COMO Imagino que Amin seja... Só para inspiração!
Capítulo 2
Estava sendo puxada com tanta força que acordou atordoada tentando se situar onde estava. Sua mãe a abanava enquanto seu pai a puxava tentando a acordar. Seus olhos demoraram a focar os rostos deles.
― Jamile, minha filha... ― O senhor estava desesperado. Era sua única filha menina e linda. A mais bela da aldeia.
A infeliz realidade não permitira que sua esposa tivesse outra criança para alegrar a família, ainda que tivessem tentado várias vezes, o aborto acontecera inúmeras vezes. Em amor a esposa, o homem tinha desistido, porque preferia manter a esposa a tentar algo que poderia matá-la. Assim, só tinham tido a pequena Jamile para ganhar todos os mimos.
Por isso mesmo, era tão doloroso para o homem que tivesse que ver sua filha sendo diminuída a uma condição de animal para casar-se com a família mais rica. Se pudesse escolher como queria que a filha ficasse, escolheria o pequeno Amir, criado junto da família e que certamente saberia dar o amor que Jamile merecia. Na verdade, ele realmente esperava que por aquela semana o jovem menino pedisse a mão da sua filha em casamento. Algo que agora seria impossível.
― Estou aqui... ― Disse a jovem em voz embargada. Os Fath assentiram ajudando Jamile a seguir para casa.
Cada qual em seu mundo reclamava da sorte que o destino houvera dado a eles. Entre eles, só o silêncio das palavras não ditas e do futuro que uma hora chegaria.
― Vamos fugir, Jal. ― Pediu Amin. Jamile arregalou os olhos sem acreditar naquele pedido. Olhou para os dois lados para ter certeza de que não estavam sendo ouvidos. Havia o medo estampado em cada célula deles. A sensação era de que se descobertos, sofreriam as consequências de tais atitudes absurdas. O que era óbvio. No entanto, Jamile sentia que seus pais compartilhavam ou ao menos coadunavam com tamanha ideia, pois tinham deixado ela é Amin sozinhos na sala enquanto seguiam para trás da casa cuidar de algumas ervas que cultivavam com esmero. Não era uma atitude comum deles, mas talvez estivessem dando privacidade para se despedirem ou, quem sabe, traçarem planos como daquele tipo.
Como Jamile não queria se despedir de Amin, preferia acreditar que a solução que indiretamente seus pais concordavam era com aquela que Amin a apresentava.
― Vamos fugir, Jal, por favor. ― Insistiu Amin dessa vez segurando suas mãos. O coração de Jamile disparou. Havia um certo receio, ao mesmo tempo que a euforia de fazer alguma coisa proibida contaminava cada uma das células dela. A forma como Amin a olhava também, muito ajudava que ela se decidisse no sim.
Conhecia Amin desde a infância, quando as crianças da aldeia estudavam juntas e se alfabetizavam igualmente independente do sexo. Infelizmente, se separaram quando completaram mais de 7 anos e turmas para cada sexo foram criadas. Jamile só concluiu até a quarta série. Não somente porque era costume as jovens da sua aldeia não chegarem a concluir os estudos, mas porque também sua família precisara dela mesmo em idade tão tenra. Havia muita coisa para fazer e sobreviver e, mesmo sendo a única filha, seus pais passavam por uma vida muito apertada para que ela pudesse sobreviver e terminar os estudos.
Além do mais, meninas deviam aprender outras artes como cozinhar e costurar e nesse sentido sua família era muito tradicional, como quase todas governadas pelo clã Al Bir. Mesmo assim, Amin continuou seus estudos. Ele tinha ido para outra cidade estudar, já que ali não tinha como continuar os estudos e chegara até mesmo a cursar uma faculdade de uma profissão chamada Engenharia que ele explicara para ela que era responsável por construir coisas, como mesquitas.
Jamile achará tudo lindo é fantástico. A Mesquita da sua cidade era muito linda. Seria bom ter um marido que construía coisas tão bonitas assim para Deus. Ela achava que era uma sorte grande a sua. E enquanto ele terminara os estudos, ela esperou.
Esperou que Amin a visitasse nas férias e que o tempo passasse lentamente. Esperou que ele lhe roubasse um beijo e dissesse que ela era linda e esperava agora que ele a pedisse em casamento, muito embora já não fosse mais possível. Amin a entendia e por isso mesmo ela o amava de todo o coração. Ele cuidara dela e da família dela e sempre os auxiliava no sustento da casa entregando alguma comida ou tecido que pudesse ser utilizado.
Amin muito era aprovado por seus pais também, pois embora Jamile realmente fosse a mais linda jovem da aldeia pobre, Amin era respeitador e sempre a amou comedidamente esperando que seus pais aceitassem a ideia de que ele se casaria com uma jovem tão pobre. Porque Jamile era bonita, mas não era rica. E os pais de Amin eram a terceira família mais rica da região. Claramente, menos que os Al Bir.
Por isso, não aceitavam que ele se casasse com uma jovem pobre. Havia Hanya. Não era tão bonita quanto Jamile, mas era da segunda família mais rica da região e certamente daria muitos bons frutos para o casamento com Amin.
Só que Amin sempre amou Jamile.
Pelo menos, era o que ele demonstrava e a fazia sempre sorrir quando aos domingos ele vinha lhe visitar ou quando na mesquita, ao final, ele sempre lhe desejava que ficasse com Deus afagando o seu coração com tal amor gentil.
Por isso, não foi difícil para Jamile tomar essa decisão. A decisão de fugir com Amin. Eles poderiam ser felizes. Ela tinha certeza que sim. E outra, era ele quem estava oferecendo tal possibilidade. Era uma amostra do carinho que ele sentia. Como não dar também sua prova de amor para quem tanto a amava? Ela sabia que devia sim.
E foi por isso que, naquele momento de pura angústia e dor, naquela sensação de medo de ser tratada como uma escrava por um homem que não vivera nem 15 anos ao lado dela como Amin o fizera, Jamile tomou uma decisão. Entregaria sua mostra de amor para Amin e fugiria com ele pelo mundo. Seria só dele como ele era dela.
― Vamos fugir, Amin. ― E ele sorriu suspirando aliviado como se tirasse um peso das costas e pudesse finalmente respirar enquanto emendava:
― In sha allah, Jal. E ele certamente abençoará o nosso amor.
E Jamile concordou com as belas palavras de Amin enquanto enviava uma prece sincera a Deus e pedia, de coração, que ele os ajudasse.
Mais um capítulo desse conto que espero ganhar o coração de vocês! Muito obrigada para quem está dando uma chance para que eu escreva um conto para vocês, essa nova modalidade que ainda estou aprendendo! Muito obrigada, mesmo! <3
Bjinhoos
Diana.
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A bela Jamile
RomanceJamile teve o azar de ser prometida a uma família rica da região que mora: a um dos herdeiros do clã Al Bir. No entanto, não a qualquer herdeiro. Khaled, o primogênito de Mohammed Saih Al Bir. E pior, dada de graça ao homem por conta de um maldito d...