Os amigos e pais de Gustavo Genda já sabem da história, agora está na hora dos pais de Bruna saberem também.
Gustavo tem quase certeza que os pais dela vão querer matá-lo. Ele está nervoso, mas Bruna está muito pior, ela está quase desmaiando de tanto nervoso, um pouco antes de pegar o ônibus para eles irem para a casa da mãe dela, Bruna havia vomitado um pouco. Ela já não sabia se aquilo era por conta da gravidez ou da ansiedade.
- Você tá melhor? - pergunta Gustavo.
Ele está preocupado com o estado de Bruna, ela não parece nada bem e ainda vai ter que lidar com os pais daqui a pouco.
- Estou... Acho que foi só a ansiedade.
- Quer... Sei lá, tomar algum remédio?
- Não. Não sei o que posso tomar agora ou não... Por causa disso. - diz Bruna que aponta para a própria barriga.
- Okay... Como você quer começar a contar a ela?
- Não sei... Pra mim isso é tão estranho ainda.
- Nem me fale.
- E como foi com seus amigos?
- Eles reagiram bem, eu acho. - diz Gustavo - Falaram pra eu não te deixar na mão.
- E você deixaria?
- Nunca.
Ela sorri com a fala de Gustavo. Pelo menos ele não a deixaria sozinha, ele a ajudaria nisso. Mesmo que isso seja uma coisa mínima, a deixou feliz.
- Tem algo que ainda não conversamos... - diz Bruna - Nós não estamos mais juntos... Como vai ser agora?
- Não havia pensado nisso. - diz Gustavo - O que você quer fazer em relação a isso?
- Não sei...
- Tá... Vamos deixar as coisas fluindo sozinhas. - diz Gustavo - Já temos coisas demais pra pensar.
- Tá bom.
Passam mais alguns minutos e eles chegam na casa da mãe de Bruna. Já são 13h17 no relógio de Gustavo. Pela hora a mãe dela estaria em casa, pois como trabalha perto de casa, sempre vai almoçar lá.
Eles chegam no portão e Bruna o abre. Ela está ficando mais nervosa novamente.
- Vamos lá. - diz Gustavo.
Eles entram e encontram a mãe de Bruna na cozinha esquentando seu almoço.
- Boa tarde, mãe.
- Boa tarde, Bruna. - diz a mãe dela - Ah, boa tarde, Gustavo. Que surpresa você aqui! Quer comer?
- Boa tarde. Quero não muito obrigado.
- Mãe, tenho que te contar uma coisa.
- Diga.
- Tô grávida.
Ela fica olhando para a cara de Bruna.
- Oi?
- É isso... E eu sou o pai. - diz Gustavo sério.
- Vocês tão me zuando...
Eles contam tudo para ela, que só escuta em choque. Não acredita que vai ser avó, e justo de sua filha mais nova. Ela chora, sendo acompanhada por Bruna, enquanto Gustavo só observa esse momento.
- Eu acho que vocês devem conversar um pouco sozinhas agora... - Ele sai e vai para a garagem onde fica sentado no degrau que tem lá.
Bruna e sua mãe passam uma hora conversando, falam até mesmo em como Bruna deve contar para seu pai. Infelizmente ele é um cara mente fechada e possivelmente não vai lidar bem com a ideia de que sua filhinha vai ser mãe aos 17 anos.
- Boa sorte... Qualquer coisa me avisa.
- Tá bom. - diz Bruna - Obrigada, mãe.
Ela sai da cozinha e vai para a garagem onde está Gustavo esperando.
- Vamos. - diz Bruna - Agora é a hora de enfrentar a fera.
- Okay, vamos. - diz Gustavo.
Ele se despede da mãe de Bruna que está na porta e os dois saem.
- Foi mais fácil do que eu imaginei. - diz Bruna.
- Ainda bem.
De certa forma, as coisas estavam indo muito bem.
Depois de 40 minutos eles chegam na casa do pai de Bruna, ela tem a chave, então eles entraram e ficaram lá esperando para que o pai chegasse, o que ia demorar 2 horas. Eles ficaram na sala, mais uma vez, conversando em como ia ser a partir de agora.
Em meio a conversa eles escutam o portão da casa abrir. O pai de Bruna havia chegado. Ele entra e percebe que a luz está ligada, logo conclui que Bruna está lá. Ele abre a porta e vê que sua suposição está certa, mas não imaginava que Gustavo estaria alí também.
- O que esse cara ta fazendo aqui? - pergunta ele.
- Oi pra vc também, pai. - diz Bruna.
- Oi. - diz Gustavo.
- Tá, oi. - diz ele - Mas agora responde.
- Ele ta aqui pra me acompanhar.
- Você sabe que eu não gosto que você traga ninguém aqui sem me avisar.
- Acho melhor ir ao ponto. - diz Gustavo.
- Que ponto?
- Então, pai... - diz Bruna fazendo uma pausa para respirar - Eu tô grávida.
Ele olha para Bruna fixamente por alguns segundos, e então, dá um tapa no rosto dela.
- VOCÊ NÃO TEM VERGONHA? - diz ele exaltado.
Gustavo vai imediatamente para o lado de Bruna que está em choque e chorando.
- VOCÊ TÁ LOUCO? BATER NA SUA FILHA? - grita Gustavo.
- FOI VOCÊ QUE FEZ ISSO, SEU MOLEQUE? - grita o pai de Bruna.
- EU SOU O PAI SIM! - antes que Gustavo pudesse dizer mais alguma coisa o pai de Bruna lhe dá um soco que acerta a lateral esquerda do rosto de Gustavo, na região da sobrancelha. Gustavo reage indo pra cima do mais velho, Gustavo o empurra e ele perde o equilíbrio caindo e batendo o tronco no sofá. Ele começa a ir em direção do velho que está um pouco imobilizado pela dor da pancada.
- PARA, GUSTAVO! - grita Bruna chorando - NÃO FAZ ISSO!
Gustavo para e olha pra Bruna que está de joelhos chorando descontroladamente. Ele sente um líquido em seu rosto e passa a mão e vê que é sangue. O soco que recebeu cortou o local.
- Vamos embora. - diz Gustavo seriamente com a mão no rosto tentando evitar que sangre muito. Ele vai até Bruna e os dois saem da casa do velho. Bruna está preocupada com Gustavo, o corte não parece grave, mas sangra muito.
- A gente tem que ir no Pronto Socorro agora. Tem um à uns 10 minutos daqui. - diz Bruna.
- Não precisa se preocupar com isso, não é nada demais...
- Nada demais? - diz Bruna com ênfase - Seu rosto ta todo ensanguentado, Gustavo! A gente vai no Pronto Socorro.
- Tá bom...
Eles vão andando até o Pronto Socorro que felizmente está vazio. Gustavo é atendido rapidamente, o que é até estranho tendo em vista que é do SUS. Ele toma 3 pontos no corte e uma injeção para dor que ele resistiu em tomar, pois de acordo ele, não estava com dor.
- Agora minha bunda tá doendo. - diz Gustavo.
- Para de reclamar, pelo menos não foi nada demais. - diz Bruna.
- Minha bunda tá doendo por nada, então. - diz Gustavo e Bruna dá uma risadinha - Quando você vai no médico ver o negócio?
- Tá chamando nosso filho de negócio?
- Melhor chamar de feijãozinho? - os dois riem e desde que tudo isso começou, essa foi a primeira vez que os dois riem.
- Besta. - diz Bruna - Tenho que ver ainda... Ver se minha mãe vai comigo.
- Eu vou com você.
- De verdade?
- De verdade. - diz Gustavo - Eu vou te acompanhar em tudo nisso. Mesmo estando assustado e com medo disso tudo, quero estar presente.
Bruna olha sorrindo para ele, que sorri junto.
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Já passaram algumas semanas desde que toda essa história começou. Bruna e Gustavo já foram ao médico fazer ultrassom e está tudo bem com o bebê. Ainda não se sabe o sexo, pois o feto ainda é muito pequeno, mas talvez na próxima ultrassom já saibam o sexo do feijãozinho.
O pessoal conversou basta com Gustavo sobre o assunto e depois de ter dado uma amenizada passaram a zoar um pouco. As meninas conversaram com Bruna e se disponibilizaram a ajudar no que a elas for possível.
De certa forma, as coisas se normalizaram... Quase pra todo mundo.
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Inazuma Beherri - Os relâmpagos em Sampa
HumorA escola Raimon é uma escola pública do extremo sul de São Paulo, onde tem mais mato que prédio (não tem prédio). Nessa escola estudam o Enzo Mamoru, Gabriela Natsumi, Lucas Fubuki, Leonardo Fubuki, Gabriel Gouenji, Luan Mizukamiya, Felipe Kidou, Gu...