MEU PÉSSIMO CUPIDO

Capítulo um

Tédio!! Oi tédio, tudo bom, tédio?

Sei que usei a palavra "tédio" três vezes seguidas em apenas uma frase.

Mas é exatamente nisso que me encontro, no maior tédio possível, não encontro nada de interessante pra fazer.

O sol brilha ardente lá fora e eu aqui morrendo morrendo de calor mesmo tendo uma enorme piscina no quintal de casa, mas não me animo em colocar um biquíni pra entrar na piscina.

Fora a maldita tpm que se encontra em mim nesse belíssimo dia de sábado.

Encaro minha toalha pendurada na porta do meu guarda-roupa e ela me encara e assim ficamos nos encarando.

Estou querendo arranjar coragem de levantar a bunda da minha cama e ir tomar um banho mas a minha preguiça é maior que a minha coragem então estou apenas pensando nessa possibilidade.

Por fim levanto da cama e com um só puxão arranco a toalha de cima da porta do meu guarda-roupa e sigo para o banheiro tomar um banho gelado pra ver se me desperto.

- Sonhar, sonhar... Amar, amar... Fazer desse amor, meu mundo e sonhar, sonhar... - Canto a música do Amado Batista que minha mãe ouve lá no primeiro andar que está no último volume.

Termino meu banho rápido e me enrolo na minha toalha indo pra frente do espelho admirar a obra de arte que minha mãe fez que é eu.

- Ô MÃE, ABAIXA ESSA DESGRAIA!! - Grito tentando desfazer o nó gigante que meu cabelo resolveu fazer.

Meu cabelo é muito grande e da muito trabalho de cuidar, as vezes penso em cortar mas me dá dó e eu desisto.

Divido meu cabelo em duas partes e começo a passar a escova que desembaraça com mais facilidade enquanto isso minha mãe continua com o volume do som lá no talo.

Quando enfim termino de desembaraçar o meu cabelo saio do banheiro me arrasto até o meu guarda-roupa procurar uma roupa decente pra vestir e ficar em casa sem fazer bosta nenhuma.

- Droga! Não tem uma roupa decente pra vestir. - Quase grito encarando meu guarda-roupa com vontade de tacar fogo em toda as minhas roupas.

- Falando sozinha de novo, Melanie? Eu já não falei que quando te pegasse falando sozinha de novo eu ia te internar em um hospício? - Mamãe indaga entrando no meu quarto com uma muda de roupa minha limpa pra guardar.

- Mas eu não tenho uma bendita peça de roupa legal pra vestir, mãe! - Me estresso me jogando na cama.

Mamãe ri se aproximando de mim e se abaixando me encarando nos olhos enquanto eu quero me jogar pela janela do meu quarto e morrer.

Pensamento suicida, ignora.

- Como não tem roupas bonitas, filha? Olha só, você tem variedades de roupas pra escolher e ainda assim fica reclamando? Saiba que existe milhões de crianças, adolescentes e adultos que não tem nada para vestir, pare de ficar reclamando de barriga cheia, meu amor.

Minha mãe diz passando a mão em meu rosto enquanto eu debulho em lágrimas imaginando isso.

- Desculpa, mãe. - Balbucio e ela sorri sentando na cama e me puxando pros seus braços.

- É a tpm né meu bem? - Pergunta e eu assinto me sentando na cama.

Odeio quando estou na tpm.

Porque não incomodo só a todos à minha volta mas incomodo a mim mesma também.

Quando estou na tpm eu fico chata demais, na real fico insuportável, fico reclamando de tudo, choro por tudo, as vezes estou rindo e do nada fico séria, tô normal e do nada fico estressada.