The Jewelry

Capítulo 20

  - Eren -

"O que está fazendo aqui?" Foi a primeira coisa que ouvi do Armin assim que bati em sua janela. "Pensei que havia sumido com o Levi e..."

"Já chega." murmuro ao empurrá-lo para que pudesse entrar pela janela, "Você têm alguma bebida?"

"Que porra aconteceu com você?"

"Longa história."

"Mas... Eren, onde você esteve esse tempo todo?"

"Têm bebida ou não?" pergunto já ficando sem paciência. Eu já estava estressado, não precisava de mais nada para piorar tudo ainda mais.

"Certo. Você não quer falar. Eu entendo. Lá na cozinh- Hein?"

Antes mesmo que ele terminasse de falar, me levantei e saí com passos longos. Minha cabeça doía de uma forma que chegava a ser insuportável, me fazendo rosnar baixinho.

Assim que entrei na cozinha, fui rápido em abrir a geladeira e pegar o suporte de cerveja que tinha, colocando-o em cima da mesa antes de me sentar na cadeira. Pego uma e a abro com os dentes, tomando um longo gole logo em seguida.

"Tsk."

Como eu pude ter sido tão idiota todo esse tempo? Meus planos nunca envolveram ele fora o assunto da Jóia, mas mesmo quando ele queria paz, ele se viu sendo obrigado a se envolver no meu caminho, se colocando em riscos várias vezes apenas para não sair do meu lado.

"Droga." murmuro ao abrir outra garrafa, tomando um longo gole antes de bater minha cabeça contra a mesa, tentando fazê-la parar de doer com mais dor. Pois uma dor física era melhor do que uma mental... Ou sentimental. "Tsk."

Todas as vezes que o tratei mal pra tentar amenizar tudo que passei... Todas as vezes que tratei todos desse modo... Nada justifica. Eu não mudei em nada, ele estava certo.

Olho para a garrafa na minha mão antes de tomar um longo gole, sentindo um pouco escorrer pelo canto da minha boca sem me importar.

Aquele seu olhar que vi diversas vezes antes de chorar por minha causa... Eu só não queria ser mais o motivo de sua tristeza... Mas, esse é o problema, eu nunca conseguiria ficar sem machucá-lo. Sempre acabo o machucando de alguma forma. Eu só imploro para que ele não me veja como um inimigo estúpido no futuro, eu não suportaria ter que lutar contra ele se fosse obrigado a isso.

Eu deveria ter pedido desculpas por tudo... Por tê-lo assustado no começo, por tê-lo feito sofrer e chorar diversas vezes, por quase tê-lo afogado...

"Pelo menos agora não irei machucá-lo mais." murmuro cabisbaixo. Pela primeira vez na minha vida acertei em alguma escolha, dessa vez escolhendo protegê-lo de mim.

Eu já passei por tanta coisa em todos esses anos de vida, perdi pessoas que eu gostava, uma que eu amava... Eu não poderia perder mais outra. E mesmo com seus esforços de tentar nos dar boas memórias um do outro, eu estava tão focado nessa vingança que nunca ao menos pude notar o quanto ele queria se adaptar nos lugares para que eu ficasse feliz.

Pego outra garrafa e a bebo quase toda de uma vez antes de colocá-la em cima da mesa e esfregar meu rosto, suspirando logo depois.

Eu não mereço nada dele... Nem suas lágrimas, sua raiva, seu ódio... Eu continuo o mesmo babaca que o prendeu em sua própria casa enquanto o ameaçava de diversas formas, sempre o deixando contra a parede.

A morte de Juliana foi o que me acordou pra realidade, caindo em mim mesmo tudo o que fiz para ele e junto a isso, veio a decisão mais certa que eu poderia tomar para o bem e a felicidade dele, eu o deixei ir. Eu o libertei da sua maldita prisão.