Capítulo 6 [ O Mundo Escondido ]

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Capítulo Seis

Pela primeira vez, Aiden sentou ao lado da janela, no avião. Ele notou como viajar olhando a paisagem era tão pacífico e como fazia o tempo passar mais rápido. Ele já havia cansado de ler rótulos nos tetos e nas paredes de aviões, ônibus, carros, etc.

Logo que o avião alcançou o oceano, ele notou como era grande, imenso e infinito. Mal dava para ver a curvatura no horizonte, cercado por nuvens. Um azul tão contínuo e forte que parecia refletir em seus olhos, também azuis. Logo as nuvens tomavam conta de toda a visão. Aiden esticava a cabeça para tentar ver mais naquela pequena janela. Parecia um mar de algodão.

Quando aterrissou, um pequeno medo tomou seu peito. Ele respirou profundamente e se levantou. Algumas quadradas daquele aeroporto e pegara um trem. Depois um taxi que parecia mais uma carroça, já estava em uma cidade do interior da Europa, quase entrando na África, o continente que precisava ir.

Um pequeno presídio no meio do nada, ali ele deveria estar. Lanroj o informou que um representante com ele havia sido preso e a rainha de Heiligdom estava o transferindo até chegar em suas terras. Aquela era a última parada, dali ele seria levado para a liberdade. Aiden invadiu o presidio, que era de fácil acesso, por ser em um lugar tão afastado do mundo. Lá roubou um uniforme azul e algemas, vestiu e escondeu suas roupas em um plástico. Então esperou até ver um ônibus azul começar a ser carregado com prisioneiros. Entrou nele como apenas mais um. Escondeu-se para não ser notado na contagem e assim seguiu sua viagem.

Descobriu quem era o informante: Um homem que parecia um professor pedófilo com vãos no cabelo, quase careca já. Depois de um pequeno confronto no ônibus, jogou-o pela porta de trás, com chamas mais fortes do que nunca.

Caído no asfalto, todo ralado e com chamas em seu uniforme ainda, o homem suplicou para não ser morto. Aiden não perdeu tempo:

- Você estava sendo levado para Heiligdom, mas todos os outros prisioneiros serão mortos no final da linha. Talvez até você, já que falhou na sua missão com eles, não é?

- O quê? Você... Você... A rainha te mandou? – O homem respondeu, ainda sentindo dor.

- Eu te salvei. Mas porque preciso chegar em Heiligdom, sem que ninguém saiba de preferência. Você vai me ajudar com isso!

Sem escolhas, o homem teve de guiar Aiden até a entrada do país escondido do mundo.

Montanhas extremamente altas davam passagem, através de um túnel para um rio.

- Eles chamam de rio de Tâmisa. – Explicou o homem.

- Isso não é no Reino Unido? – Questionou Aiden.

- Não o original, aquele é uma homenagem a esse, o verdadeiro Tâmisa.

Um rio tão grande que parecia uma mar no horizonte, verde, porém limpo.

Na costeira, a areia da praia era bem escura, quase como terra. Algumas canoas estavam encostadas. Quando Aiden subiu em um, o homem alertou:

- Cada uma dessas canoas são contadas, têm seis. Significa que seis homens de lá estão fora, fazendo algo importante, depois que o último voltar e ver que sua canoa não está aqui, pois a roubamos, ele enviará um sinal à rainha e ela saberá da sua presença. Você está indo para uma missão suicida!

- Eu não me importo. – Aiden pensou um pouco – Isso significa que uma dessas canoas é sua?

O rosto do homem ficou pálido.

- Você só está tentando me enganar. – Concluiu Aiden.

Em um movimento, ateou fogo em todas as outras canoas.

FIRE (OBYON-Livro2)Onde histórias criam vida. Descubra agora