• Charlie •

VIII

Tenho apenas uma hora para acabar este trabalho e para arrumar tudo para poder voltar a Leeds. Está frio e neva, mas eu gosto.

"Quando terminares, e arrumares as tuas tralhas," - eu olhei para ela na esperança de que ela parasse de chamar tralhas às minhas coisas mas ela apenas riu. De certa forma é por isto que ela é a minha melhor amiga. - "podíamos ir comprar as últimas prendas. A não ser que queiras chegar a casa sem presentes para os teus irmãos." - ela encolheu os ombros.

"Claro. Vou tentar ser o mais rápida possível para irmos. Vai-te arranjar."

Terminei o mais rápido que consegui. No entanto demorei pelo menos 45 minutos. Corremos até ao outro lado da rua para apanhar um chocolate quente no café da dona Clara e seguimos em direção ao centro.

"Tu vais ali comprar aquele vídeo jogo de que te falei para o Thomas enquanto que eu vou buscar um comboio novo para o Charlie pode ser?" - perguntei para que conseguíssemos aproveitar o tempo.

"Então e o Fred?" - ela lembrou.

"Well, terá de se contentar com uma barra de chocolate de paragem de autocarro." - disse e fiz o caminho até à loja de brinquedos mais próxima.

Quando voltei com o comboio, a Phoebe estava à minha espera com uma sande na mão.

"Pronta?" - ela perguntou depois de trincar a sande.

"Sim. Será que podemos apenas passar pela casa do Niall? Para deixar o presente do Charlie?"

"Tudo bem, mas tem de ser rápido."

Parei o carro e corri para a porta para apanhar a menor quantidade de neve possível, deixando a Phoebe no carro.
Toquei à campainha e pouco tempo depois a porta abriu mostrando o boss vestido de uma forma mais confortável.

"Oh. Valerie. Está tudo bem?" - ele disse espantado.

"Sim está." - ri - "Queria apenas deixar isto para o Charlie. Tenho de ir embora. Vou para Leeds." - sorri estendendo o embrulho.

O céu ficou escuro e a camada de neve tornou-se maior em poucos segundos. Ouvi a buzina do carro e olhei para trás.
Ao lado do meu carro estava um senhor. Esse senhor estava a escrever num bloco. Polícia. Shit.

"Acho que já não vais a Leeds. Não hoje." - ele disse enquanto descia as escadas de sua casa para ir ter com o carro.

"A menina tem uma multa por não trazer as correntes nos pneus do seu carro. Não pode sair daqui enquanto não as tiver. O solo está demasiado perigoso para se andar sem precauções. Já devia saber."

"Eu não posso. Não pode fornecer-me umas correntes agora? Eu tenho de ir ter com a minha família em Leeds. Eu até lhe pago a multa já. Por favor senhor."

"Peço desculpa." - o senhor disse com um olhar suave deixando-me com a multa na mão.
Eu olhei para Phoebe e ela já estava a sair do carro e rapidamente tirou as nossas malas do mesmo.

"O que estás a fazer?" - eu perguntei puxando a minha mala da sua mão.

"Não ouviste Val? Não pudemos sair daqui." - ela disse abrindo os olhos.

"Mas tu pensas q-"

"Claro que ela pensa. Valerie, não podes sair daqui e eu também não tenho correntes que sirvam ao teu carro por isso, bem vinda." - Niall interrompeu-me sorrindo.

"Mas Niall é o teu Natal. Com a tua família não com duas desconhecidas."

"Valerie, não tem problema. O Charlie vai adorar e além do mais" - ele abanou a cabeça e apontou para dentro de casa quando a impaciente da minha melhor amiga, que já estava a bater o pé, pediu para entrar. - "o meu irmão não vai poder vir então só cá está a minha mãe."

"Oh, eu lamento Niall." - eu disse olhando para os meus pés.

"Não lamentes. Entra." - ele disse puxando-me para dentro de casa.

Entrei e rapidamente uma pequena figura estavas aos saltos ao meu lado.

"Valie! Valie!" - ele sorriu e eu peguei nele.

"Olá." - disse dando um pequeno beijo na sua bochecha.

"Vais ficar aqui? E traziste a tua irmã?" - ri com o seu erro e logo a seguir com a menção da minha suposta irmã.

"Sim vou ficar e ela não é minha irmã." - pousei-o no chão.

"Não? Mas vocês são as duas bonitas como aquela menina que o Papá pôs na televisão hoje." - ele disse antes de correr para o sofá.

Ouvi Niall rir e reparei noutra senhora mais velha sentada no sofá ao lado do Charlie.

"A senhora deve ser-"

"A mãe do Niall. É um prazer." - a senhora sorriu. - "Podes apenas tratar-me por Maura."

"Eu sou a Valerie." - sorri.

"Sim. Eu sei." - Maura sorriu olhando para o seu filho que se desviou para a cozinha.

Puxei a minha mala e a da Phoebs, que já estava quase a dormir no sofá, para a sala e quando tirava um casaco mais confortável e quente para vestir, a minha capa de trabalhos caiu e espalhou todos os meus desenhos pelo chão. A atenção de Maura e do pequeno foram captadas. O último correu para mim para me ajudar a apanhá-los enquanto que Maura olhava os desenhos atentamente.

"Uau. Ele não me disse que desenhavas tão bem..." - os seus olhos analisavam cuidadosamente cada pormenor. - "Posso?" - a senhora pediu antes de eu concordar em que ela pegasse num dos meus desenhos preferidos. Eu gosto de desenhar criaturas fantásticas. Algo que não existe nem nunca existirá. Gosto também de desenhar personagens, é algo com que me divirto nos tempos livres e que por acaso tenho incentivado o Charlie a fazer apesar de ele não saber muito bem ainda como pegar devidamente nos seus lápis de cor. - "É maravilhoso."

"Obrigada" - agradeci orgulhosa.

"Sabes, eu dirijo a Fantastic Kingdom UK, a empresa de videojogos, e penso que uma pessoa com o teu potencial faz falta na empresa." - Am I dreaming?

"Oh Deus. Não eu não sabia, peço imensa desculpa, mas para ser sincera é na sua empresa que eu me inspiro para fazer estes desenhos. E alias o meu irmão mais novo é um grande fã também. Comprei-lhe o último jogo que saiu para lhe dar este Natal." - o meu sorriso foi crescendo à medida que ia falando.

"A oferta fica feita. Leva o tempo que precisares para pensar." - a senhora sorriu amavelmente para mim enquanto eu a abraçava e agradecia infinitamente.

"Muito obrigada é o melhor presente de Natal que me podiam dar. Vou arranjar uma resposta o mais rapidamente possível."

"De nada menina Valerie." - Maura disse antes de voltar a sentar-se no sofá.

Eu coloquei todos os desenho de volta na minha mala com um grande sorriso e fui até à cozinha.

"Ajuda?" - perguntei quando vi o seu cabelo loiro.

"Não. Obrigado Valerie." - ele disse retirando o olhar do que estava a fazer e olhando para mim. Nesse movimento, o seu cotovelo embateu com um prato que caiu rapidamente conheceu o chão.

"Não importa, vou ajudar-te na mesma." - disse apanhando o prato que felizmente não partiu e peguei na faca da sua mão começando a cortar a salsa, para que ele adiantasse outra coisa.

// Penso que ficou um pouco inferior aos outros capítulos mas tentei fazer um pouco maior. De qualquer forma espero que gostem :)
É possível que este capítulo sofra alterações pois eu não tive tempo de iniciar o próximo antes de publicar este, mas se assim for, eu aviso no seguinte.
Hugs xx //