~ Capítulo 10 ~

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Olha a Jamile já toda produzida para matar... zoeira hhahah
Ou talvez não... 👀
Vai que ela consegue salvar o Khaled hein....


Capítulo 10

Jamile estava absorta na leitura de um livro qualquer quando percebeu a movimentação abrupta em frente a mansão e estranhou. O barulho ensurdecedor logo a fez se levantar e procurar entender o que havia acontecido.

Não demorou muito para que as coisas fizessem sentido.

Amur, um dos homens da guarda do seu marido, estava ferido enquanto pedia piedade. Jamile fez o homem levantar e Isa o deu um copo com água enquanto ele recuperava o fôlego até finalmente conseguir dizer algumas palavras tortas por meio dos lábios sanguinolentos:

― Khaled foi pego. Amin o pegou. ― Jamile fechou a cara.

Seu coração bateu aceleradamente e o bebê deu uma pulada como se de repente soubesse que estavam falando do seu pai e que era algo de suma importância. Infelizmente, era.

― Eu tenho uma prima que trabalha lá, senhora. ― Disse Isa como se já imaginasse o plano que Jamile arquitetava na cabeça.

― Contate-a. Vou me preparar. ― Isa concordou.

Jamile então seguiu em passos rápidos até o escritório de Khaled. Conhecia tudo da mansão Al Bir. Era óbvio que também sabia onde o marido costumava esconder uma das várias armas pessoais que ele julgava necessário manter. Aparentemente, pensava Jamile agora, realmente tinha sido necessário. Afinal, ela usaria a mesma, se fosse necessário, apenas para ter Khaled de volta.

Obviamente, nunca tinha usado uma arma antes e não imaginava conseguir matar ninguém, mas esperava que a arma fosse o suficiente para Amin se intimidar. E, de qualquer forma, não deveria ser muito diferente do que os livros de ficção que ela lia contavam como usar. Era destravar e disparar. Não era?

Depois de pegar a arma do cofre pessoal de Khaled, Jamile trocou de roupa colocando uma niqab preta para que não fosse visível todo o seu rosto de forma que Amin não viesse a reconhecê-la, não antes de ela estar no território inimigo.

Era um plano arriscado, ela bem sabia disso, mas não tinha lá muitas escolhas que ela pudesse fazer. Era tentar ou deixar que Amin matasse o seu marido. Ela bem sabia quais eram as intenções dele. E nunca que deixaria que fossem postas em prática.

Certamente, Amin mataria Khaled, se proclamaria chefe da região e com certeza ameaçaria Jamile e seu filho se ela não se tornasse dele, podendo ele a humilhar como bem quisesse. Jamile conhecia tão bem o ex-noivo que parecia uma certeza inabalável de que ele faria algo do tipo. Por isso, ela precisava correr. Precisava salvar Khaled enquanto fosse possível.

Não foi difícil entrar na mansão de Amin. Com o auxílio da prima de Isa, Jamile ficou parecendo uma das entre várias mulheres que cuidavam da mansão, fosse servindo comidas, cuidando do jardim ou tirando pó. Contudo, Jamile sabia que precisava ser rápida. Precisava saber onde Khaled poderia estar.

Em passos largos, vasculhou a casa como se estivesse procurando um espanador deixado em algum canto. Como a maioria das mulheres dali também andavam de niqab, uma forma de esconder a sua identidade, já que nenhuma queria ser reconhecida como uma mulher que precisava trabalhar e não tinha condições de ser somente sustentada pelo marido, era mais fácil que Jamile andasse em meio a tantas mulheres de niqab procurando Khaled. Deixaria para se preocupar com essa infeliz condição das mulheres do seu povo, bem como da estigma que acabavam aceitando para outro momento. Um dia, se conseguisse salvar Khaled, lutaria por essas mulheres.

A bela JamileOnde histórias criam vida. Descubra agora