17 de janeiro de 1854

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4:36 PM
Enquanto espero para me preparar para o baile de gala beneficiente que terá hoje a noite, escuto Charles falar mais uma vez sobre os problemas no emprego e como as pessoas são preguiçosas para trabalhar duro e ele não para de empreender aos 64 anos. Não é que eu necessariamente me interesse por esse tipo de assunto, mas sou casada com ele faz 8 anos e posso afirmar com convicção que é o único assunto interessante e que ele realmente tem sabedoria para conversar sobre, pelo menos assim me poupo de escutar suas opiniões políticas desastrosas e conservadoras ou seus discursos machistas sobre como ele é o homem da casa e eu não posso trabalhar pois seria uma vergonha se ele paga tudo.
Me livro um pouco dessa conversa monótona quando minhas queridas ajudantes entram no quarto com meu vestido borgonha de seda que irei usar hoje, meus saltos creme com brilhantes confeccionados pelo meu melhor amigo estilista, luvas creme, meu leque madrepérola, e as maquiagens. Eu poderia ter exagerado mais um pouco ou mandado confeccionar peças muito mais elaboradas e de um custo muito mais alto, mas sinceramente sempre estive cansada de ter que reafirmar infinitas vezes minha condição financeira de alta classe construída pelo meu marido, eu nem sequer preciso disso se ele comanda a economia de base dessa cidade britânica, então resolvi optar por um traje mais minimalista, porém ainda formal.
Logo Charles se retirou do cômodo pois esse é considerado um dos momentos mais íntimos de uma mulher. Se preparar para eventos importantes, se vestir, ter suas refeições privadas, ou se higienizar, por exemplo, são situações onde geralmente nós dividimos somente com nossas ajudantes. A sensualidade feminina está no mistério justamente desses detalhes.

7:54 PM
Quando termino de me arrumar consigo chegar perto de 1,80 de altura, provavelmente passando um pouco da estatura relativamente baixa do Charles. Desço as escadas e encontro ele, todo o comitê de ajudantes, cozinheiros, e até alguns de seus amigos de trabalho com suas esposas. Eu não estou atrasada, mas provavelmente essas pessoas se adiantaram bastante para já estarem aqui. Todos escutam o barulho dos meus saltos descendo os degraus e me olham com um sorriso no rosto falando baixinho elogios que não consigo ouvir com muita facilidade.
Então os casais se levantam das poltronas e vamos todos para nossos respectivos carros.
8:35 PM
Entrando no palácio onde ocorre o baile de gala beneficiente desse ano, já consigo ver damas com seus lindos vestidos ornamentados, e o salão ricamente iluminado e decorado. Há convidados ilustres, pessoas da mais alta hierarquia.
As jovens senhoritas usam vestidos modestos, sempre mostrando sua pureza exigida, já as mulheres casadas como eu, podem usar até mesmo acessórios mais extravagantes. Mamãe infelizmente não está mais viva para me acompanhar hoje, e papai está morando em Portugal junto com sua nova esposa. Então estou somente com o Charles.
Vestidos volumosos e sapatos bem polidos logo começam a balançar pelo grande salão, a música alta e harmônica ecoa por todo o cômodo, e Charles dança comigo. Seu rosto já marcado por várias rugas e linhas de expressão que me passam um certo conforto, seu cabelo continua cheio porém grisalho, porém seus passos estavam cada vez mais lentos ao passar dos anos. Quando casei com ele, obviamente foi com o grande peso da pressão imposta pela minha família para que eu tivesse uma vida luxuosa de uma mulher comprometida, Charles sempre foi muito carismático e eu tive sorte em ele estar divorciado enquanto eu estava solteira, apesar de tudo gosto dele, mas nunca poderei dizer que conheci o amor.
Depois que a primeira música acabou meu marido decidiu ir ao banheiro, e enquanto esperava ele sentei em uma das cadeiras onde geralmente as moças se sentam à espera de um pedido para dançar, porém esse não é o meu caso.
Balançando meu leque freneticamente por conta da carga de ansiedade que passa por mim durante esses eventos, avisto um moço alto que nunca vira antes se aproximando. Ele veste um traje monocromático preto, e tem o bigode por fazer, o que incrivelmente se encaixa muito bem em seu rosto exótico. Logo fecho meu leque.
"A madame me concede esta dança?" Ele fala carregado de um sotaque estrangeiro e um charme diferente do usual.
"Ah, claro!" Não poderia negar um pedido para dançar, não quis ser rude e sinceramente dançar com meu marido 40 anos mais velho que eu, não é a parte mais empolgante do baile.
O estrangeiro pega em minha mão e me leva adentro do salão, onde estamos arrodiados de tantas pessoas que não consigo enxergar além de 3 metros. Ele posiciona sua mão em minha cintura e posiciono a minha em seu ombro, entrelaçando nossas outras mãos, os passos dele são certeiros em relação ao ritmo da música e seus olhos puxados simplesmente carregam um teor de mistério que beira a sensualidade.
"De onde você veio?" Não consigo segurar a curiosidade que me tormenta desde que o vira vindo de longe.
"Austrália, como percebeu?" Ele pergunta com um hálito forte de whisky caro como se não fosse a coisa mais óbvia do mundo.
"Seus traços e seu sotaque" Ele riu e Jesus, a forma como ele ri com o rosto inteiro é linda.
"O seu vestido é lindo" Ele descia e subia a mão por minhas curvas mantendo uma certa pressão, provavelmente sentindo a seda nas pontas dos dedos.
"Obrigada!" Subi minha mão até a nuca dele.
"Você se destacou com ele hoje, não sabia que a madame com tanto poder social exibia isso de uma forma tão singular" Então ele simplesmente parou a mão na curva do final das minhas costas, e isso de alguma forma me fez delirar, pensamentos que eu logo rejeito, mantendo minha moral e ética.
Apenas abri um sorriso para ele, mantendo o leque fechado a todo instante, não poderia transparecer nenhum interesse por outro homem em meio a toda essa gente que me conhece e conhece o Charles, aliás, eu realmente não tenho nenhum interesse pelo australiano.
"Foi um prazer Sra. Cooper" O estrangeiro agradeceu quando a dança acabou.
"Qual o seu nome?"
"Calum Hood, prazer"
"Prazer, me chame de Rose!"
Calum sorriu e desapareceu em meio a multidão.
"Rose, estava procurando por você!" Escuto Charles exclamar atrás de mim.
"Oh, Charles, eu... eu estava dançando com um jovem novo na cidade, somente falando sobre nosso patrimônio, esse tipo de coisa, sabe?!"
"Tudo bem, não estava reclamando, venha conversar um pouco com os Smith"
Então só o segui até o corredor que fica ao lado do salão. Cumprimentei o Sr. e Sra. Smith, suas jovens filhas e seu filho que acabara de entrar na puberdade, essa é a pior época para a aparência de um ser humano. Logo começaram a comentar sobre finanças e como o importamento e exportamento de café está alavancando a economia. Geralmente quando esse é o assunto, o que acontece quase sempre, minha cabeça nunca continua fixa à realidade, mas isso foi somente até ver um homem sozinho fumando no fim do corredor.
"Licença, preciso ir ao banheiro"
Fui até o final do corredor confirmando se a trança ainda estava no lugar, ou se não havia nada de errado com meu vestido.
"Pode me dar um trago?"
Calum me olhou com uma expressão de surpresa e me passou o cigarro.
"A Sra. fuma?"
"Já falei pra me chamar de Rose"
Puxei o trago e devolvi o cigarro para ele.
"Ainda sou jovem Calum!" Falo em meio a gargalhadas.
"Não acredito que uma dama como você gosta de quebrar as regras"
"Elas não foram feitas pra isso?"
Calum derruba o cigarro no chão e por um momento acho que ele se abaixou para pegá-lo, mas ele sobe aos poucos com seus dedos quentes por baixo do meu vestido, me fazendo fechar os olhos.
"Abre o seu leque pra mim" Ele sussurra no meu ouvido claramente com segundas intenções me fazendo abrir um pouco mais minhas pernas.
Eu sei que todos estão no começo do corredor e que podem notar algo estranho, mas estou de costas para eles, com a intenção de que ao menos não percebam onde estão as mãos do estrangeiro.
Calum brinca com seus dedos por cima da minha lingerie e eu tento não fazer nenhum barulho mas é impossível não arfar quando ele beija meu pescoço subindo aos poucos, a boca dele é tão macia e ferve contra minha pele, seguro com minhas mãos em sua nuca quase implorando para que ele toque realmente minha pele, ele me puxa num beijo e acelera o ritmo me fazendo gemer seu nome em sua boca.
"Calum, por favor"
Ele abre um sorriso e mantém acelerando cada vez mais. Consigo sentir ele duro contra meu corpo.
"Vamos... me leve para outro lugar"
Ele tira a mão de lá, me pegando pelo pulso e entramos em corredores até encontrarmos os quartos, ele abre a primeira porta, entramos e logo ele a fecha, acendendo a luz da luminária ao lado cama. Calum beija minha nuca descendo enquanto abre os botões do meu vestido, desliza as alças finas pelo meu braço e o tira junto com minha calcinha, ele tira meus saltos enquanto me seguro em seus ombros e logo depois sobe passando a boca molhada pelas minhas coxas, reviro os olhos quando ele finalmente coloca a língua aonde eu realmente queria que ela estivesse esse tempo todo, quase não consigo ficar de pé então me apoio na parede atrás de mim.
"Calum..."
Ele mantém o ritmo enquanto olha pra mim e eu não consigo e nem preciso mais ficar calada, mexo meus quadris enquanto seguro em seus cabelos acelerando e essa é a melhor sensação que já senti em toda a minha vida, ele logo coloca também os dedos dentro de mim, eu poderia gozar agora e ele nem sequer precisaria usar seu membro. O estrangeiro sobe beijando minha barriga mas continua com os dedos lá embaixo, ele beija minha boca e eu não paro de arfar contra os lábios dele, então ele tira os dedos e os coloca dentro da minha boca me fazendo provar um pouco de mim.
Me abaixo e abro seu zíper abaixando as suas calças enquanto ele tira os sapatos com os próprios pés, o terno, a gravata, e a camisa, numa agilidade incrível, ele não estava usando cueca o que facilita meu trabalho em colocá-lo dentro da minha boca, Calum desfaz minhas tranças enquanto usa meu cabelo pra me fazer chupar mais rápido, ele é tão grande que fico grata a mim mesma por não ter comido nada no baile, assim consigo o colocar todo para dentro, arranho sua barriga com minhas unhas.
"Rose eu quero você por cima"
Me levanto e ele deita na cama enquanto subo encima dele, ele me segura pelos quadris e o coloco dentro de mim, começo rebolando devagar, só porque gosto de vê-lo me olhando assim, apoio minhas mãos em seu peitoral e ele massageia meus seios acelerando com o próprio quadril e me fazendo cair de quatro por cima dele.
Eu não sei por quanto tempo ainda consigo aguentar sem gozar, ele conseguiria me fazer chegar lá em dois segundos, passo minha língua pelo seu lóbulo e ele geme meu nome baixinho contra meu rosto, me levanto mexendo meus quadris para frente e para trás e ele aperta minha bunda enquanto revira os olhos, então rapidamente o coloco para fora o fazendo gozar na minha boca.
"Caralho Rose" Ele geme e bate na minha bunda.
Mas logo se recupera e me coloca por baixo com seus dedos acelerando dentro de mim, ele chupa meus peitos e eu mexo meus quadris contra ele.
"Calum eu vou gozar"
O estrangeiro massageia meu clitóris enquanto me beija e eu não consigo mais segurar, isso é o que chamam de êxtase?
"Você é esplêndida Rose" Ele sussura em meu ouvido.


Estrangeiro | C.H.Onde histórias criam vida. Descubra agora