Capítulo vinte e dois

4 1 0
                                    

Um mês.

Um mês que Liam se foi.

Um maldito mês.

Não tem uma noite sequer que eu não tenha sonhado com ele e acordado chorando.

A um mês eu não estou dormido direito, a um mes eu não estou comendo direito, a um mes que eu não tenho vivido a minha vida direito.

- Vai, Mel, come pelo menos um pouco. - Alice diz levando a colher cheia de strogonoff na minha boca mas eu a afasto.

- Eu não quero. - Protesto.

Encaro o prato com o strogonoff na mão dela e a lembrança de Liam comendo vem a tona fazendo as lágrimas brotarem.

- Come, Mel.

- Eu já disse que não quero comer, Alice. - Quase grito assustando a mesma.

- Oxi, não precisa gritar também. - Me olha ofendida.

- Eu só quero ele de volta... - Sussurro abraçando minhas pernas.

Minha mãe entra no quarto e senta na minha cama me encarando preocupada, depois olha pra Alice.

- Nada? - Pergunta indicando com a cabeça o prato.

- Nada, tia. - Alice responde passando a mão no meu pé por cima da coberta.

- O minha filha, come pelo menos um pouquinho vai.

Mamãe incentiva pegando o prato de cima da cômoda e levando a colher até a minha boca.

- Eu já disse que não quero comer. Será que vocês não entendem? - Explodo de raiva.

- Mãe, mãe, mãe... - Millena entra no meu quarto e eu fico tipo:

"Resolveram fazer uma reunião no meu quarto foi?"

- Que foi minha filha? - Mamãe pergunta de olhos arregalados.

- Consegui aquilo que a senhora me pediu. - Diz alegre e me olha sorrindo por minha vez apenas reviro os olhos.

Em outras ocasiões eu até estaria muito curiosa pra saber o que é mas agora eu tô é foda-se.

- Gente seis vão me deixar curiosa? - Alice pergunta toda interessada no assunto fazendo minha mãe e minha irmã se entreolharem cúmplices.

- Claro que não, Aly, vem com a a gente. - Elas saem do quarto fechando a porta atrás de si me deixando sozinha, eu e a minha solidão.

É tão ruim quando você se acostuma com uma pessoa, quando essa pessoa te deixa bem, te faz tão bem, te faz rir, te faz se apaixonar por ela e no fim tiram ela do seu lado.

Você deve se perguntar o porquê de eu não ligar pro Liam, o porquê de eu não mandar mensagem pra ele, simples, porque meu querido pai tirou todo o meio de comunicação possível que eu tinha: Celular, tablet, notebook, computador, eu tô passando por um momento muito ruim na minha vida.

Eu só quero ouvir a voz do quase namorado.

Eu só quero sentir seus braços envolta de mim.

Eu só quero sentir seu cheiro.

Eu só quero sentir seus lábios nos meus em um beijo bom.

EU SÓ QUERO O LIAM DE VOLTA...

Vontade de sair gritando pra meio mundo o quanto eu amo o Liam e o quanto eu odeio o meu pai por me deixar sem o meu namorado.

Meu estômago clama por alguma coisa mas não vou dar o braço a torcer e comer o que está no prato a minha frente.

- Por sua culpa, Ricardo, ela não come direito a quase dois meses, por sua culpa, ela não tem dormido direito, por sua culpa ela deixou se ser a Mel de sempre! - Ouço minha mãe gritar lá embaixo cheia de raiva.

- Eu não sei do que está falando, Bianca. - Berra se sentindo ofendido.

Quase desci lá pra gritar com ele o quanto ele era um péssimo pai, e o quanto ele tem culpa no cartório.

- Ah você sabe, sabe muito bem que você foi um otário mandando o Liam embora, não precisava daquele auê todo! Era só ter conversado com os dois a respeito de algumas coisas e evitado que a minha filha tivesse ficado no estado que está agora. - Taporra.

- Eu só queria proteger a nossa filha

MEU PÉSSIMO CUPIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora