Capítulo 22

606 118 203
                                    

  - Eren -

Abro a geladeira para ver que não tinha mais nenhum litrão que eu havia reabastecido ontem de madrugada, rosnando fechei a geladeira e sai com passos longos. Dessa vez não serei burro, irei direto em um depósito e por lá ficarei.

"Eren? Aonde você vai?" escuto Mikasa perguntar

"Depósito. E talvez eu não volte por um tempo." explico sem dar muita atenção

"Eren, espera. Você está nessa há três semanas e meia. Estamos contando os dias e desde que chegou, você nem sequer comeu algo! Você só faz beber!"

"E daí? Eu não fico bêbado mesmo." murmuro cabisbaixo

"Eu sei que está assim por causa dele. Têm certeza de que não há outra escolha? Eren, você nem dorme. Passa o dia inteiro e a noite bebendo."

"Eu já disse. Eu não fico bêbado e nem me ferro. Eu estou bem."

"Você não está bem, Eren."

"Eu sei! Mas o que você quer que eu faça?! Eu não posso ir até ele e isso está me dando nos nervos! Eu quero estar com ele, mas não posso! Eu tenho que ficar fazendo algo ou se não... Eu vou atrás dele." murmuro o final

"Eren..."

"Apenas me deixe beber, Mikasa.  Pare de se preocupar comigo e viva sua vida." falo amargamente antes de passar por ela, indo direto para fora da casa que ficava ao lado do estabelecimento que eles trabalhavam.

Abaixo minha cabeça ao puxar o capuz, andando de cabeça baixa pelas ruas sem me importar se batessem em mim ou não, eu só queria beber e era isso que faria.

Respiro fundo antes de suspirar, sentindo um imenso cansaço me consumir apenas por estar andando. De fato, eu estive passando as últimas semanas bebendo sem comer ou dormir, mas o que eu poderia fazer se o gosto amargo da bebida era a única coisa que tinha vontade de sentir? Eu não morreria de cirrose, ou sofreria de obesidade ou ficaria bêbado... Eu simplesmente sou incapacitado disso também.

Paro em frente ao depósito, vendo meu reflexo no vidro antes de desviar o olhar e entrar sem sequer levantar o capuz. "A mais forte." peço assim que me sentei no banco.

"Balkan saindo, então. É a vodka mais forte que temos." diz sorridente

"Me dê uma garrafa." peço sem ter coragem de olhar para pessoa

"Claro."

Olho para o balcão esperando um copo cheio aparecer em minha frente, e foi isso que aconteceu. "Obrigado." murmuro

Tomo em um só gole todo o líquido, entregando-o de volta para o homem. "Acredite, deixe a garrafa comigo." falo ao levantar um pouco meu rosto.

"Cara... O que diabos rolou contigo, parça?" pergunta assustado

"Problemas."

"Entendo." diz ao entregar a garrafa.

Sem mais nem menos, a abri e tomei o líquido até a metade, suspirando pesadamente quando a coloquei de volta no balcão. "Preciso de mais dessas."

Ele assente, trazendo mais uma e deixando-a em cima do balcão enquanto eu terminava com a que estava antes, trocando logo em seguida para a cheia.

Tomo a segunda até a metade antes de arrotar, começando a me sentir um pouco tonto de repente. Esfrego meu rosto algumas vezes antes de tomar o resto que havia sobrado enquanto pensava nele. Três semanas e meia havia se passado, quase fazendo um mês desde que nos separamos... O que será que ele está fazendo agora? Com certeza deve estar babando por aquele loiro maldito.

The JewelryOnde histórias criam vida. Descubra agora