Pérola - Min Yoongi

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Kim Taehyung não havia aparecido na escola. Yoongi estava extremamente preocupado com seu companheiro. Até, que o diretor entrou na sala. A fatídica notícia trazida pelo mesmo, como o monstro da morte que o garoto criara em sua mente sempre que notícias ruins chegavam. "Kim Taehyung está morto", ele disse. O jovem ouviu algo diferente. Ele ouviu "seu amigo, seu V, nunca mais vai voltar".

Seu "irmaozão" (como chamava Namjoon), se levantou na sala e, claramente, estava abalado. Ia chorar. Ele sabia o que significava o seu "ir ao banheiro". Namjoon estava surtando, e com total e completa razão.

O choque não tinha vindo de imediato. Seu V não vai vir amanhã e nem depois de amanhã. Ele escutou um grito intenso na sala, o mais alto que ele jamais escutou. As pessoas olharam para a fonte do grito. Min Yoongi, berrando no canto da sala. Seus ouvidos doíam fortemente, assim como sua garganta, que tanto doíam pelo tom e força dos lamentos do jovens, que chorava loucamente.

— Min Yoongi! — Gritou o professor. — Acalme-se!

Park Jimin corre até o garoto e o abraça chorando.

— Calma, calma — Dizia Jimin em prantos. — Vamos descer, sim?

Yoongi parou de gritar aos poucos, se mantendo apenas em lágrimas e em extrema tristeza. Park Jimin o leva a psiquiatra da escola.

— Senhorita, Yoongi está... — Jimin fez uma pausa breve, tentando segurar as lágrimas. — Está tendo uma crise.

— Mande-o entrar querido, por favor.

A voz da moça era calma e confortável, era compreensível o porquê de Yoongi tanto gostar de conversar com ela. Jimin o chamou e Yoongi sentou no sofá escarlate que ficava a frente da mesa da dama. Jimin fecha a porta e volta para a sala de aula.

— Eu sei o que aconteceu querido — Começou a mulher. — Eu sinto muito.

— V gostava da escola. Ele dizia que nós fazíamos ele ser mais feliz — Falou Yoongi.

— Eu sei, eu sei. O que você sente com a morte dele, Suga? — Suga... O apelido dado por conta do carinho que a mulher sentia pelo jovem. Tocante, de fato.

— Eu me sinto baixinho.

— Baixinho? — Triste.

— É... Baixinho. O V me fazia sentir grande. Eu me sentia muito alto. Agora que o V se foi, você não vai saber o que fazer.

Era difícil se comunicar com o menino. "Eu não vou saber o que fazer", mudando totalmente de sentido pela maneira que o menino falou.

— Eu sei o que você sente, querido. Eu estou aqui para ajudá-lo.

O garoto analisou a sala da mulher. Pequena, escura, cheirosa. Um quadro com emoções estava atrás dela. Uma carinha vermelha e assustadora era "raiva", uma carinha chorando era a "tristeza" etc. Yoongi apontou para o objeto.

— O quadro mente.

— O quê?

— Seu quadro. Ele está errado.

— Por que diz isso, querido?

— Porque tem vezes em que estou com raiva, feliz, com medo, mas eu sempre fico assim — Ele apontou para a carinha chorando. Os olhos da doutora ficam marejados em lágrimas. Ela vai para trás de sua mesa, abre uma gaveta e pega uma pulseira de pérolas brancas.

— Isso é pra você — Ela dá a pulseira para o menino. — Pra você lembrar que você nunca estará só, porque você tem alguém; tem a mim.

O menino coloca a pulseira e continua conversando com a mulher.

No fim do dia, Yoongi está em um corredor, abraçando as pernas. Ele aperta a pulseira com força. Quando é hora de voltar para casa, Yoongi percebe que Namjoon já havia ido embora, o que não era nada normal. Ele vai embora com Jimin, Jungkook, Jin e Hoseok. Chegando em casa, Yoongi percebe que seus pais não se encontram lá. Yoongi vai à cozinha e pega seu frasco de pílulas. Remédios para tratar seu autismo (havia sido diagnosticado com o transtorno logo na infância).

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