Capítulo dezessete

7 1 0
                                    

Faço um strogonoff de frango rápido ( Foi a única coisa que apareceu na minha cabeça nesse exato momento ), e enquanto vou desfiando o frango já vou colocando o arroz pra cozinhar.

Pego uma cadeira e coloco ela de frente pro balcão da pia, subo em cima da mesma e em seguida subo em cima do balcão, me estico e enfim consigo pegar a bendita panela.

Refaço todo o processo que fiz pra pegar a panela até finalmente estar no chão novamente.

Vida de baixinha é difícil, viu?

Olho no relógio e quando vejo já ia dar onze e meia da manhã, porra, como a hora passou tão rápido?

Espero que o meu strogonoff fique bom por que fiz ele as pressas.

Bom, pelo menos cheiro de strogonoff o meu strogonoff tem.

Quando coloco a panela com o strogonoff na mesa e a de arroz ouço o barulho do carro de Liam estacionar na garagem e sorrio ao ver que consegui.

Pego o pacote de batata palha na gaveta e o coloco em cima da mesa bem no exato momento em que Liam entra na cozinha usando apenas calça social preta e uma blusa também social na cor branca com o emblema da empresa onde trabalha remangada até os cotovelos.

Puxa que os pariu! Eu tô é muito fodida.

- Oi. - O cumprimento animada pegando um prato no armário da pia da cozinha e levando para ele.

Ele nada diz apenas me encara com aqueles olhos castanhos escuros que me deixam nas nuvens e eu sinto meu corpo pegar fogo quando lembro que estou apenas de roupão.

- Oi. - Olhando finalmente para os meus olhos enquanto minhas bochechas ardem em chamas.

Que vergonha.

- Vou trocar de roupa. - Aviso saindo da cozinha e sentindo seu olhar perfurando minhas costa.

Subo as escadas correndo afim de entrar no meu quarto e me trancar nele e não sair nunca mais só pela vergonha.

Fazer como um avestruz enfiar minha cabeça em um buraco e não tirar nunca mais.

Troco de roupa rápido colocando uma legue preta, uma camiseta preta escrito "Rock In Roll" e o meu coturno preto.

Solto meu cabelo e desço as escadas correndo com o coração a mil.

Entro na cozinha vejo Liam almoçando calmamente sem se preocupar se me viu vestida apenas de roupão de seda e com os cabelos presos em um coque me deixando com um ar de sensual.

Eu tô gritando aos quatro cantos do universo um alto e bem claro "INFERNOOOO".

- Não configurou ainda seu celular? - Pergunta me tirando dos meus devaneios quando vê que estou mexendo no meu celular antigo.

- Anh, não, quero arrumar um tempo em específico pra mexer com ele. Tenho muita coisa pra fazer, tenho que arrumar meu quarto, tenho que estudar para as provas finais do colégio, enfim, muita coisa. - Deixo o celular de lado pra dar total atenção pra ele.

- Não vai almoçar? - Pergunta quando vê que não coloquei prato pra mim.

- Não, tomei café agora pouquinho. Deixa um teco pra mim hein? - Brinco e o mesmo sorri.

Finalmente um sorriso no rosto desse ser humano!!

- Pensa em cursar o que depois do colégio? - Pergunta e eu dou de ombros.

- Talvez medicina, ou quem sabe fotografia, não sei ao certo. - Sorrio. - Quer refrigerante? Suco? Água?

- Água. - Diz simplesmente e eu me levanto pra pegar um copo e a garrafa de água pra ele.

- Como anda o trabalho? - Pergunto enquanto levo o copo com água pra ele.

- Cansativo. - Rimos.

Depois que ele tomou a água tirei as panelas de cima da mesa e coloquei o resto da comida em potes e guardei na geladeira.

Comecei a lavar a louça cantando uma música baixinho  pra descontrair o silêncio incômodo que se instalou na cozinha entre eu e ele.

Estava observando o quintal atrás de casa quando suas mãos começam a passear pelo meu corpo livremente e sua boca começa a trilhar beijos entre meu pescoço e meu ombro.

Ele vira meu corpo pra si e sua boca vai direto a minha sem nem ao menos me dar tempo para raciocinar algo mas correspondo o beijo feliz.

Pouco me importa o que vem depois, pouco me importa a opinião do meu pai, só quero continuar com isso que está muito bom.

Liam me levanta sem dificuldade alguma e me coloca sentada sobre o mármore da pia sem interromper o beijo.

Sua boca é tão macia, seus lábios se encaixam perfeitamente com os meus, nossas línguas dançam em perfeita sintonia me levando aos céus.

Minhas mãos puxam seus cabelos macios com veemência o trazendo ainda mais pra perto de mim como se já não estivéssemos colados o suficiente.

Paramos o beijo por falta de ar mas não nos desvencilhamos, sua testa continua colada a minha e nossos olhos continuam fechados.

Quando arrisco abrir meus olhos noto que o mesmo está sério, mandíbulas cerradas, não entendo o porquê, será que ele não gostou do beijo? Assim não dá, depois de todo o sacrifício que passei pra conseguir um beijo desse ser ele vai se arrepender? Porra, assim não vale!

- A gente não devia ter feito isso. - Reclama ainda de olhos fechados.

- Eu beijo tão mal assim? - Pergunto pensando na hipótese dele não ter gostado do meu beijo.

- Muito pelo contrário - Abre os olhos e fita os meus sorrindo - agora vou querer ficar te beijando a cada bendito minuto.

- E isso é bom? - Pergunto confusa fazendo ele alargar o sorriso ainda mais.

- Isso é maravilhoso. - Diz antes de sua boca atacar a minha novamente porém o beijo é interrompido meio milésimos de segundos depois com o celular tocando.

Ele atende e toda a sua expressão divertida se vai dando lugar a uma expressão séria.

- Ok, tô indo. - Bufa depois de desligar o celular e o guardar no bolso com raiva. - O dever me chama gatinha. - Diz passando as mãos em meu rosto com um sorriso.

- Cê é bipolar é? - Pergunto confusa e ele me encara rindo.

- Eu bipolar? Que nada, conversamos depois. - Pisca me dando um outro beijo e então se desvencilha dos meus braços.

- Eu mal posso esperar. - Falo pra mim mesma ouvindo o som do carro dele sair da garagem.

Com um enorme sorriso no rosto dou um impulso e desço da pia voltando a lavar a louça sorrindo feito boba.

Merda! Fiz aquilo que não devia fazer:

Me apaixonar por Liam Rodrigues.

MEU PÉSSIMO CUPIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora