Depreciação.

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Diante do inevitável, eu me tornei o que minha mãe mais temia, uma pessoa sem valor e sem motivações.
Sou um desgraçado sem escrúpulo, um degenerado filho da mãe! um garoto assombrado por seus demônio, ou talvez eu seja o próprio demônio, escondido em pele de cordeiro, a primeira vista sou inofensivo, mas faço estragos até quebrar ossos como palitos de picolé, sem vacilar e não ligo pra dor nenhuma que possam me infligir, pois conheço a verdadeira dor e ela não é carnal. Coitado do pobre infeliz que se meter no meu caminho, eu estou sempre disposto a aproveitar as oportunidades de libertar toda essa fúria que existe dentro de mim, mostrar o inferno para quem eu julgar necessário, é inevitável e destrutivel, está me consumindo aos poucos, me depreciado, apagando minha humanidade... Estou cada vez mais vazio, mais distante de quem eu já fui, mais perdido nessa escuridão, mais ferrado nessa porra toda!
Porém como sempre, mamãe mandou um anjo pra me ajudar, quando eu menos imagino.
Stacy!
Não acredito, minha chama incandescente, me trazendo novamente a vontade de sentir algo além de escuridão e mágoa, ela é algo como uma esperança calorosa, inebriante.
O sinal bate e pouco a pouco todos saem da sala, ficando apenas eu e a jovem Stacy, que vejo hesitante em olhar para mim, eu inevitavelmente sorrio para a meiga menina, com seus doces atos de timidez. Geralmente eu me irrito com pessoas tímidas, mas estranhamente sou incapaz de me irritar com ela, à acho adorável.
Dy- Stacy, eu quero te perguntar algumas coisas pessoais, importa-se de saciar minha curiosidade?
Acanhadamente ela encara-me com seus belos olhos de turbalinas nagras, engole em seco e confirma com a cabeça.
Eu sorrio maliciosamente ao ter a oportunidade de conhece-la melhor.
Dy- ótimo, então podemos ficar juntos no intervalo?
Achei que teria que me monitorar em relação aos meus atos de crueldade, para não ser assim com ela, mas extranhamente não preciso me forçar a nada, com ela eu volto a ser um simples garoto simpático e gentil, me transformo em um ser humano de novo, bem, nem tanto, ainda sou um degenerado quando se trata de sexo, mas um degenerado controlado perto dela.
Ela faz uma careta, parecendo entrar em contradição.
Sy- na verdade já combinei com a minha prima de passar o intervalo com ela.
É inegável meu desapontamento.
E ela pensa em outra solução.
Sy- se você não importar-se, você pode ficar com nós duas no intervalo, eu só tenho que confirmar com ela.
Agora é minha vez de entrar em contradição, ficar com ela e ser um bom garoto é uma coisa, ficar com outras pessoas e ter que ser gentil com elas também é outra, uma situação difícil de ser visualizada e aceita. E se eu não for capaz de me comportar com a prima dela e ela ficar decepcionada comigo, tenho medo que ela se afaste ao ver meu lado vazio e obscuro.
Mas como dizer não a minha salvadora?
Dy-eu aceito a oferta, mas só por curiosidade, quem é sua prima?
Ela sorri ao pensar na familiar.
Sy- com certeza você deve conhecê-la, ela chama muita atenção com seu estilo original.
Sinto um frio na espinha.
Dy- não me diga que é a caótica da Hilary?
Vejo sua testa enrugar e sua boca se tornar uma linha reta de seriedade, percebo imediatamente que falei merda.
Sy- o que você quer dizer com caótica?
Eu abro a boca desesperado por palavras que me livre dessa situação, mas nada vem.
Ela fecha a cara e desvia seus olhos dos meus, parecendo desapontada.
Sy- tudo bem, você não é obrigado a gostar das pessoas, mas esperava que você pelo menos as reispeitace quando elas nem tem a chance de se defender.
Ela se levanta ainda sem me olhar e eu sinto que estraguei tudo, começo a sentir novamente o familiar e costumeiro vazio me envolver.
Sy- já que minha prima não é de seu agrado, talvez seja melhor nos vermos depois.
Ele pega sua bolsa para sair da sala, mas eu a detenho, segurando um de seus braços, apenas com a força necessária para que ela pare.
Dy- espera eu quero ficar com vocês.
Ela me olha novamente e não sei identificar o que se passa em sua cabeça.
Dy- desculpe por falar mal da sua prima, eu não pensei antes de falar.
Ela não sorri, mas também não parece brava, o que me alivia como um refrigerante gelado em uma tarde de verão.
Sy- aceito suas desculpas, porém gostaria de entender o porque de chama-la de caótica.
Dy- eu tenho meus motivos.
Sy- então eu quero que me conte, na frente dela, assim ela também pode argumentar.
Eu fico sem reação, a onde foi que eu me meti, por que eu não fiqueu com a porra da boca calada! Mas de qualquer forma a Hilary iria falar alguma coisa que ia entregar o jogo.
Dy- okay, tudo que você quiser.
Ela sorri tímida e eu percebo que o clima voltou a ser como era antes de eu estragar  tudo.
Sy- você me mima demais.
Dy- você merece, por ser a garota mais gentil e honesta que eu já vi, e de bônus é minha salvadora.
Sy- gentileza deveria ser uma característica presente em todas as pessoas.
Dy- não acho que seja isso que, nos torne melhores pessoas.
Ela estava indo em direção a porta e de repente parou.
Acho que falei merda de novo.
Ela se vira devagar em minha direção.
Sy- tenho a impressão que não vamos concordar muito um com o outro.
Dy- e isso te incomoda?
Pergunto cauteloso.
Não quero afasta-la, mas tenho que ser realista, uma hora ou outra se continuarmos a avançar em nossa relação, ela vai ver quem eu sou de verdade e eu tenho que começar a sondar o terreno, pra que ela não tenha um choque de realidade subitamente.
Sy- depende.
Eu sinto meus músculos tensionarem  e faço uma massagem em meus ombros, tentando relaxar.
Dy- de que exatamente?
Ela da um meio sorriso parecendo refletir.
Sy- depende se vamos ter conversas agradáveis enquanto discutirmos.
Eu suspiro entendendo seu ponto de vista.
Dy- entendo, pra você não importa se concordamos ou discordamos, o importante é que saibamos lidar com as nossas diferenças.
Ela concorda com a cabeça.
Sy- quando se pensa diferente, se tem mais a acrescentar, acho que deixa as coisas mais interessantes.
Eu sorrio, sentindo minha atração por ela almentar, a Química entre nós é tão Cálida, que deixa meus sentidos dispersos.
Eu me aproximo dela e afasto algumas mechas de seu lindo rosto oval, observo como ela fica vermelha e como seus olhos brilham enquanto ela me encara e instintivamente acaricio sua face com as contas dos dedos, apreciando a maciez de sua pele, que possui um tom bronzeado  característica que a deixa ainda mais irresistível pra mim, sua boca rosada e volumosa, me faz querer jogar o autocontrole pras alturas e devora-la por inteiro.
Minha doce e bondosa Stacy, não faz ideia de onde está se metendo, eu deveria te afastar, ou pelo menos alerta-la, eu poderia te proteger sendo um babaca com você como sou com todas as outras, mas não consigo, quero te ter por perto, a onde eu possa te observar, onde eu possa ouvir sua linda voz e ter esses lindos olhos direcionados a mim, onde eu possa sentir seu cheiro de flores no verão.
Sy- eu quero te dizer uma coisa.
Eu vejo que ela está mais tímida que o normal, me pergunto se é por te-la tocado.
Imgina se eu a beijasse como eu desejo, desesperadoramente, ela se tornaria um tomate, um tomate muito fofo e delicioso.
Dy- então diga.
Ela respira fundo e me encara.
Sy- eu não te entendo.
Eu não digo nada, quero vê-la concluir seu pensamento.
Sy- não entendo por que está aqui comigo, é tão legal comigo, quando poderia ter amigos ou amigas, muito mais interativos que eu... Eu sou sem graça e tímida, eu realmente não entendo o que você viu em mim.
Eu a encaro sem acreditar em tanta merda junta que saiu dessa boca maravilhosa.
Seria muito melhor aproveitar essa boquinha para coisas mais proveitosas.
Pisco algumas vezes tentando me controlar pra não soltar um chingamento.
Dy- essa foi a primeira vez que você me decepcionou.
Ela fica sem graça, talvez eu tenha sido um direto demais com ela, porém esse é o meu jeito de dizer que não concordo com ela.
Dy- o que eu vi em você? Primeiramente, eu vi você, coisa que eu não costumo fazer, geralmente eu ignoro as pessoas, ou.... Bem esquece, estamos falando de você. Bem, segundo que você é a garota mais interessante e peculiar que eu conheço, você é extremamente imprevisível e atraente pra caralho...
Percebo que soltei uma palavra que estava lutando muito pra segurar.
Dy- desculpa a boca suja, mas eu quero deixar claro que te acho incrível, principalmente pelo seu caráter, ah sua bondade é o verdadeiramente me atraiu.
Sy- então pra você a característica mais importante nas pessoas é a bondade?
Dy- sim, você tinha dito gentileza, mas pra mim qualquer um pode demonstrar gentileza, ser gentil não quer dizer que você seja uma boa pessoa, pode existir perversidade na gentileza.
Ela pisca, parecendo espantada.
Sy- você acabou de quebrar meus critérios e argumentos em mil pedaços, desse jeito nunca vamos ter uma briga.
Primeiro eu absorvi as palavras irônicas dela e depois eu percebo que se trata de uma brincadeira e por fim eu percebo o quão engraçado seria sempre desarma-lá, antes mesmo de dar a ela a chance de argumentar.
Dy- eu ficaria feliz por isso.
Sy- eu também.
Nos saímos da sala e andamos devagar, lado a lado com tranquilidade.
Eu a observo por inteiro, parece que o mundo está em câmera lenda agora, ou é só a minha mente que não quer sair desse momento.
Ela é tão linda e quanto mais eu olho, mais eu vejo o quanto, seu sorriso divertido e sincero, suas doces e hipnóticas covinhas delicadas.
Ela é um conjunto de tudo que eu admiro, o que eu vou fazer com você Stacy? Como vou ser capaz de te-la ao meu lado por mais e mais tempo, até que eu seja capaz de dizer adeus a sua viciante luz...
Nós atravessamos a multidão de jovens, o formigueiro humano, o ambiente mais repudiado de todos.
E como era de se esperar – pelo me no por mim- os abutres estão a nos estreitar, curiosas sobre a privelegiada que é capaz de andar a meu lado sem que eu a trate pior que uma doença contagiosa, mas o mais imprecionante conserteza para ele é o fato, de eu dar a ela minha dedicada e absoluta atenção e respeito, mas vocês meros mortais, não entenderiam, que essa garota não é comum, ela é única e tudo pra mim, eu posso ser um monstro, mas jamais com ela.
Logo nos encontramos com o a Hilary sentada em uma mesa redonda de metal, junto com outras 5 garotas, de aparências variadas, mas nenhuma se destaca mais que a exagerada e estética Hilary...
Stacy com toda sua humildade se aproxima da prima com um doce sorriso e a garota escarlate a acolhe em um forte abraço, bem talvez elas realmente sejam próxima é a Hilary, realmente goste da prima com sinceridade.
Hy- meninas, essa é a minha prima, Stacy.
As garotas a cumprimentam simpáticas e eu mantenho uma distância considerável de todas, para que minha doce menina tenha a liberdade de se relacionar com novas pessoas, coisa que eu acredito que ela valorize.
Hilary me ignora completamente, foca apenas na prima e em enturma-la.
Hy- senta ai prima, você pode ficar com a gente no intervalo.
Stacy sorri animada, ela realmente aprecia esse momento e eu sou incapaz de não ficar feliz por ela, mesmo que isso signifique não te-la comigo.
Sy- obrigada gente e desculpe pelo abuso, mas meu amigo pode sentar com a gente também? Não quero deixa-lo sozinho.
Não sei porque mas meu coração acelera um pouco, Ao ser lembrado por ela, por mais que ela já tivesse dito que ficariamos juntos no intervalo, não parecia mais que eu poderia fazer parte desse momento.
Ou dizer isso todas as garotas dirigem seus olhares em minha direção e Stacy permanece sorridente e segura meu braço com as duas mãos me puxando para perto de todas e eu permaneço com as mãos nos bolsos do meu moletom preto, olho nos olhos de todos com minha indiferença de sempre, mas sem expressar nenhum tipo de afronta.
Elas ficam de olhos arregalados, sem acreditar na situação diante de seus olhos.
Sy- talvez vocês já se conheçam, mas caso não, esse é o Dylan.
Elas permanecem boquiabertas, parecendo desconfortáveis e curiosas ao mesmo tempo.
E como eu não falo nada, a Hylari é quem quebra o clima de tensão.
Hy- conhecemos o Dylan muito bem priminha, eu acho que é você que não o conhece nadinha.
Stacy fica confusa, mas em nome do bom Deus ela não se afasta nem um centímetro de mim.
Sy- bem, talvez seja verdade, mas ainda sim somos amigos certo Dylan?
Eu desvio meus olhos das irritantes garotas e direcionou meu olhar e minha atenção a ela.
O sentimento é tão contrário ao olhar para ela, é tão bom ter suas mãozinhas me segurando, ter seus olhinhos curiosos me encarando, eu automaticamente sorrio para esse pequeno anjo.
Dy- é claro que sim princesa.
Digo colocando meu braço sobre seus ombros e a mantendo junto a mim, como quem diz: “não vão tirar ela de mim!”.
A surpresa é evidente em todos esses olhares fúteis.
Hy- não sabia desse seu lado priminha, que curte caras maus.
Ela diz com suas sobrancelhas arqueadas e lábios rígidos de raiva.
E Stacy com toda sua inocência continua perdida em um nevoeitro crescente.
Sy- Dylan um cara mau?
Ela explode em riso.
Sy- mau como? Do tipo que é sincero ao extremo, que se mete em brigas com outros garotos, ao do tipo que prega peças em garotas?
Ela faz uma pausa e segura minha mão que está sobre seu ombro.
Sy- por que eu defino isso como garoto problemático, alguém com sérios problemas pessoais, não um garoto mau...
Hylari a interrompe batendo forte na mesa que range com o contato violento.
Hy- não Stacy, ele é o tipo que destrói psicológicos, que humilha pessoas, que usa garotas e depois as descarta, que machuca física e emocionalmente qualquer um, não apenas garotos.
Eu fico tenso, mas não pretendo negar,é bom que ela saiba logo como eu sou e decidir se é capaz de lidar com isso.
Ela não se move, fica paralizada encarando a prima com imaginação.
Sy- ele nunca me ameaçou, sempre foi gentiu e cuidadoso comigo, não consigo sentir esse ódio que você tem por ele, não posso desprezar alguém que nunca me fez mal algum.
Sua prima parece ferver em ódio e antes que ela exploda contra minha protegida, eu intervenho.
Dy- Eu não queria me envolver, mas parece que não tenho outra opção.
Digo sorriso para a carinha de esperançosa da minha pequena.
O que deixa a Hylari mais cheia de ira.
Dy- só por que você sente um recentimente comigo, não quer dizer que sua prima tem que compartilhar desse sentimento.
Stacy não discorda, apenas escuta, já a revoltada prima quase me agarra pelo pescoço, coisa que eu adoraria vê-la tentar, tenho que confessar.
Sy- mas por que esse ressentimento todo?
Vejo a nervosinha se encolher e engolir em seco, já eu sou obrigado a segurar o meu riso venenoso.
Dy- é por que eu fui contra ao namoro dela e do meu irmão.

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