5. Flores de plástico não morrem

88 18 69
                                    

Oie, gente! Já vai fazer meses que não publico nada pela correria, aulas, natação, academia, mas decidi voltar e prosseguir a história nessas férias! Espero que gostem, por favor me falem o que acharam, aceito desde críticas à elogios! 😚
Então bora lá!

• 🌼 •

Me despedi rapidamente de Christopher, que estranhava toda aquela pressa, e me adentrei pela floresta com toda a correria do mundo para chegar, Richard iria me matar antes que eu pudesse enforcá-lo por ter aparecido em meus pensamentos, pesando-os e me tirando daquele lindo momento.

Corria metros por segundo, quilômetros por minuto. Galhos batiam em meu rosto, mas o ar gélido cicatrizava-os.

Parecia não ter fim, o mesmo tempo que passou rápido na ida estava se embolando nos ponteiros do relógio para a volta.

Entre minhas arfadas avistei a "nossa" casa, meus passos começaram a pesar e com muito esforço cheguei à porta com meus olhos pesando.

• 🌼 •

Acordei na minha cama, estava escuro e a única luz que me possibilitava enxergar era um feixe de luz que vinha do corredor pela porta um tanto aberta.

Estava toda coberta, soada e com um pano molhado em minha testa. Tirei-o e me sentei, questionava porque estava desmaiada, poderia ter sido meu caminho pra cá, o meu tempo com o Christopher... pára! Agora é um momento sério, falei para mim mesma.

Acabei fugindo dos meus pensamentos quando ouvi vozes do corredor, mas ao invés de voltar à posição que estava, continuei sentada por parecer que as pessoas não iam entrar, e sim apenas conversar.

"Senhor, a madame Amélie desmaiou" falou com uma voz um pouco nervosa.

"Certo, deixe-a desmaiada" falou dando de ombros "isso é por ela ter saído para fazer algo que não sei."

Não acredito que esse patife está pouco interessado em meu estado, podia ter morrido e ele com esse orgulho desgraçado ia falar "isso é por ter feito o que fez", senti meu sangue ferver, por que fui me meter com um mimado que só se preocupa com si mesmo?

Respirei fundo, não podia deixar barato, se ele não se preocupa comigo, também não vou ligar para ele.

• 🌼 •

Já de manhã, comecei a explorar a casa livremente, já que Richard tinha ido trabalhar. Durante a noite fiquei pensando, e decidi que seria forte, não ia deixar ele me abalar, afinal, eu passei por tanta coisa e essa época que eu estou vivendo está sendo uma das melhores em questão de luxo.

A casa não tinha muitos retratos, muita decoração pessoal, mas mesmo assim era elegante com pinturas, lustres e cortinas magníficas.

Estava admirada com o lugar, quando cheguei parecia tão obsceno, mas agora lindo.

Prossegui o meu caminho até me deparar com uma porta, a casa possuia muitos cômodos, mas esse capturou a minha atenção, que era mais isolado do resto da casa.

Olhei ao redor para confirmar que ninguém estava por perto, toquei na maçaneta e abri. Era esplêndido, repleto de livros em uma estante infinita com formato ondulado que ficava em harmonia com a mesa, janelas e o abajur.

Sem pensar muito me aproximei dos livros, obras de todos os tipos que encantariam todos os tipos de pessoas, mas meu coração parou quando encontrei um álbum de fotos pequeno escondido. Peguei-o com delicadeza, estava tão empoeirado que fez meu nariz coçar, mas me segurei e abri.

As fotos eram em preto e branco no início, algumas meio manchadas, emboloradas. Retratavam casais com seus filhos sorrindo, um ou outro meio distraído, pensei na possibilidade deles serem "a raiz" da família Hughes. Depois de um tempo as fotografias ficaram coloridas, mas não mudavam o estilo, até que cheguei na última foto, era Christopher pequeno (owwwwnnn), estava em um jardim, com a cabeça meio de lado, seus cabelos cachadinhos dourados que pareciam miojo, seus olhos mansos cor de mel, seu sorriso belo, e com as mãos para trás. Eu podia até me segurar antes, mas agora eu me sentia tão bem com esse sentimento.

Sorrindo para o nada, fecho o álbum, mas me surpreendo ao ver uma foto caída no chão, toda amassada. Me abaixo e pego-a. Era uma criancinha totalmente o oposto de Chris, possuia um olhar azul tímido e triste e cabelos negros lisos meio tigelinha. Eu conhecia esse olhar de algum lugar... Era Richard! Mas na imagem parecia tão delicado, como se precisasse de atenção e afeto. Me senti tão pesada, com dor no coração, por que sua foto estava fora do álbum e tão mal cuidada? Peguei a foto de ambos e ficava olhando uma vez para um, outra vez para o outro, até que percebi que tinham o mesmo cenário, se unisse ambas dava para notar que eram uma só.

Comecei a imaginar coisas que pudessem saciar minha curiosidade, mas assusto-me com vozes se aproximando. Ajeito tudo rapidamente e saio em disparada.

Destinada à perdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora