Capítulo 9 - Descobertas

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As tropas do Controle pareciam surpresas com aquela massa de exilados que se aproximava, obedecendo a comandos simples, porém significativos aos olhos de quem assistia a cena. O exército se posicionou acima do muro, com as armas a postos e a atenção redobrada. Ninguém olhava na direção onde Dulce, Poncho e Dani estavam aguardando e o caminho até o muro estava livre.

O trio aproximou-se, depois de ter passado tanto tempo analisando. De fato, o muro era fechado e não havia nenhuma passagem. Mesmo com a mata que fazia divisa com o Exílio, o muro se entremeava entre as árvores, não dando passagem para o outro lado. Eles se sentiram impotentes e presos. Como sairiam daquele lugar? O exército não ficaria atento aos Exilados por muito tempo, tinham que pensar rápido numa solução.

ㅡ Poncho, vamos voltar a nos esconder enquanto pensamos. Aqui estamos expostos demais.

ㅡ Vamos... Tem que ter uma solução, não é possível que não haja falhas!

ㅡ Precisamos de mais um tempo para enxergar ㅡ rebateu Dulce.

O trio voltou para o esconderijo, num beco onde podiam se camuflar entre as sombras e ao mesmo tempo manter-se de frente para o muro, enxergando qualquer movimento que indicasse que os Exilados não estavam tendo sucesso. Dani caminhava, indo e voltando do fundo do beco, enquanto Dulce e Poncho checavam novamente o mapa feito por Gustavo.

ㅡ Deve haver alguma coisa que deixamos passar... ㅡ comentava Poncho, baixinho.

Eles estavam concentrados em buscar saídas possíveis, à medida em que Dani parecia conversar sozinho em algum ponto mais interno do lugar. Poncho, incomodado com a situação, trouxe o menino de volta para perto dele, então entendeu.

ㅡ Dani, com quem você falava?

ㅡ Tio Christopher ㅡ o menino respondeu.

Poncho abriu um sorriso quando percebeu o que havia ocorrido. Era essa a resposta para os problemas. Não era possível passar por cima do muro, mas por quê não por baixo? Haveria saídas para o outro lado, provavelmente. Comunicou a solução a Dulce.

ㅡ É isso. Eles ainda não passaram para o outro lado, estão na galeria que ainda não tivemos acesso!

Dulce arqueou as sobrancelhas, surpresa, enquanto os três se encaminhavam para o bueiro que havia ali e a tampa era afastada, de modo que eles conseguissem entrar em segurança. Lá embaixo, os outros dois trios os esperavam, atentos ao discurso sobre o que havia acontecido nesse tempo e sobre o que teria acontecido lá fora.

ㅡ Graças a Deus vocês estão bem! ㅡ exclamou Anahí, indo abraçar os amigos. ㅡ Nós estávamos preocupados, vocês demoraram demais para chegar aqui.

ㅡ Nós estamos bem e precisamos que vocês prestem atenção ㅡ disse Poncho. ㅡ As coisas lá fora não estão muito agradáveis, todos já sabem que uma Casa toda escapou e estão com cada vez mais gente fiscalizando o lugar.

ㅡ O que está acontecendo lá fora, gente? ㅡ Christopher perguntou, adicionando em seguida: ㅡ Onde vocês estavam esse tempo todo?

ㅡ A história é comprida ㅡ Dulce iniciou. ㅡ Em resumo, estávamos escondidos e, nessa, nós encontramos um um grupo de pessoas que fugiram e que se mantinham escondidos agindo por trás em favor dos Exilados. Eles nos deram algumas dicas e nos ajudaram até aqui. ㅡ Notando o silêncio dos amigos, ela prosseguiu ㅡ Ao que parece, eles têm contato com a maioria das Casas do Exílio e deram um jeito de tirar todo mundo das tarefas de hoje para que eles pudessem vir aqui acobertar a gente.

ㅡ E agora estamos nessa situação: Não tem uma passagem no muro como Andrés tinha dito e não podemos sair daqui ㅡ Poncho completou.

ㅡ Gente, essa galeria é uma passagem ㅡ Christian comentou.

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