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"Bom dia! O que vai ser?"

"Bom dia dona Clara. É só um copo de leite quente. E será que me pode emprestar o jornal de hoje?" - perguntei à senhora que visitava quase todos os dias.

"Ainda à procura de algo que fazer?"

"Eu não quero ficar até acabar a faculdade a depender totalmente dos meus pais, entende?"

"Claro minha querida. Já volto!"
Em menos de três minutos, a senhora de já alguma idade chegou com um copo de leite a fumegar e um jornal usado.

"Obrigada." - disse.

Os meus olhos passeavam pelas propostas de pequenos empregos enquanto dava pequenos goles no copo. Estou farta de olhar para estes anúncios que nunca têm nada que eu possa fazer.
Bem, retiro o que disse. Não tinham nada que eu pudesse fazer. Fiquei entusiasmada quando no meio daquelas inúmeras propostas encontrei a palavra babysitting. Guardei o número de telemóvel lá indicado, bebi o fim do meu leite e dirigi-me ao balcão para pagar o meu pequeno almoço.

" Então menina Valerie? Conseguiu arranjar algo que lhe agrade?"

"Consegui sim dona Clara, vou ver se consigo ser babysitter por uns tempos..." - disse enquanto colocava as moedas na mão da senhora.

"Ainda bem. Vais ser bem sucedida eu acredito.'' - ela picou-me o olho.

"Oh muito obrigada. Tenha um bom dia.''

''Igualmente Valerie!"

**

Okay, vamos lá a isto.

Retirei-me do carro e dirigi-me à porta escura de uma casa moderna. Pressionei o dedo no botão da campainha.
Um rapaz novo abre a porta. Ele carrega uma criança com pouca idade, que chora e esfrega as mãos nos seus pequenos olhos.

"Olá. Podes entrar..." - fui recebida por estas três palavras e por um par de olhos azuis com um sorriso acolhedor a acompanhar que me fizeram entrar naquela casa.

"Obrigada." - assim que falei e entrei naquela casa, o bebê parou de chorar e deu uma pequena gargalhada olhando para mim e pedindo para descer ao chão.

Mal os seus pés chegaram ao chão a sua mão encaixou na minha e um sorriso de pequeninos dentes foi dirigido à minha pessoa. Posso dizer que estou de certa forma encantada com a criança. O rapaz levou-me até à sala, era um local acolhedor. Ele sentou-se no sofá maior ao lado da criança e eu sentei-me no sofá em frente.

"Então, hm, eu sou o Niall.''

''Chali" - o pequeno levantou o dedo e sorriu, depois apontou para Niall - "Papa!''

"Ele é o Charlie, é a criança de quem eu espero que venhas a tomar conta, porque eu realmente preciso de uma ajudinha..."

"O meu nome é Valerie e também espero ficar a tomar conta dele porque para além de ele ter demostrado ser um bebé maravilhoso, eu também estou a precisar de uma ajudinha" - disse rindo e fazendo Niall rir também.

• Charlie •Onde histórias criam vida. Descubra agora