesmo que não tivesse essa intenção, eu vou levar essa lição cravada na minha alma.

Então é isso, eu sou Dylan Morgan Malarkey, hoje tenho quinze anos, meu irmão tem quatorze e nossa avó mora conosco, ambos são tudo que me restou de família, por que minha tia se matou antes de ser presa e meu pai está atrás das grades e pra mim está morto, ou assim eu queria que estivesse.

No fim das contas eu sou um pouco do perfil dos dois, não sou como a minha mãe, mas tenho algumas características da personalidade e físicas dela, na personalidade sou extremamente sincero e valorizo a família que me restou, meu irmão e minha avó são as únicas pessoas no mundo que eu amo, apesar de saber que não se pode confiar.

A verdade é que minha mãe era a única pessoa no mundo confiável

Sinceridade e a valorização da família são tudo que sobrou dela em mim, além das lindas e tristes lembranças. Na fisionomia eu puxei seus olhos cor de mel, o sorriso e seu cabelo preto, meu pai tinha olhos azuis e cabelo loiro.

Evil LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora